31.8.06
Espanha x Argentina: o mais imprevisível dos duelos
AP Photo
O jogo:
Esqueçamos o jogo plástico e envolvente dos americanos. Excetuemos o basquete moderno e coeso dos gregos. Afora as duas representantes máximas de ataque e defesa, respectivamente, restam duas seleções que elevaram o nível do Mundial. Sem a competência ofensiva dos americanos ou o poderio defensivo dos helênicos, Argentina e Espanha fazem o jogo imprevisível e esperado do Mundial até agora.
As duas seleções representam o que de melhor os países já tiveram no basquete. Duas gerações históricas. A diferença é que, para os argentinos, os resultados já apareceram: a equipe foi vice-campeã mundial em 2002 e campeã olímpica há dois anos. Os espanhóis chegaram ao Japão com a fama de fazerem ótimas campanhas mas, na hora das decisões, caírem pelo caminho.
As duas seleções evoluíram ao longo da competição e passaram sem dificuldades pelas quartas-de-final, com vitórias convincentes sobre adversários reconhecidamente fortes. Ambas chegam à semi com força e têm condições de ser campeãs.
Tem favorito?
Não. “Ah, mas a Argentina...”, diria algum entusiasta de Ginóbili. “A Espanha está muito bem”, defenderia um fã de Pau Gasol. Mas o jogo não tem favorito. Embora eu aposte nos espanhóis.
A receita para a Espanha:
A maior deficiência dos espanhóis em comparação com os rivais é na posição 3. Andrés Nocioni tem jogado muito e tornou-se uma alternativa dos argentinos quando Ginóbili está bem marcado. Tão importante quando anular o armador do San Antonio Spurs será marcar com efetividade o ala do Chicago Bulls.
Outra medida interessante (e imprescindível a meu ver) será marcar Pepe Sanchez sob pressão. Quanto menos tempo o armador tiver para pensar as jogadas ofensivas, melhor para os ibéricos.
A receita para a Argentina:
O caminho rumo à vitória passa por uma boa marcação do garrafão espanhol. Com Garbajosa em ótima fase e Pau Gasol no auge de sua forma, Luis Scola e Fabrício Oberto terão trabalho redobrado. Caso consiga anular a dupla, a Argentina dará um passo importante para a final.
Além do cuidado com os dois pivôs, é preciso ter atenção especial com os contra-ataques, puxados por Calderón e Navarro. Os dois armadores têm transformado a transição espanhola em arma fatal — foi assim que abriram vantagem contra Sérvia e Montenegro e Lituânia.
O jogo:
Esqueçamos o jogo plástico e envolvente dos americanos. Excetuemos o basquete moderno e coeso dos gregos. Afora as duas representantes máximas de ataque e defesa, respectivamente, restam duas seleções que elevaram o nível do Mundial. Sem a competência ofensiva dos americanos ou o poderio defensivo dos helênicos, Argentina e Espanha fazem o jogo imprevisível e esperado do Mundial até agora.
As duas seleções representam o que de melhor os países já tiveram no basquete. Duas gerações históricas. A diferença é que, para os argentinos, os resultados já apareceram: a equipe foi vice-campeã mundial em 2002 e campeã olímpica há dois anos. Os espanhóis chegaram ao Japão com a fama de fazerem ótimas campanhas mas, na hora das decisões, caírem pelo caminho.
As duas seleções evoluíram ao longo da competição e passaram sem dificuldades pelas quartas-de-final, com vitórias convincentes sobre adversários reconhecidamente fortes. Ambas chegam à semi com força e têm condições de ser campeãs.
Tem favorito?
Não. “Ah, mas a Argentina...”, diria algum entusiasta de Ginóbili. “A Espanha está muito bem”, defenderia um fã de Pau Gasol. Mas o jogo não tem favorito. Embora eu aposte nos espanhóis.
A receita para a Espanha:
A maior deficiência dos espanhóis em comparação com os rivais é na posição 3. Andrés Nocioni tem jogado muito e tornou-se uma alternativa dos argentinos quando Ginóbili está bem marcado. Tão importante quando anular o armador do San Antonio Spurs será marcar com efetividade o ala do Chicago Bulls.
Outra medida interessante (e imprescindível a meu ver) será marcar Pepe Sanchez sob pressão. Quanto menos tempo o armador tiver para pensar as jogadas ofensivas, melhor para os ibéricos.
A receita para a Argentina:
O caminho rumo à vitória passa por uma boa marcação do garrafão espanhol. Com Garbajosa em ótima fase e Pau Gasol no auge de sua forma, Luis Scola e Fabrício Oberto terão trabalho redobrado. Caso consiga anular a dupla, a Argentina dará um passo importante para a final.
Além do cuidado com os dois pivôs, é preciso ter atenção especial com os contra-ataques, puxados por Calderón e Navarro. Os dois armadores têm transformado a transição espanhola em arma fatal — foi assim que abriram vantagem contra Sérvia e Montenegro e Lituânia.
Torneio de consolação - mini-resumo, 31/8
Para não passar em branco, aí vão os jogos do “torneio de consolação”, que define entre 5º e 8º lugares. Sem me alongar muito, já que não houve transmissão dos jogos e o site da FIBA sequer os citava em seu calendário, vamos aos resultados:
Turquia 95 x 84 Lituânia
Os turcos venceram por 20 a 9 na prorrogação após empate em 75 pontos nos quartos regulamentares. Destaques individuais: na Turquia, Kurtoglu (24 pontos), Arslan (18 pontos e cinco assistências) e Gonlum (nove pontos e oito rebotes); na Lituânia, Songaila (17 pontos) e Kleiza (14 pontos e seis rebotes).
França 75 x 73 Alemanha
A Alemanha teve a chance de ganhar, mas cometeu três erros nos 18s finais. Os franceses seguraram Nowitzki o quanto puderam até que, no terceiro quarto, o ala alemão marcou 12 pontos e iniciou uma reação da equipe. As duas seleções se revezaram no placar até que os descuidos dos germânicos selaram a derrota. Destaques individuais: na França, Gomis (17 pontos), Turiaf (15 pontos e seis rebotes) e Diaw (13 pontos e oito rebotes); na Alemanha, Nowitzki (29 pontos e seis rebotes) e Okulaja (nove pontos e dez rebotes).
No sábado (2), Turquia e França jogam pelo quinto lugar às 4h30; Alemanha e Lituânia definem o sétimo posto às 7h30.
Turquia 95 x 84 Lituânia
Os turcos venceram por 20 a 9 na prorrogação após empate em 75 pontos nos quartos regulamentares. Destaques individuais: na Turquia, Kurtoglu (24 pontos), Arslan (18 pontos e cinco assistências) e Gonlum (nove pontos e oito rebotes); na Lituânia, Songaila (17 pontos) e Kleiza (14 pontos e seis rebotes).
França 75 x 73 Alemanha
A Alemanha teve a chance de ganhar, mas cometeu três erros nos 18s finais. Os franceses seguraram Nowitzki o quanto puderam até que, no terceiro quarto, o ala alemão marcou 12 pontos e iniciou uma reação da equipe. As duas seleções se revezaram no placar até que os descuidos dos germânicos selaram a derrota. Destaques individuais: na França, Gomis (17 pontos), Turiaf (15 pontos e seis rebotes) e Diaw (13 pontos e oito rebotes); na Alemanha, Nowitzki (29 pontos e seis rebotes) e Okulaja (nove pontos e dez rebotes).
No sábado (2), Turquia e França jogam pelo quinto lugar às 4h30; Alemanha e Lituânia definem o sétimo posto às 7h30.
Grécia x Estados Unidos: confronto de opostos
Fotos: AP Photo
O jogo:
Talvez nenhuma partida do Mundial até agora tenha colocado frente a frente escolas de basquete tão diferentes. Os gregos, com um estilo defensivo e que privilegia as ações coletivas — tanto no ataque quanto na defesa — destacam-se pela eficiência. Jogam de forma simples, mas vencem de modo categórico, anulando as principais armas do adversário.
Os Estados Unidos, ao contrário da equipe helênica, têm várias estrelas em seu grupo e baseiam suas ações no ataque na individualidade de seus melhores jogadores — como são muitos, os pontos acabam bem distribuídos, dando a impressão de que o time é um primor de coletividade. O que, embora não seja uma completa inverdade, não é comparável à solidariedade dos gregos.
Tem favorito?
Tem sim. Não adianta fugir à regra: a Grécia pode vencer, mas uma derrota norte-americana será surpreendente.
A receita para a Grécia:
Marcar por zona. Os norte-americanos já mostraram dificuldades para pontuar nesse tipo de defesa e os gregos sabem fazê-la muito bem. Evitar que os norte-americanos arremessem de três é fundamental, já que — em um dia inspirado — há muito jogadores capazes de desequilibrar o jogo neste fundamental.
Impedir o confronto dentro do garrafão também é essencial. Embora sejam esforçados e bons jogadores, os pivôs gregos (Papadopoulos e Schortsantidis) não suportam Elton Brand ou Dwight Howard em um bom dia e podem ficar carregados de faltas.
A receita para os Estados Unidos:
Usar a superioridade física e técnica de seus jogadores. Embora como equipe os ianques ainda não rendam tão bem quanto poderiam — mas têm melhorado com o tempo e nas Olimpíadas estará voando —, as estrelas são capazes de fazer a diferença. Em um dia inspirado de Dwyane Wade ou Lebron James (ou mesmo de um coadjuvante, como Brad Miller), é difícil para qualquer equipe vencê-los.
A concentração também é um fator importante. No primeiro tempo contra a Alemanha, os americanos pareciam confusos diante do bom esquema de marcação montado pelo time rival. Contra a Grécia, vacilos deste tipo dificilmente serão perdoados.
O jogo:
Talvez nenhuma partida do Mundial até agora tenha colocado frente a frente escolas de basquete tão diferentes. Os gregos, com um estilo defensivo e que privilegia as ações coletivas — tanto no ataque quanto na defesa — destacam-se pela eficiência. Jogam de forma simples, mas vencem de modo categórico, anulando as principais armas do adversário.
Os Estados Unidos, ao contrário da equipe helênica, têm várias estrelas em seu grupo e baseiam suas ações no ataque na individualidade de seus melhores jogadores — como são muitos, os pontos acabam bem distribuídos, dando a impressão de que o time é um primor de coletividade. O que, embora não seja uma completa inverdade, não é comparável à solidariedade dos gregos.
Tem favorito?
Tem sim. Não adianta fugir à regra: a Grécia pode vencer, mas uma derrota norte-americana será surpreendente.
A receita para a Grécia:
Marcar por zona. Os norte-americanos já mostraram dificuldades para pontuar nesse tipo de defesa e os gregos sabem fazê-la muito bem. Evitar que os norte-americanos arremessem de três é fundamental, já que — em um dia inspirado — há muito jogadores capazes de desequilibrar o jogo neste fundamental.
Impedir o confronto dentro do garrafão também é essencial. Embora sejam esforçados e bons jogadores, os pivôs gregos (Papadopoulos e Schortsantidis) não suportam Elton Brand ou Dwight Howard em um bom dia e podem ficar carregados de faltas.
A receita para os Estados Unidos:
Usar a superioridade física e técnica de seus jogadores. Embora como equipe os ianques ainda não rendam tão bem quanto poderiam — mas têm melhorado com o tempo e nas Olimpíadas estará voando —, as estrelas são capazes de fazer a diferença. Em um dia inspirado de Dwyane Wade ou Lebron James (ou mesmo de um coadjuvante, como Brad Miller), é difícil para qualquer equipe vencê-los.
A concentração também é um fator importante. No primeiro tempo contra a Alemanha, os americanos pareciam confusos diante do bom esquema de marcação montado pelo time rival. Contra a Grécia, vacilos deste tipo dificilmente serão perdoados.
Falta de aviso não foi!
As semifinais acontecem na próxima madrugada e, até agora, nenhuma surpresa. Antes do início do Mundial escrevi pequenos perfis das quatro seleções que considerava favoritas (e que acabaram chegando).
Vale à pena dar uma olhada, embora eu tenha dito alguns absurdos. Os perfis saíram da página principal, mas estão disponíveis aqui.
Mais tarde, com o tempo que é preciso para fazê-la, uma análise dos dois jogos que definirão as duas equipes finalistas.
Vale à pena dar uma olhada, embora eu tenha dito alguns absurdos. Os perfis saíram da página principal, mas estão disponíveis aqui.
Mais tarde, com o tempo que é preciso para fazê-la, uma análise dos dois jogos que definirão as duas equipes finalistas.
E sobre o aproveitamento nos palpites...
Não me esqueci. É que, na correria, não tive tempo de fazer os cálculos.
Pois vamos a eles: 51/60 na primeira fase; 5/8 nas oitavas; 4/4 nas quartas.
São 60 acertos em 74 partidas, aproveitamento de 81%. Longe da utópica marca de Steve Nash nos lances livres (91%), mas tecnicamente empatada — por exemplo — com as marcas de Kebin Garnett, Shawn Marion e Carmelo Anthony no mesmo quesito.
Correção: como bem me alertou o mais atento dos atentos, Charles Nisz, foram 72 partidas. Então, meu aproveitamento é de 83,3%. Nem me darei o trabalho de procurar quem tem uma média dessas de lances livres.
Mas poderei dizer (agora com margem de erro), que supero Garnett, Carmelo e Marion. Já na matemática, não ando superando ninguém...
Pois vamos a eles: 51/60 na primeira fase; 5/8 nas oitavas; 4/4 nas quartas.
São 60 acertos em 74 partidas, aproveitamento de 81%. Longe da utópica marca de Steve Nash nos lances livres (91%), mas tecnicamente empatada — por exemplo — com as marcas de Kebin Garnett, Shawn Marion e Carmelo Anthony no mesmo quesito.
Correção: como bem me alertou o mais atento dos atentos, Charles Nisz, foram 72 partidas. Então, meu aproveitamento é de 83,3%. Nem me darei o trabalho de procurar quem tem uma média dessas de lances livres.
Mas poderei dizer (agora com margem de erro), que supero Garnett, Carmelo e Marion. Já na matemática, não ando superando ninguém...
30.8.06
Ah, se fosse no meu tempo...
Eram 11h de quarta-feira quando o basquete voltou a virar assunto no Sportv. Um dia depois da participação de Lula Ferreira no “Arena”, trechos da entrevista do técnico foram (re)transmitidos.
Vi pela terceira vez. No estúdio do “Redação”, Rodrigo Alves — um dos primeiros responsáveis pelo meu entusiasmo com este blog; hoje há vários — Armando Nogueira, Marcelo Barreto, Aydano André Motta e Telmo Zanini, que alega ter sido campeão gaúcho de basquete na juventude.
Após o reprise das declarações de Lula, Telmo pede a palavra. Começa com um “No meu tempo...” e é interrompido por Barreto, em tom de brincadeira.
“No seu tempo não tinha cesta de três, não é, Telmo?”, indaga o sósia de Renato Aragão, bem humorado. Telmo emenda. “Não, não tinha. O jogo só tinha dois tempos, também. E no meu tempo, técnico que ficasse em 19º nem voltaria para casa, muito menos para a seleção”.
É, Telmo. Os tempos mudaram, mesmo.
Vi pela terceira vez. No estúdio do “Redação”, Rodrigo Alves — um dos primeiros responsáveis pelo meu entusiasmo com este blog; hoje há vários — Armando Nogueira, Marcelo Barreto, Aydano André Motta e Telmo Zanini, que alega ter sido campeão gaúcho de basquete na juventude.
Após o reprise das declarações de Lula, Telmo pede a palavra. Começa com um “No meu tempo...” e é interrompido por Barreto, em tom de brincadeira.
“No seu tempo não tinha cesta de três, não é, Telmo?”, indaga o sósia de Renato Aragão, bem humorado. Telmo emenda. “Não, não tinha. O jogo só tinha dois tempos, também. E no meu tempo, técnico que ficasse em 19º nem voltaria para casa, muito menos para a seleção”.
É, Telmo. Os tempos mudaram, mesmo.
Semifinais – quem pega quem?
Segue a tabela das semifinais. Dois jogos que prometem mostrar o que há de melhor no basquete da atualidade. Se a FIBA não mudar tudo de última hora (não deve mudar, fiquem tranqüilos), é isso aí:
1/9 – Sexta-feira
4h30 – Grécia x Estados Unidos
7h30 – Espanha x Argentina
1/9 – Sexta-feira
4h30 – Grécia x Estados Unidos
7h30 – Espanha x Argentina
Estados Unidos 85 x 65 Alemanha: agora, a estréia
AP Photo
Os Estados Unidos começaram mal, sem conseguem abrir vantagem. A equipe mostrou, mais uma vez, dificuldade para encarar marcação por zona. Os arremessos de três, uma das mais eficientes alternativas ofensivas em outras ocasiões, não caíram — foram apenas dez acertos em 40 (!!) tentativas.
Todas as frases acima são completamente verdadeiras e aconteceram no jogo desta quarta-feira (30), contra a Alemanha. Mas, com todas as falhas e mesmo marcando seu placar mais baixo no Mundial, o time norte-americano passou sem maiores problemas pela Alemanha e chegou às semifinais.
Pode parecer pouco — de fato é, falando do basquete estadunidense —, mas há quatro anos os ianques sequer chegaram a esta fase. Em casa, na cidade de Indianápolis, terminaram em uma discretíssima sexta posição.
Hoje, diante dos alemães, o time comportou-se de forma adequada para vencer, sem preocupação em dar show, fazer malabarismos ou humilhar o adversário. Bem postada, a Alemanha deu trabalho até o início do quarto período (vencido pelos americanos por 27 a 13). Mas, com Dirk Nowitzki muitíssimo bem marcado por Lebron James, a equipe esbarrou na limitação de seus ‘role players’.
Por mais esforçados que sejam, Steffen Hamann, Sven Schultze e Demond Greene não têm capacidade para suplantar um adversário muito superior, como é o caso dos norte-americanos.
Aos alemães, eliminados, fica o alerta: é preciso saber jogar sem Dirk. Na pior das hipóteses, aproveitar-se da marcação sobre o ala-pivô para abrir espaços na defesa rival.
Para os americanos, fica a certeza de que o Mundial começa agora. Contra a Grécia, pela primeira vez, a equipe de Coach K enfrentará uma seleção que tem chances de derrotá-la em condições normais.
Os Estados Unidos começaram mal, sem conseguem abrir vantagem. A equipe mostrou, mais uma vez, dificuldade para encarar marcação por zona. Os arremessos de três, uma das mais eficientes alternativas ofensivas em outras ocasiões, não caíram — foram apenas dez acertos em 40 (!!) tentativas.
Todas as frases acima são completamente verdadeiras e aconteceram no jogo desta quarta-feira (30), contra a Alemanha. Mas, com todas as falhas e mesmo marcando seu placar mais baixo no Mundial, o time norte-americano passou sem maiores problemas pela Alemanha e chegou às semifinais.
Pode parecer pouco — de fato é, falando do basquete estadunidense —, mas há quatro anos os ianques sequer chegaram a esta fase. Em casa, na cidade de Indianápolis, terminaram em uma discretíssima sexta posição.
Hoje, diante dos alemães, o time comportou-se de forma adequada para vencer, sem preocupação em dar show, fazer malabarismos ou humilhar o adversário. Bem postada, a Alemanha deu trabalho até o início do quarto período (vencido pelos americanos por 27 a 13). Mas, com Dirk Nowitzki muitíssimo bem marcado por Lebron James, a equipe esbarrou na limitação de seus ‘role players’.
Por mais esforçados que sejam, Steffen Hamann, Sven Schultze e Demond Greene não têm capacidade para suplantar um adversário muito superior, como é o caso dos norte-americanos.
Aos alemães, eliminados, fica o alerta: é preciso saber jogar sem Dirk. Na pior das hipóteses, aproveitar-se da marcação sobre o ala-pivô para abrir espaços na defesa rival.
Para os americanos, fica a certeza de que o Mundial começa agora. Contra a Grécia, pela primeira vez, a equipe de Coach K enfrentará uma seleção que tem chances de derrotá-la em condições normais.
Grécia 73 x 56 França: eficiência comprovada
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A partida que garantiu a Grécia na semifinal foi exatamente o que se esperava: poucas jogadas de efeito, placar baixo e duas equipes que apostam suas forças na defesa e no jogo coletivo. No fim, melhor para os helênicos que — com seu basquete pouco vistoso, mas muito eficiente — chegam entre os quatro melhores do Mundial.
Com os dois times marcando bem, o início foi das boas defesas. No fim do primeiro quarto o time treinado por Panagiotis Iannakis vencia por míseros 12 a 8. A partir de então, passou a administrar a vantagem, que chegou a dez pontos no fim do terceiro período — 53 a 43.
Qualquer chance de reação francesa foi minada logo no início do quarto final, quando os gregos aumentaram a diferença para 17 pontos. Com atuação destacada de Diamantidis — 13 pontos, oito rebotes, cinco assistências e um belo toco em um arremesso de três pontos — a atual campeã européia esteve longe do basquete que apresentou, por exemplo, contra a China, nas oitavas-de-final.
Os franceses, que sentiram a falta de Tony Parker durante toda a competição, foram novamente apáticos. Uma marca, aliás, presente em todos os jogos da equipe, que perdeu para o Líbano na primeira fase e só passou dos 80 pontos uma vez, quando bateu a Venezuela por 81 a 61 (única vitória por mais de dez pontos, também).
A França se foi e o Mundial agora é das quatro favoritas (alguém duvida de vitória norte-americana?). Outra pergunta, creio que muito pertinente: quem sentirá falta dos franceses?
A partida que garantiu a Grécia na semifinal foi exatamente o que se esperava: poucas jogadas de efeito, placar baixo e duas equipes que apostam suas forças na defesa e no jogo coletivo. No fim, melhor para os helênicos que — com seu basquete pouco vistoso, mas muito eficiente — chegam entre os quatro melhores do Mundial.
Com os dois times marcando bem, o início foi das boas defesas. No fim do primeiro quarto o time treinado por Panagiotis Iannakis vencia por míseros 12 a 8. A partir de então, passou a administrar a vantagem, que chegou a dez pontos no fim do terceiro período — 53 a 43.
Qualquer chance de reação francesa foi minada logo no início do quarto final, quando os gregos aumentaram a diferença para 17 pontos. Com atuação destacada de Diamantidis — 13 pontos, oito rebotes, cinco assistências e um belo toco em um arremesso de três pontos — a atual campeã européia esteve longe do basquete que apresentou, por exemplo, contra a China, nas oitavas-de-final.
Os franceses, que sentiram a falta de Tony Parker durante toda a competição, foram novamente apáticos. Uma marca, aliás, presente em todos os jogos da equipe, que perdeu para o Líbano na primeira fase e só passou dos 80 pontos uma vez, quando bateu a Venezuela por 81 a 61 (única vitória por mais de dez pontos, também).
A França se foi e o Mundial agora é das quatro favoritas (alguém duvida de vitória norte-americana?). Outra pergunta, creio que muito pertinente: quem sentirá falta dos franceses?
E não é que culparam os "detalhes"?
Assisto pela segunda vez ao Arena Sportv e ainda não me descem algumas coisas. O fracasso do Brasil no Mundial é visto — eu temia por isso, confesso — como fruto de um grupo complicado e de “detalhes decisivos”.
“Perder na estréia complicou demais o nosso caminho”, disse o técnico Lula Ferreira (aquele que tem “dor na alma”), referindo-se ao jogo contra a Austrália, a pior exibição da equipe no torneio. “Não só por perdermos, mas pela maneira como aconteceu”.
Certo. Concordei com Lula uma vez. Mas... e aí? Por que jogamos mal contra a Austrália? Não conhecíamos o estilo australiano? Não foi esta a justificativa (errada, diga-se) para fazer cinco amistosos contra a Nova Zelândia?
Agora, vamos à hora de fazer contas. O Brasil jogou recentemente — na fase de preparação e no Mundial — contra sete seleções que se classificaram para as quartas-de-final. Perdeu todas. Só não enfrentou a Espanha. E alguém dúvida qual seria o resultado?
Depois, Hortência levantou a bandeira de um técnico exclusivo para a seleção. Concordo. A CBB, também. Mas o nome escolhido será o Lula. Nada de renovação, ou de técnico estrangeiro.
Lá vai o comandante, com dor na alma, rumo a mais um Pan-americano (e devemos ganhar, o famoso engana-trouxa), Pré-Olímpico, Mundial...
“Perder na estréia complicou demais o nosso caminho”, disse o técnico Lula Ferreira (aquele que tem “dor na alma”), referindo-se ao jogo contra a Austrália, a pior exibição da equipe no torneio. “Não só por perdermos, mas pela maneira como aconteceu”.
Certo. Concordei com Lula uma vez. Mas... e aí? Por que jogamos mal contra a Austrália? Não conhecíamos o estilo australiano? Não foi esta a justificativa (errada, diga-se) para fazer cinco amistosos contra a Nova Zelândia?
Agora, vamos à hora de fazer contas. O Brasil jogou recentemente — na fase de preparação e no Mundial — contra sete seleções que se classificaram para as quartas-de-final. Perdeu todas. Só não enfrentou a Espanha. E alguém dúvida qual seria o resultado?
Depois, Hortência levantou a bandeira de um técnico exclusivo para a seleção. Concordo. A CBB, também. Mas o nome escolhido será o Lula. Nada de renovação, ou de técnico estrangeiro.
Lá vai o comandante, com dor na alma, rumo a mais um Pan-americano (e devemos ganhar, o famoso engana-trouxa), Pré-Olímpico, Mundial...
29.8.06
Cada um tem a dor que merece
"O técnico tem de ser o Lula, por que ele está com dor na alma"
Alberto Bial, técnico e comentarista de basquete, no programa Arena Sportv desta terça-feira (29), que teve participação do treinador da seleção, além da ex-jogadora Hortência.
Aí eu pergunto: “dor na alma” é justificativa para assinar um atestado de continuísmo e tirar a chance de outros coordenarem a seleção?
E pergunto de novo: se Lula está com “dor na alma”, nós — que apoiamos e amamos este esporte —, estamos com dor onde? (temo pelas respostas!)
O programa teve outros absurdos. Vamos listá-los na caixa de comentários e nos posts seguintes.
Alberto Bial, técnico e comentarista de basquete, no programa Arena Sportv desta terça-feira (29), que teve participação do treinador da seleção, além da ex-jogadora Hortência.
Aí eu pergunto: “dor na alma” é justificativa para assinar um atestado de continuísmo e tirar a chance de outros coordenarem a seleção?
E pergunto de novo: se Lula está com “dor na alma”, nós — que apoiamos e amamos este esporte —, estamos com dor onde? (temo pelas respostas!)
O programa teve outros absurdos. Vamos listá-los na caixa de comentários e nos posts seguintes.
Comando da madrugada, 30/8
Fotos: AP Photo
4h30 – Grécia x França (ESPN Brasil e Sportv)
Depois de duas lavadas nos dos primeiros jogos das quartas-de-final, chegamos a uma pedreira. Para assistir Grécia e França, prepare-se: dificilmente verá espetaculares jogadas individuais, placares beirando a casa dos cem pontos e alto aproveitamento nos arremessos de quadra.
As duas seleções destacam-se pelo jogo coletivo e por sistemas de defesa que complicam o ataque do adversário. Resultado: placares pouco generosos e cestinhas modestos.
A França, por exemplo, tem média de 70,2 pontos marcados por jogo, a 19ª no Mundial. Em compensação, sofreu apenas 65,1 por partida, a melhor média entre todas as seleções participantes. O maior pontuador e Boris Diaw, do Phoenix Suns, com 12,8.
Os gregos — que venceram a China por 95 a 64 nas oitavas, seu maior placar no torneio — fazem 83,1 pontos e sofrem 70,3 por confronto. Vasileios Spanoulis, recém-contratado pelo Houston Rockets, é o cestinha, com média de 11,3.
No Campeonato Europeu do ano passado, as duas seleções se encontraram nas semifinais. Vitória dos gregos por 67 a 66. Na ocasião, os franceses estavam sem seu astro maior, Tony Parker — agora, também estão.
Pela capacidade de leitura de jogo adversário — evidenciada contra a China — aposto em vitória dos gregos. Tem tudo para ser jogo duro, e feio às vezes, mas se os franceses se descuidarem, podem levar uma sapatada histórica.
7h30 – Estados Unidos x Alemanha (ESPN Brasil e Sportv)
Desde o início do Mundial tenho batido na mesma tecla: jogo difícil para os Estados Unidos, só a partir das semifinais. Após uma campanha tranqüila na primeira fase — cinco vitórias em cinco jogos — os ianques pegaram a Austrália pelo caminho nas oitavas: massacraram por 40 pontos de diferença (assustadoramente a exata quantia que eu havia previsto).
A Alemanha tem um caminho oposto nos últimos jogos. Para ficar em segundo no Grupo B, teve de vencer Angola após três prorrogações. Contra a Nigéria, na segunda fase, vitória por um ponto de diferença, com a posse de bola nas mãos do adversário no fim.
A disparidade entre as duas seleções fica evidenciada, também, pelo plantel de jogadores. Enquanto a Alemanha tem Dirk Nowitzki como estrela solitária, os norte-americanos formam uma constelação inteira. Uma seleção jovem, mas composta pelo que haverá de melhor na NBA daqui a cinco ou dez anos — Lebron James, Carmelo Anthony, Chris Bosh, Dwyane Wade e Dwight Howard, para citar cinco que podem estar em quadra ao mesmo tempo.
Os estadunidenses apresentaram alguns defeitos até agora: dificuldade para passar por marcação zona, defesa passiva no perímetro (levam em média 83,5 pontos por jogo) e alguns momentos de completo “apagão” — segundo quarto contra a Itália (11 a 26), por exemplo.
Mas nenhuma das três falhas é tão grave a ponto de se pensar em derrota para os alemães. Principalmente se Dirk Nowitzki for bem marcado. E opções para fazê-lo não faltam ao técnico Mike Krzyzewski.
4h30 – Grécia x França (ESPN Brasil e Sportv)
Depois de duas lavadas nos dos primeiros jogos das quartas-de-final, chegamos a uma pedreira. Para assistir Grécia e França, prepare-se: dificilmente verá espetaculares jogadas individuais, placares beirando a casa dos cem pontos e alto aproveitamento nos arremessos de quadra.
As duas seleções destacam-se pelo jogo coletivo e por sistemas de defesa que complicam o ataque do adversário. Resultado: placares pouco generosos e cestinhas modestos.
A França, por exemplo, tem média de 70,2 pontos marcados por jogo, a 19ª no Mundial. Em compensação, sofreu apenas 65,1 por partida, a melhor média entre todas as seleções participantes. O maior pontuador e Boris Diaw, do Phoenix Suns, com 12,8.
Os gregos — que venceram a China por 95 a 64 nas oitavas, seu maior placar no torneio — fazem 83,1 pontos e sofrem 70,3 por confronto. Vasileios Spanoulis, recém-contratado pelo Houston Rockets, é o cestinha, com média de 11,3.
No Campeonato Europeu do ano passado, as duas seleções se encontraram nas semifinais. Vitória dos gregos por 67 a 66. Na ocasião, os franceses estavam sem seu astro maior, Tony Parker — agora, também estão.
Pela capacidade de leitura de jogo adversário — evidenciada contra a China — aposto em vitória dos gregos. Tem tudo para ser jogo duro, e feio às vezes, mas se os franceses se descuidarem, podem levar uma sapatada histórica.
7h30 – Estados Unidos x Alemanha (ESPN Brasil e Sportv)
Desde o início do Mundial tenho batido na mesma tecla: jogo difícil para os Estados Unidos, só a partir das semifinais. Após uma campanha tranqüila na primeira fase — cinco vitórias em cinco jogos — os ianques pegaram a Austrália pelo caminho nas oitavas: massacraram por 40 pontos de diferença (assustadoramente a exata quantia que eu havia previsto).
A Alemanha tem um caminho oposto nos últimos jogos. Para ficar em segundo no Grupo B, teve de vencer Angola após três prorrogações. Contra a Nigéria, na segunda fase, vitória por um ponto de diferença, com a posse de bola nas mãos do adversário no fim.
A disparidade entre as duas seleções fica evidenciada, também, pelo plantel de jogadores. Enquanto a Alemanha tem Dirk Nowitzki como estrela solitária, os norte-americanos formam uma constelação inteira. Uma seleção jovem, mas composta pelo que haverá de melhor na NBA daqui a cinco ou dez anos — Lebron James, Carmelo Anthony, Chris Bosh, Dwyane Wade e Dwight Howard, para citar cinco que podem estar em quadra ao mesmo tempo.
Os estadunidenses apresentaram alguns defeitos até agora: dificuldade para passar por marcação zona, defesa passiva no perímetro (levam em média 83,5 pontos por jogo) e alguns momentos de completo “apagão” — segundo quarto contra a Itália (11 a 26), por exemplo.
Mas nenhuma das três falhas é tão grave a ponto de se pensar em derrota para os alemães. Principalmente se Dirk Nowitzki for bem marcado. E opções para fazê-lo não faltam ao técnico Mike Krzyzewski.
Argentina 83 x 58 Turquia: alguém ainda duvida?
AP Photo
Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre a qualidade da seleção da Argentina, não tem mais. Depois de passar sem brilho pela Nova Zelândia nas oitavas-de-final, a campeã olímpica fez justiça a seu favoritismo diante da Turquia. Tal qual a Espanha, horas antes, a equipe matou o jogo no começo. Não deu chance para uma eventual zebra.
Antes mesmo de a bola subir, a impressão é que as duas seleções entravam em quadra com pensamentos e momentos diametralmente opostos. Para a Argentina, o Mundial começaria de fato hoje, dia em que precisariam jogar a pleno vapor; os turcos viam a partida das quartas-de-final como um prêmio por sua ótima e surpreendente campanha. Para os sul-americanos, a vitória era obrigação; para os euro-asiáticos, sonho.
Desde os primeiros minutos ficou clara a superioridade de nossos vizinhos, que abriram 7 a 0. Os turcos demoraram três minutos para marcarem seus primeiros pontos, com o competente Cenk Akyol, 19 anos, uma das apostas da seleção para fazer boa campanha quando sediar o Mundial, em 2010.
O primeiro quarto terminou com vantagem de nove pontos para os argentinos — 25 a 16. Destaque para o armador Pepe Sanchez, um exemplo clássico de jogador na posição 1, que se preocupa muito mais em montar a equipe em quadra do que em anabolizar suas estatísticas para consumo externo.
Os turcos, que começaram a partida com disposição para diminuir a diferença de pontos — chegaram a liderar o jogo por 5s ainda no primeiro quarto —, desanimaram quando começou o segundo período. A defesa argentina inibia os arremessos de média e longa distância. Quando saíam, raramente eles encontravam a cesta adversária (o aproveitamento de três pontos foi de 32%; de dois pontos, 40%).
O primeiro tempo virou com 43 a 23 para os sul-americanos. Só um acidente de percurso no terceiro quarto recolocaria a seleção da Turquia e volta no jogo. Não houve acidente algum. Revezando todos os seus jogadores, a Argentina abriu ainda mais e chegou ao período final com 35 pontos de vantagem.
Sem esperanças, os turcos esperavam o fim da agonia. Os argentinos apenas administravam a vantagem, que caiu dez pontos nos minutos finais, pensando na partida contra a Espanha, nas semifinais. Quando, certamente, não terão a mesma facilidade.
Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre a qualidade da seleção da Argentina, não tem mais. Depois de passar sem brilho pela Nova Zelândia nas oitavas-de-final, a campeã olímpica fez justiça a seu favoritismo diante da Turquia. Tal qual a Espanha, horas antes, a equipe matou o jogo no começo. Não deu chance para uma eventual zebra.
Antes mesmo de a bola subir, a impressão é que as duas seleções entravam em quadra com pensamentos e momentos diametralmente opostos. Para a Argentina, o Mundial começaria de fato hoje, dia em que precisariam jogar a pleno vapor; os turcos viam a partida das quartas-de-final como um prêmio por sua ótima e surpreendente campanha. Para os sul-americanos, a vitória era obrigação; para os euro-asiáticos, sonho.
Desde os primeiros minutos ficou clara a superioridade de nossos vizinhos, que abriram 7 a 0. Os turcos demoraram três minutos para marcarem seus primeiros pontos, com o competente Cenk Akyol, 19 anos, uma das apostas da seleção para fazer boa campanha quando sediar o Mundial, em 2010.
O primeiro quarto terminou com vantagem de nove pontos para os argentinos — 25 a 16. Destaque para o armador Pepe Sanchez, um exemplo clássico de jogador na posição 1, que se preocupa muito mais em montar a equipe em quadra do que em anabolizar suas estatísticas para consumo externo.
Os turcos, que começaram a partida com disposição para diminuir a diferença de pontos — chegaram a liderar o jogo por 5s ainda no primeiro quarto —, desanimaram quando começou o segundo período. A defesa argentina inibia os arremessos de média e longa distância. Quando saíam, raramente eles encontravam a cesta adversária (o aproveitamento de três pontos foi de 32%; de dois pontos, 40%).
O primeiro tempo virou com 43 a 23 para os sul-americanos. Só um acidente de percurso no terceiro quarto recolocaria a seleção da Turquia e volta no jogo. Não houve acidente algum. Revezando todos os seus jogadores, a Argentina abriu ainda mais e chegou ao período final com 35 pontos de vantagem.
Sem esperanças, os turcos esperavam o fim da agonia. Os argentinos apenas administravam a vantagem, que caiu dez pontos nos minutos finais, pensando na partida contra a Espanha, nas semifinais. Quando, certamente, não terão a mesma facilidade.
Espanha 89 x 67 Lituânia: estranhamente fácil
AP Photo
A Espanha é a primeira semifinalista do Mundial. Com uma inesperada tranqüilidade desde o início do jogo, a equipe não teve problemas para superar a Lituânia, que fez de longe sua pior partida no torneio e em momento algum mostrou ter condições de vencer.
O primeiro quarto terminou com 28 a 11 para os ibéricos, que administraram a vantagem durante os três períodos seguintes. Com a folga no placar, a equipe pôde testar novas rotações, colocando seus 12 jogadores em quadra.
Do outro lado, um adversário surpreendentemente fraco, entregue desde que a bola subiu. Para superar os espanhóis, os lituanos precisariam — além de manter a ótima defesa mostrada nas oitavas-de-final — acertar as bolas de três, um dos fundamentos em que sempre se destacaram, mas que nesta edição do campeonato ficou longe de desequilibrar a seu favor.
Pois os bálticos não conseguiram nem uma coisa, nem outra.
Defensivamente, não frearam a competência do ataque espanhol. Além da tradicional inteligência ofensiva de seus armadores e do ótimo Pau Gasol, uma referência no garrafão, os adversários abusaram dos contra-ataques, terminando com jogadas de efeito que levantavam o ginásio de Saitama.
No setor ofensivo, a situação foi ainda pior. O armador Arvydas Macijauskas, cérebro da equipe, tentou apenas dois arremessos em todo o jogo. Saiu de quadra zerado, com cinco erros em apenas 21 minutos de participação.
Comparar o número de bolas perdidas e recuperadas pelas duas seleções é desleal: enquanto a Espanha roubou 17 bolas e cometeu 11 erros, os lituanos perderam 28 posses e só recuperaram três.
Pelo lado espanhol, destaque para a dupla Juan Carlos Navarro e Pau Gasol. O armador fez 22 pontos e três assistências; o pivô foi o cestinha da partida, com 25 pontos, somou nove rebotes e três tocos.
Na Lituânia, Darjus Lavrinovic terminou com 17 pontos. Linas Kleiza também merece menção, com double-double de 15 pontos e 14 rebotes.
A Espanha é a primeira semifinalista do Mundial. Com uma inesperada tranqüilidade desde o início do jogo, a equipe não teve problemas para superar a Lituânia, que fez de longe sua pior partida no torneio e em momento algum mostrou ter condições de vencer.
O primeiro quarto terminou com 28 a 11 para os ibéricos, que administraram a vantagem durante os três períodos seguintes. Com a folga no placar, a equipe pôde testar novas rotações, colocando seus 12 jogadores em quadra.
Do outro lado, um adversário surpreendentemente fraco, entregue desde que a bola subiu. Para superar os espanhóis, os lituanos precisariam — além de manter a ótima defesa mostrada nas oitavas-de-final — acertar as bolas de três, um dos fundamentos em que sempre se destacaram, mas que nesta edição do campeonato ficou longe de desequilibrar a seu favor.
Pois os bálticos não conseguiram nem uma coisa, nem outra.
Defensivamente, não frearam a competência do ataque espanhol. Além da tradicional inteligência ofensiva de seus armadores e do ótimo Pau Gasol, uma referência no garrafão, os adversários abusaram dos contra-ataques, terminando com jogadas de efeito que levantavam o ginásio de Saitama.
No setor ofensivo, a situação foi ainda pior. O armador Arvydas Macijauskas, cérebro da equipe, tentou apenas dois arremessos em todo o jogo. Saiu de quadra zerado, com cinco erros em apenas 21 minutos de participação.
Comparar o número de bolas perdidas e recuperadas pelas duas seleções é desleal: enquanto a Espanha roubou 17 bolas e cometeu 11 erros, os lituanos perderam 28 posses e só recuperaram três.
Pelo lado espanhol, destaque para a dupla Juan Carlos Navarro e Pau Gasol. O armador fez 22 pontos e três assistências; o pivô foi o cestinha da partida, com 25 pontos, somou nove rebotes e três tocos.
Na Lituânia, Darjus Lavrinovic terminou com 17 pontos. Linas Kleiza também merece menção, com double-double de 15 pontos e 14 rebotes.
28.8.06
Comando da madrugada, 29/8
Fotos: AP Photo e AFP
4h30 — Espanha x Lituânia (ESPN Brasil e Sportv)
A Espanha tem mostrado, ao lado dos Estados Unidos, o melhor basquete do Mundial até agora. É impressionante a lucidez da equipe: no ataque, o time espanhol parece saber sempre o que fazer com a bola, selecionando bem os arremessos e explorando a qualidade de Pau Gasol. Na defesa, também mostram qualidade, embora não seja esta sua característica principal.
Os lituanos, por sua vez, têm crescido durante o torneio e são sempre perigosos. Até agora, os arremessos de três — uma das maiores características da seleção — ainda não caíram. O aproveitamento do time (31,7%) é o 16º entre os participantes. Se Macijauskas e companhia começarem a acertar, podem equilibrar o confronto.
Contudo, em condições normais, a Espanha é favorita. Mas não terá vida fácil.
7h30 — Argentina x Turquia (ESPN Brasil e Sportv)
As duas equipes chegam ao confronto em condições diferentes. Para a Argentina, favorita à vitória e uma das candidatas ao título, é o jogo para mostrar plenamente o basquete que consagrou esta geração campeã olímpica. A impressão que fica é que, até agora, os sul-americanos não precisaram jogar no máximo de sua capacidade para vencer as seis primeiras partidas.
Do lado turco, a história é diferente. Contra todos os prognósticos, o time passou de convidado pela FIBA a segundo colocado no Grupo C. Com uma geração jovem, impressionou com vitórias sobre Brasil e Lituânia. Nas oitavas, foi a vez de a Eslovênia ser a vítima de Erdogan, Akyol e companhia. Mas a impressão é de que chegaram ao máximo que poderiam ir.
Os argentinos entram como favoritos, mas terão de jogar mais do que nas partidas anteriores; o que não deve ser muito difícil. Os turcos, azarões, precisam repetir o que fizeram até agora; o que não deve ser muito fácil.
4h30 — Espanha x Lituânia (ESPN Brasil e Sportv)
A Espanha tem mostrado, ao lado dos Estados Unidos, o melhor basquete do Mundial até agora. É impressionante a lucidez da equipe: no ataque, o time espanhol parece saber sempre o que fazer com a bola, selecionando bem os arremessos e explorando a qualidade de Pau Gasol. Na defesa, também mostram qualidade, embora não seja esta sua característica principal.
Os lituanos, por sua vez, têm crescido durante o torneio e são sempre perigosos. Até agora, os arremessos de três — uma das maiores características da seleção — ainda não caíram. O aproveitamento do time (31,7%) é o 16º entre os participantes. Se Macijauskas e companhia começarem a acertar, podem equilibrar o confronto.
Contudo, em condições normais, a Espanha é favorita. Mas não terá vida fácil.
7h30 — Argentina x Turquia (ESPN Brasil e Sportv)
As duas equipes chegam ao confronto em condições diferentes. Para a Argentina, favorita à vitória e uma das candidatas ao título, é o jogo para mostrar plenamente o basquete que consagrou esta geração campeã olímpica. A impressão que fica é que, até agora, os sul-americanos não precisaram jogar no máximo de sua capacidade para vencer as seis primeiras partidas.
Do lado turco, a história é diferente. Contra todos os prognósticos, o time passou de convidado pela FIBA a segundo colocado no Grupo C. Com uma geração jovem, impressionou com vitórias sobre Brasil e Lituânia. Nas oitavas, foi a vez de a Eslovênia ser a vítima de Erdogan, Akyol e companhia. Mas a impressão é de que chegaram ao máximo que poderiam ir.
Os argentinos entram como favoritos, mas terão de jogar mais do que nas partidas anteriores; o que não deve ser muito difícil. Os turcos, azarões, precisam repetir o que fizeram até agora; o que não deve ser muito fácil.
Os melhores das oitavas-de-final
Fim das oitavas-de-final e vamos aos líderes nas estatísticas individuais e por seleções. Entre os atletas, destaque para Pau Gasol e Darko Milicic, os melhores em rebotes e tocos. Os dois pivôs protagonizaram o maior duelo entre jogadores do Mundial, na vitória dos espanhóis sobre os atuais campeões.
Nos números das equipes, duas observações que acho pertinentes: a altíssima pontuação dos Estados Unidos, 113 contra a Austrália, e o número de bola perdidas da seleção grega — apenas duas, um número baixíssimo para o padrão internacional.
Confira abaixo a lista dos melhores:
Atletas
Pontos:
Emanuel Ginóbili (ARG), 28
Rebotes:
Pau Gasol (ESP) e Darko Milicic (SER), 15
Tocos:
Paul Gasol (ESP), Dwight Howard (EUA), Ekene Ibekwe (NIG), Darko Milicic (SER) e Fatih Solak (TUR), 3
Assistências:
Olimpico Cipriano (ANG), 7
Roubadas de bola:
Theodoros Papaloukas (GRE), 5
Seleções
Pontos:
Estados Unidos, 113
Arremessos de quadra:
Turquia, 54,2%
Arremessos de três pontos:
Estados Unidos, 51,9%
Lances livres:
Sérvia e Montenegro, 91,7%
Rebotes:
Argentina e Espanha, 40
Bolas perdidas (menos):
Grécia, 2
Nos números das equipes, duas observações que acho pertinentes: a altíssima pontuação dos Estados Unidos, 113 contra a Austrália, e o número de bola perdidas da seleção grega — apenas duas, um número baixíssimo para o padrão internacional.
Confira abaixo a lista dos melhores:
Atletas
Pontos:
Emanuel Ginóbili (ARG), 28
Rebotes:
Pau Gasol (ESP) e Darko Milicic (SER), 15
Tocos:
Paul Gasol (ESP), Dwight Howard (EUA), Ekene Ibekwe (NIG), Darko Milicic (SER) e Fatih Solak (TUR), 3
Assistências:
Olimpico Cipriano (ANG), 7
Roubadas de bola:
Theodoros Papaloukas (GRE), 5
Seleções
Pontos:
Estados Unidos, 113
Arremessos de quadra:
Turquia, 54,2%
Arremessos de três pontos:
Estados Unidos, 51,9%
Lances livres:
Sérvia e Montenegro, 91,7%
Rebotes:
Argentina e Espanha, 40
Bolas perdidas (menos):
Grécia, 2
Grécia 95 x 64 China: um time que sabe vencer
AP Photo
Entre as quatro seleções apontadas com favoritas, a Grécia é a mais discreta. Sem estrelas e com jogo extremamente coletivo, parece frágil em determinados momentos da partida. A impressão é de que — por não ter um grande astro — ninguém chamará a responsabilidade para definir a partida.
O time helênico tem, contudo, algo que é imprescindível a uma seleção que pretende chegar a algum lugar: uma coletânea de variações táticas que podem mudar a cara de um jogo. Foi assim que conseguiram vencer a China e passar às quartas-de-final do Mundial.
Baseados no jogo de garrafão e aproveitando-se da presença imponente de Yao Ming, os chineses começaram na frente e fecharam o primeiro quarto com 18 a 11. Diante da apatia dos gregos, a vantagem poderia ter sido ainda maior. Os asiáticos não souberam aproveitar a chance.
Foi então que os atuais campeões europeus mudaram a cara do jogo. Passaram a marcar pressão na quadra adversária. A alteração forçou os chineses a tirarem Yao Ming do garrafão — o pivô passou a buscar mais jogo, apresentando-se como opção fora da área pintada.
Em um time tão coletivamente efetivo é difícil escolher os destaques, mas pode-se dizer que o pivô Sofoklis Schortsianitis e o armador Theodoros Papaloukas tiveram importância fundamental. O primeiro porque se portou muito bem contra Yao Ming e Yi Jianlian, anulando a principal arma chinesa; o segundo, pela precisão nos arremessos — 9/13 entre os lances de quadra — pelas seis assistências e cinco roubadas de bola.
Com o garrafão neutralizado ainda no segundo quarto, a China virou pressa fácil. No fim da primeira metade de jogo, o placar já apontava vantagem grega: 41 a 36.
O período seguinte matou qualquer possibilidade de reação: 26 a 6 em favor dos helênicos, que tiveram 50% de aproveitamento nos três pontos e superaram o adversário até nos rebotes (Ming pegou oito nos dois primeiros quartos, depois sumiu).
A Grécia enfrenta a França, no duelo das defesas. Uma legítima amostra do que há de mais moderno no basquete europeu.
Entre as quatro seleções apontadas com favoritas, a Grécia é a mais discreta. Sem estrelas e com jogo extremamente coletivo, parece frágil em determinados momentos da partida. A impressão é de que — por não ter um grande astro — ninguém chamará a responsabilidade para definir a partida.
O time helênico tem, contudo, algo que é imprescindível a uma seleção que pretende chegar a algum lugar: uma coletânea de variações táticas que podem mudar a cara de um jogo. Foi assim que conseguiram vencer a China e passar às quartas-de-final do Mundial.
Baseados no jogo de garrafão e aproveitando-se da presença imponente de Yao Ming, os chineses começaram na frente e fecharam o primeiro quarto com 18 a 11. Diante da apatia dos gregos, a vantagem poderia ter sido ainda maior. Os asiáticos não souberam aproveitar a chance.
Foi então que os atuais campeões europeus mudaram a cara do jogo. Passaram a marcar pressão na quadra adversária. A alteração forçou os chineses a tirarem Yao Ming do garrafão — o pivô passou a buscar mais jogo, apresentando-se como opção fora da área pintada.
Em um time tão coletivamente efetivo é difícil escolher os destaques, mas pode-se dizer que o pivô Sofoklis Schortsianitis e o armador Theodoros Papaloukas tiveram importância fundamental. O primeiro porque se portou muito bem contra Yao Ming e Yi Jianlian, anulando a principal arma chinesa; o segundo, pela precisão nos arremessos — 9/13 entre os lances de quadra — pelas seis assistências e cinco roubadas de bola.
Com o garrafão neutralizado ainda no segundo quarto, a China virou pressa fácil. No fim da primeira metade de jogo, o placar já apontava vantagem grega: 41 a 36.
O período seguinte matou qualquer possibilidade de reação: 26 a 6 em favor dos helênicos, que tiveram 50% de aproveitamento nos três pontos e superaram o adversário até nos rebotes (Ming pegou oito nos dois primeiros quartos, depois sumiu).
A Grécia enfrenta a França, no duelo das defesas. Uma legítima amostra do que há de mais moderno no basquete europeu.
27.8.06
França 68 x 62 Angola: dá-lhe "retranca"
AP Photo
A França não muda, mesmo. As seis partidas disputadas pela equipe no Mundial — quatro vitórias e duas derrotas — atestaram: quem quiser assistir a um basquete ofensivo, com lances plasticamente bonitos e placares altos, é melhor caçar outro jogo.
O estilo francês, baseado em defesa sólida e valorização da posse de bola, deu certo mais uma vez nas oitavas-de-final. A vítima foi Angola, uma das surpresas do torneio, que vinha de duas derrotas apertadas para Espanha e Alemanha — esta, após três prorrogações.
Os europeus abriram vantagem desde o início, mas não conseguiram deslanchar a ponto de garantir a vitória. Nos minutos finais, os angolanos — que chegaram a ficar 17 pontos atrás — reduziram a diferença para apenas quatro.
Foi aí que apareceu o armador Aymeric Jeanneau, substituto de Tony Parker, afastado do Mundial após uma fratura no dedo durante a preparação. O antigo reserva, como sempre recebia a primeira bola ainda na quadra defensiva, foi alvo das faltas que os angolanos faziam para se recuperarem no placar.
A estratégia não deu certo graças à precisão de Jeanneau nos lances livres. Foram seis acertos nos 37s finais. Um balde de água fria na competente seleção angolana, que esbarrou na marcação francesa e não conseguiu impor ser jogo ofensivo.
Mesmo com a derrota, os africanos deram seu recado: colocaram duas seleções entre as 16 melhores do mundo e ambas fizeram boas partidas contra forças européias. Vale lembrar — sempre vale — que a América do Sul teve apenas a Argentina na segunda fase.
A França enfrenta agora a Grécia. Uma seleção que prima pelo jogo coletivo e, tal qual os franceses, tem uma boa defesa. Um duelo interessante, sem dúvida.
A França não muda, mesmo. As seis partidas disputadas pela equipe no Mundial — quatro vitórias e duas derrotas — atestaram: quem quiser assistir a um basquete ofensivo, com lances plasticamente bonitos e placares altos, é melhor caçar outro jogo.
O estilo francês, baseado em defesa sólida e valorização da posse de bola, deu certo mais uma vez nas oitavas-de-final. A vítima foi Angola, uma das surpresas do torneio, que vinha de duas derrotas apertadas para Espanha e Alemanha — esta, após três prorrogações.
Os europeus abriram vantagem desde o início, mas não conseguiram deslanchar a ponto de garantir a vitória. Nos minutos finais, os angolanos — que chegaram a ficar 17 pontos atrás — reduziram a diferença para apenas quatro.
Foi aí que apareceu o armador Aymeric Jeanneau, substituto de Tony Parker, afastado do Mundial após uma fratura no dedo durante a preparação. O antigo reserva, como sempre recebia a primeira bola ainda na quadra defensiva, foi alvo das faltas que os angolanos faziam para se recuperarem no placar.
A estratégia não deu certo graças à precisão de Jeanneau nos lances livres. Foram seis acertos nos 37s finais. Um balde de água fria na competente seleção angolana, que esbarrou na marcação francesa e não conseguiu impor ser jogo ofensivo.
Mesmo com a derrota, os africanos deram seu recado: colocaram duas seleções entre as 16 melhores do mundo e ambas fizeram boas partidas contra forças européias. Vale lembrar — sempre vale — que a América do Sul teve apenas a Argentina na segunda fase.
A França enfrenta agora a Grécia. Uma seleção que prima pelo jogo coletivo e, tal qual os franceses, tem uma boa defesa. Um duelo interessante, sem dúvida.
Estados Unidos 113 x 73 Austrália: dever de casa
AP Photo
O massacre era óbvio. De um lado os Estados Unidos, com sua melhor seleção desde as Olimpíadas de Sidney, há seis anos; do outro, a Austrália, quarta colocada no Grupo C — o mesmo do Brasil — que em nenhum momento convenceu de que jogava um basquete de alto nível.
Pois a lavada norte-americana, tão previsível, de fato aconteceu.
Como de hábito, os norte-americanos nem começaram tão bem. O primeiro quarto terminou 27 a 23. Prenúncio de uma partida difícil? O segundo período responde: 32 a 6. Fim de qualquer esperança de reação para os australianos.
A partir do terceiro quarto, o técnico Mike Krzyzewski passou a testar formações diferentes, aproveitando do excepcional grupo que tem nas mãos. O placar avantajado serviu, também, para proporcionar aos fãs do basquete norte-americano as tradicionais jogadas de efeito.
O destaque, mais uma vez, foi Carmelo Anthony, cestinha dos ianques com 20 pontos. Outros quatro jogadores conseguiram dígitos duplos na pontuação — Joe Johnson (18), Dwyane Wade (15), Shane Battier e Chris Bosh (12).
Pelo lado australiano, destacou-se mais uma vez o pivô Andrew Bogut, primeira escolha do Draft 2005 da NBA. O jogador do Milwaukee Bucks também somou 20 pontos e pegou seis rebotes.
Nas quartas-de-final os americanos enfrentam a Alemanha. Se jogarem como na partida deste domingo, os europeus não têm a menor chance.
O massacre era óbvio. De um lado os Estados Unidos, com sua melhor seleção desde as Olimpíadas de Sidney, há seis anos; do outro, a Austrália, quarta colocada no Grupo C — o mesmo do Brasil — que em nenhum momento convenceu de que jogava um basquete de alto nível.
Pois a lavada norte-americana, tão previsível, de fato aconteceu.
Como de hábito, os norte-americanos nem começaram tão bem. O primeiro quarto terminou 27 a 23. Prenúncio de uma partida difícil? O segundo período responde: 32 a 6. Fim de qualquer esperança de reação para os australianos.
A partir do terceiro quarto, o técnico Mike Krzyzewski passou a testar formações diferentes, aproveitando do excepcional grupo que tem nas mãos. O placar avantajado serviu, também, para proporcionar aos fãs do basquete norte-americano as tradicionais jogadas de efeito.
O destaque, mais uma vez, foi Carmelo Anthony, cestinha dos ianques com 20 pontos. Outros quatro jogadores conseguiram dígitos duplos na pontuação — Joe Johnson (18), Dwyane Wade (15), Shane Battier e Chris Bosh (12).
Pelo lado australiano, destacou-se mais uma vez o pivô Andrew Bogut, primeira escolha do Draft 2005 da NBA. O jogador do Milwaukee Bucks também somou 20 pontos e pegou seis rebotes.
Nas quartas-de-final os americanos enfrentam a Alemanha. Se jogarem como na partida deste domingo, os europeus não têm a menor chance.
Alemanha 78 x 77 Nigéria: o último suspiro
AP Photo
Virou clichê afirmar que a Alemanha depende fundamentalmente de Dirk Nowitzki para jogar bem. Mas o chavão prova-se mais real a cada jogo: se o ala-pivô do Dallas Mavericks não acerta a mão, problemas à vista.
Contra a Nigéria, pelas oitavas-de-final, a história voltou a acontecer. Com seu principal jogador pouco inspirado — converteu 7/18 arremessos de quadra —, a fragilidade da equipe ficou evidente. Principalmente nos momentos finais.
A 2min33s do fim da partida, Dirk passou pela defesa africana e enterrou para chegar aos 23 pontos (foi o cestinha da partida, apesar do mau aproveitamento) e fazer 78 a 71. Dali e diante, com o astro bem marcado, os alemães se perderam. Não sabiam o que fazer com a bola.
Afinal, Nowitzki e Ademola Okulaja — nigeriano que atua pela Alemanha — tinham marcado os últimos 20 pontos da equipe. Não havia outras opções ofensivas, o que deixou os germânicos perdidos no ataque.
Resultado: quatro posses de bola desperdiçadas, seis pontos sofridos e o placar de 78 a 77, com 9s restantes. A chance de vencer a partida estava nas mãos da Nigéria. Ime Udoka seria o responsável por tentar o resultado histórico.
O armador conduziu a bola, infiltrou lateralmente no garrafão rival e tentou a bandeja que daria o resultado histórico. Errou, marcado por Nowitzki. No rebote, bola nas mãos de Okulaja. Fim de jogo, segunda vitória da Alemanha sobre um africano — venceu Angola na primeira fase após três prorrogações.
Os germânicos só não têm muita razão para comemorar por um motivo. Nas quartas-de-final pegam os Estados Unidos, a quem só vencerão se o imponderável atuar. E terá de atuar muito melhor do que a equipe contra a Nigéria.
Virou clichê afirmar que a Alemanha depende fundamentalmente de Dirk Nowitzki para jogar bem. Mas o chavão prova-se mais real a cada jogo: se o ala-pivô do Dallas Mavericks não acerta a mão, problemas à vista.
Contra a Nigéria, pelas oitavas-de-final, a história voltou a acontecer. Com seu principal jogador pouco inspirado — converteu 7/18 arremessos de quadra —, a fragilidade da equipe ficou evidente. Principalmente nos momentos finais.
A 2min33s do fim da partida, Dirk passou pela defesa africana e enterrou para chegar aos 23 pontos (foi o cestinha da partida, apesar do mau aproveitamento) e fazer 78 a 71. Dali e diante, com o astro bem marcado, os alemães se perderam. Não sabiam o que fazer com a bola.
Afinal, Nowitzki e Ademola Okulaja — nigeriano que atua pela Alemanha — tinham marcado os últimos 20 pontos da equipe. Não havia outras opções ofensivas, o que deixou os germânicos perdidos no ataque.
Resultado: quatro posses de bola desperdiçadas, seis pontos sofridos e o placar de 78 a 77, com 9s restantes. A chance de vencer a partida estava nas mãos da Nigéria. Ime Udoka seria o responsável por tentar o resultado histórico.
O armador conduziu a bola, infiltrou lateralmente no garrafão rival e tentou a bandeja que daria o resultado histórico. Errou, marcado por Nowitzki. No rebote, bola nas mãos de Okulaja. Fim de jogo, segunda vitória da Alemanha sobre um africano — venceu Angola na primeira fase após três prorrogações.
Os germânicos só não têm muita razão para comemorar por um motivo. Nas quartas-de-final pegam os Estados Unidos, a quem só vencerão se o imponderável atuar. E terá de atuar muito melhor do que a equipe contra a Nigéria.
Quartas-de-final - quem pega quem?
Segue a tabela das quartas-de-final, com os últimos confrontos decididos neste domingo.
29/8 - Terça-feira
4h30 - Espanha x Lituânia
7h30 - Argentina x Turquia
30/8 - Quarta-feira
4h30 - Grécia x França
7h30 - Estados Unidos x Alemanha
Hoje as atualizações dos jogos devem demorar um pouco mais. Mas os placares, com links para os box scores, já estão no menu à esquerda. Ainda hoje, textos sobre os quatro jogos. Só peço um pouco de paciência, ok?
29/8 - Terça-feira
4h30 - Espanha x Lituânia
7h30 - Argentina x Turquia
30/8 - Quarta-feira
4h30 - Grécia x França
7h30 - Estados Unidos x Alemanha
Hoje as atualizações dos jogos devem demorar um pouco mais. Mas os placares, com links para os box scores, já estão no menu à esquerda. Ainda hoje, textos sobre os quatro jogos. Só peço um pouco de paciência, ok?
26.8.06
Comando da (noite e) madrugada, 26/8 e 27/8
Comecei mal na palpitologia das oitavas-de-final. Com 50% de aproveitamento, seria mais criticado que Leandrinho após o jogo contra a Turquia.
Hoje, na correria, só pitacos rápidos, ok? Para as quartas prometo que capricho um pouco mais. Vamos lá;
26/8
Alemanha x Nigéria
Palpite: duas boas equipes e um diferencial: Dirk Nowitzki. Aposto em jogo equilibrado, com vitória da Alemanha.
27/8
Estados Unidos x Austrália
Palpite: a maior barbada de todo o Mundial. A questão é calcular a diferença de pontos. Aposto em 40.
França x Angola
Palpite: jogo com cara de zebra. Por tudo o que vi de Angola e não vi da França, darei crédito aos africanos. Vitória apertada.
Grécia x China
Palpite: outra partida complicada por culpa do “fator Ming”. O pivô chinês é um dos melhores jogadores do torneio até agora e será um desafio interessante para o jogo coletivo dos gregos. Mesmo com o obstáculo de 2,26m, aposto na seleção helênica.
Hoje, na correria, só pitacos rápidos, ok? Para as quartas prometo que capricho um pouco mais. Vamos lá;
26/8
Alemanha x Nigéria
Palpite: duas boas equipes e um diferencial: Dirk Nowitzki. Aposto em jogo equilibrado, com vitória da Alemanha.
27/8
Estados Unidos x Austrália
Palpite: a maior barbada de todo o Mundial. A questão é calcular a diferença de pontos. Aposto em 40.
França x Angola
Palpite: jogo com cara de zebra. Por tudo o que vi de Angola e não vi da França, darei crédito aos africanos. Vitória apertada.
Grécia x China
Palpite: outra partida complicada por culpa do “fator Ming”. O pivô chinês é um dos melhores jogadores do torneio até agora e será um desafio interessante para o jogo coletivo dos gregos. Mesmo com o obstáculo de 2,26m, aposto na seleção helênica.
Espanha 87 x 75 Sérvia e Montenegro: duas vitórias
AP Photo
Quando o placar em Saitama zerou apontando 87 x 75, a Espanha comemorou duas vitórias. A primeira, contra Sérvia e Montenegro, pelas oitavas-de-final do Mundial. A segunda, contra o trauma de sempre fazer ótima campanha nas fases de grupos e cair precocemente nos jogos eliminatórios.
A história havia sido a mesma no Mundial de 2002, nas Olimpíadas de 2004 e no Europeu de 2005. Desta vez, foi diferente. Desde o início a equipe ibérica dominou o placar e o jogo.
Dá gosto ver os espanhóis jogarem. Jogadores rápidos, inteligentes, que sabem o que fazer com a bola. Jogadas bem treinadas, padrão tático e um técnico que tem leitura de jogo para armar ações especiais para momentos diversos da partida. Tudo o que queríamos ver no Brasil.
Os servo-montenegrinos, com uma seleção renovada e que não emplacou, sequer conseguiram dar trabalho. Caíram sem maior resistência, atônitos diante da competência de Pau Gasol, Garbajosa, Navarro, Rudy Fernández...
Vale destaque o interessantíssimo duelo entre os pivôs: de um lado, Pau Gasol, com seus 19 pontos, 15 rebotes e três tocos. Do outro, Darko Milicic, com números quase idênticos — 18, 15 e três. Ambos deram show de presença e posicionamento, nos dois lados da quadra.
A Espanha agora pega a Lituânia. O Mundial começa a se afunilar. Talvez aí esteja o problema. O tão conhecido e combatido “apagão” dos espanhóis.
Quando o placar em Saitama zerou apontando 87 x 75, a Espanha comemorou duas vitórias. A primeira, contra Sérvia e Montenegro, pelas oitavas-de-final do Mundial. A segunda, contra o trauma de sempre fazer ótima campanha nas fases de grupos e cair precocemente nos jogos eliminatórios.
A história havia sido a mesma no Mundial de 2002, nas Olimpíadas de 2004 e no Europeu de 2005. Desta vez, foi diferente. Desde o início a equipe ibérica dominou o placar e o jogo.
Dá gosto ver os espanhóis jogarem. Jogadores rápidos, inteligentes, que sabem o que fazer com a bola. Jogadas bem treinadas, padrão tático e um técnico que tem leitura de jogo para armar ações especiais para momentos diversos da partida. Tudo o que queríamos ver no Brasil.
Os servo-montenegrinos, com uma seleção renovada e que não emplacou, sequer conseguiram dar trabalho. Caíram sem maior resistência, atônitos diante da competência de Pau Gasol, Garbajosa, Navarro, Rudy Fernández...
Vale destaque o interessantíssimo duelo entre os pivôs: de um lado, Pau Gasol, com seus 19 pontos, 15 rebotes e três tocos. Do outro, Darko Milicic, com números quase idênticos — 18, 15 e três. Ambos deram show de presença e posicionamento, nos dois lados da quadra.
A Espanha agora pega a Lituânia. O Mundial começa a se afunilar. Talvez aí esteja o problema. O tão conhecido e combatido “apagão” dos espanhóis.
Turquia 90 x 84 Eslovênia: futuro do presente
AP Photo
Quando a Turquia chegou ao Mundial, a conversa era uma só: “Estão sem Turkoglu e Okur (ambos da NBA). É uma geração muito nova, preparada para brilhar em 2010, jogando em casa”.
Quem dizia isso, inclusive eu, não estava errado. De fato, continua não estando. Mas o que os turcos fizeram hoje diante da Eslovênia mostra que a equipe amadureceu precocemente e — projetando para 2010 — será uma das maiores forças do esporte.
Depois de vencer quatro partidas na primeira fase de forma dramática (quem não se lembra do confronto contra o Brasil? Até o Catar deu sufoco...), os turcos chegaram como franco-atiradores, apesar do segundo posto no Grupo C.
E, como bons atiradores, foram precisos. Mesmo diante da forte defesa eslovena, o que se viu foi um bombardeio comandado por Serkan Erdogan (24 pontos). Nos minutos finais, o ala-armador acertou duas bolas de três, não desperdiçou lances livres e comandou os companheiros em quadra.
Foi dele a responsabilidade de liderar o time, que tinha Ibrahim Kutluay e Emal Kurtuglu jogando no sacrifício e o astro Ersan Ilyasova no banco, vetado pelos médicos.
Os eslovenos jogaram bem e sua atuação — sobretudo de Beno Udrih, 18 pontos — serviu para valorizar ainda mais a vitória dos turcos.
A Argentina que se cuide. Terá de jogar muito nas quartas-de-final.
Quando a Turquia chegou ao Mundial, a conversa era uma só: “Estão sem Turkoglu e Okur (ambos da NBA). É uma geração muito nova, preparada para brilhar em 2010, jogando em casa”.
Quem dizia isso, inclusive eu, não estava errado. De fato, continua não estando. Mas o que os turcos fizeram hoje diante da Eslovênia mostra que a equipe amadureceu precocemente e — projetando para 2010 — será uma das maiores forças do esporte.
Depois de vencer quatro partidas na primeira fase de forma dramática (quem não se lembra do confronto contra o Brasil? Até o Catar deu sufoco...), os turcos chegaram como franco-atiradores, apesar do segundo posto no Grupo C.
E, como bons atiradores, foram precisos. Mesmo diante da forte defesa eslovena, o que se viu foi um bombardeio comandado por Serkan Erdogan (24 pontos). Nos minutos finais, o ala-armador acertou duas bolas de três, não desperdiçou lances livres e comandou os companheiros em quadra.
Foi dele a responsabilidade de liderar o time, que tinha Ibrahim Kutluay e Emal Kurtuglu jogando no sacrifício e o astro Ersan Ilyasova no banco, vetado pelos médicos.
Os eslovenos jogaram bem e sua atuação — sobretudo de Beno Udrih, 18 pontos — serviu para valorizar ainda mais a vitória dos turcos.
A Argentina que se cuide. Terá de jogar muito nas quartas-de-final.
Pipoca murcha, controle quebrado
Ao contrário do que havia publicado em seu site (e reproduzi aqui), o Sportv 2 não transmitirá Espanha x Sérvia e Montenegro.
Agora, enquanto duas das melhores equipes do mundo jogam pelas oitavas-de-final, um programa de surfe domina a tela.
Mas aguardem. Teremos futebol feminino sub-20, depois.
Quem quiser ver Espanha x Sérvia, ligue na ESPN Brasil.
Agora, enquanto duas das melhores equipes do mundo jogam pelas oitavas-de-final, um programa de surfe domina a tela.
Mas aguardem. Teremos futebol feminino sub-20, depois.
Quem quiser ver Espanha x Sérvia, ligue na ESPN Brasil.
Itália 68 x 71 Lituânia: uma epopéia de erros
AP Photo
Se você assistiu a Brasil x Turquia e ficou indignado ao ver Leandrinho perder dois lances livres que poderiam virar o placar, a 6s do fim do jogo, calma. Há como ser pior, muito pior. Foi o que a Itália provou na partida contra a Lituânia, pelas oitavas-de-final, neste sábado (26).
O cronômetro registrava 8s restantes e o placar apontava vantagem de dois pontos para os lituanos, 69 a 67. Marco Belinelli tinha dois lances livres para reduzir a contagem — acertou apenas um.
O técnico Carlo Recalcati pediu tempo. Na reposição de bola dos lituanos, falta em Linas Kleiza. O jogador foi para a linha dos lances livres e... perdeu ambos. O rebote foi parar nas mãos de Darius Songaila, que também sofreu falta. Mais dois lances para a Lituânia. Mais dois arremessos desperdiçados. Novo rebote ofensivo e Lavrinovic, no tapinha, fez 71 a 68.
Com três pontos de vantagem no placar, os bálticos tinham como objetivo impedir um chute de longa distância, o que empataria o jogo. A 2s8 do fim, falta em Marco Belinelli. O italiano foi para dois lances e... (adivinhem!) errou os dois. O rebote ficou com Gianluca Basile, que tentaria um último tiro de três, no estouro do cronômetro.
Veio então, a chance que os italianos esperavam. Marcado por Arvyas Macijauskas, Basile sofreu falta quando restavam 0s6. Ele teria três cobranças, para converter todas e levar o jogo para a prorrogação.
Errou as três.
“A culpa é toda nossa”, disse o treinador italiano.
Ainda há pessoas que assumem sua culpa. Bom saber disso.
Se você assistiu a Brasil x Turquia e ficou indignado ao ver Leandrinho perder dois lances livres que poderiam virar o placar, a 6s do fim do jogo, calma. Há como ser pior, muito pior. Foi o que a Itália provou na partida contra a Lituânia, pelas oitavas-de-final, neste sábado (26).
O cronômetro registrava 8s restantes e o placar apontava vantagem de dois pontos para os lituanos, 69 a 67. Marco Belinelli tinha dois lances livres para reduzir a contagem — acertou apenas um.
O técnico Carlo Recalcati pediu tempo. Na reposição de bola dos lituanos, falta em Linas Kleiza. O jogador foi para a linha dos lances livres e... perdeu ambos. O rebote foi parar nas mãos de Darius Songaila, que também sofreu falta. Mais dois lances para a Lituânia. Mais dois arremessos desperdiçados. Novo rebote ofensivo e Lavrinovic, no tapinha, fez 71 a 68.
Com três pontos de vantagem no placar, os bálticos tinham como objetivo impedir um chute de longa distância, o que empataria o jogo. A 2s8 do fim, falta em Marco Belinelli. O italiano foi para dois lances e... (adivinhem!) errou os dois. O rebote ficou com Gianluca Basile, que tentaria um último tiro de três, no estouro do cronômetro.
Veio então, a chance que os italianos esperavam. Marcado por Arvyas Macijauskas, Basile sofreu falta quando restavam 0s6. Ele teria três cobranças, para converter todas e levar o jogo para a prorrogação.
Errou as três.
“A culpa é toda nossa”, disse o treinador italiano.
Ainda há pessoas que assumem sua culpa. Bom saber disso.
Argentina 79 x 62 Nova Zelândia: era o que faltava
AP Photo
Depois de uma primeira fase impecável, a Argentina só precisava de uma coisa para provar que continua a grande equipe dos últimos quatro anos. Era preciso vencer uma partida em que nada desse certo e o time jogasse mal na maior parte do tempo. Não é necessário mais nada, pois.
Contra a Nova Zelândia, no confronto-barbada do primeiro dias das oitavas-de-final, os campeões olímpicos fizeram o que torna as grandes equipes imponentes: ganharam jogando mal.
Tudo bem, nem foi tão mal assim (nós brasileiros sabemos bem o significado de “jogar mal”). Mas, se comparada a que apresentou na primeira fase, foi pouco — o suficiente para despachar os neozelandeses. Convenhamos, os kiwis demoraram muito para sumir do torneio.
Foi um jogo em que foram evidenciados os extremos de cada equipe neste Mundial: os argentinos não haviam ido tão mal — tiveram aproveitamento de 1/18 dos três pontos; os neozelandeses não tinham jogado tão bem e seguraram bem os ataques rivais (foi a menor pontuação portenha no torneio).
Como destaques individuais, vale citar a dupla que atua no San Antonio Spurs, da NBA. Manu Ginóbili foi o cestinha do jogo, com 28 pontos; Fabrício Oberto somou outros 23 e capturou dez rebotes. Do lado neozelandês o melhor foi armador Mark Dickel, com 15 pontos, quatro assistências e duas roubadas de bola.
A Argentina, classificada para as quartas-de-final, espera o vencedor de Turquia x Eslovênia.
Depois de uma primeira fase impecável, a Argentina só precisava de uma coisa para provar que continua a grande equipe dos últimos quatro anos. Era preciso vencer uma partida em que nada desse certo e o time jogasse mal na maior parte do tempo. Não é necessário mais nada, pois.
Contra a Nova Zelândia, no confronto-barbada do primeiro dias das oitavas-de-final, os campeões olímpicos fizeram o que torna as grandes equipes imponentes: ganharam jogando mal.
Tudo bem, nem foi tão mal assim (nós brasileiros sabemos bem o significado de “jogar mal”). Mas, se comparada a que apresentou na primeira fase, foi pouco — o suficiente para despachar os neozelandeses. Convenhamos, os kiwis demoraram muito para sumir do torneio.
Foi um jogo em que foram evidenciados os extremos de cada equipe neste Mundial: os argentinos não haviam ido tão mal — tiveram aproveitamento de 1/18 dos três pontos; os neozelandeses não tinham jogado tão bem e seguraram bem os ataques rivais (foi a menor pontuação portenha no torneio).
Como destaques individuais, vale citar a dupla que atua no San Antonio Spurs, da NBA. Manu Ginóbili foi o cestinha do jogo, com 28 pontos; Fabrício Oberto somou outros 23 e capturou dez rebotes. Do lado neozelandês o melhor foi armador Mark Dickel, com 15 pontos, quatro assistências e duas roubadas de bola.
A Argentina, classificada para as quartas-de-final, espera o vencedor de Turquia x Eslovênia.
25.8.06
Comando da (noite e) madrugada, 25/8 e 26/8
AP Photo
Primeiro dia da segunda fase e chegou a hora de retomar o exercício diário de palpitologia. São quatro jogos e só uma barbada; os outros três são sérios candidatos a decisão nos segundos finais — como vários na quinta rodada da primeira fase.
Vamos ao que nos aguarda em mais uma madrugada basqueteira. Não dá para perder! (Ok, sexta-feira à noite é dia de dar uma relaxada, sair com os amigos... mas pelo menos um VT, vídeo-cassete ou coisa do tipo... tem de rolar!)
25/8
22h00 – Argentina x Nova Zelândia
Palpite: de um lado, a campeã olímpica, invicta na competição. Do outro... bem, não há muitos atributos para descrever a Nova Zelândia. “Eles foram quartos colocados no último Mundial”, dirá alguém com a memória em dia. E aí pergunto: de lá para cá, fizeram o quê? Perderam cinco vezes para o Brasil no último mês. Convenhamos, é jogo para a Argentina ganhar fácil, com 30 pontos de diferença.
26/8
1h00 – Itália x Lituânia
Palpite: ah, se todos os jogos fossem tão previsíveis quanto o da Argentina... Pelo que mostrou contra os Estados Unidos, a Itália é favorita. A Lituânia, dependente dos arremessos de Arvydas Macijauskas e dos rebotes de Robertas Javtokas, precisa melhorar muito para ter alguma chance. Na primeira fase (alguém se lembra do jogo contra o Brasil?) cometeram erros demais e (e do jogo contra a Grécia?) tiveram aproveitamento de arremessos muito abaixo de sua média histórica. Muito mais pela fraqueza dos lituanos do que pela força dos italianos, acredito em festa de Belinelli e companhia.
5h00 – Turquia x Eslovênia
Palpite: Outra pedreira. Duas seleções bem montadas, que defendem decentemente e são candidatas a surpresas da competição. É partida para decisão nos minutos finais. E (lá vem esse papo de novo) como em basquete não tem empate, aposto na Eslovênia.
8h00 – Espanha x Sérvia e Montenegro
Palpite: primeira colocada de um grupo contra a quarta do outro. Moleza? Na verdade, não. A Sérvia começou mal, perdeu para a Nigéria (essa eu vou guardar!), mas reencontrou seu jogo e foi bem contra a Argentina. Contra a Espanha, pesa a tradição de sempre fazer a melhor campanha, vencer jogos que não valem muita coisa e, quando a disputa aperta... perder. Foi assim contra os Estados Unidos na Olimpíada-04. Mas aposto: não será amanhã. Vitória espanhola, por pouco.
Primeiro dia da segunda fase e chegou a hora de retomar o exercício diário de palpitologia. São quatro jogos e só uma barbada; os outros três são sérios candidatos a decisão nos segundos finais — como vários na quinta rodada da primeira fase.
Vamos ao que nos aguarda em mais uma madrugada basqueteira. Não dá para perder! (Ok, sexta-feira à noite é dia de dar uma relaxada, sair com os amigos... mas pelo menos um VT, vídeo-cassete ou coisa do tipo... tem de rolar!)
25/8
22h00 – Argentina x Nova Zelândia
Palpite: de um lado, a campeã olímpica, invicta na competição. Do outro... bem, não há muitos atributos para descrever a Nova Zelândia. “Eles foram quartos colocados no último Mundial”, dirá alguém com a memória em dia. E aí pergunto: de lá para cá, fizeram o quê? Perderam cinco vezes para o Brasil no último mês. Convenhamos, é jogo para a Argentina ganhar fácil, com 30 pontos de diferença.
26/8
1h00 – Itália x Lituânia
Palpite: ah, se todos os jogos fossem tão previsíveis quanto o da Argentina... Pelo que mostrou contra os Estados Unidos, a Itália é favorita. A Lituânia, dependente dos arremessos de Arvydas Macijauskas e dos rebotes de Robertas Javtokas, precisa melhorar muito para ter alguma chance. Na primeira fase (alguém se lembra do jogo contra o Brasil?) cometeram erros demais e (e do jogo contra a Grécia?) tiveram aproveitamento de arremessos muito abaixo de sua média histórica. Muito mais pela fraqueza dos lituanos do que pela força dos italianos, acredito em festa de Belinelli e companhia.
5h00 – Turquia x Eslovênia
Palpite: Outra pedreira. Duas seleções bem montadas, que defendem decentemente e são candidatas a surpresas da competição. É partida para decisão nos minutos finais. E (lá vem esse papo de novo) como em basquete não tem empate, aposto na Eslovênia.
8h00 – Espanha x Sérvia e Montenegro
Palpite: primeira colocada de um grupo contra a quarta do outro. Moleza? Na verdade, não. A Sérvia começou mal, perdeu para a Nigéria (essa eu vou guardar!), mas reencontrou seu jogo e foi bem contra a Argentina. Contra a Espanha, pesa a tradição de sempre fazer a melhor campanha, vencer jogos que não valem muita coisa e, quando a disputa aperta... perder. Foi assim contra os Estados Unidos na Olimpíada-04. Mas aposto: não será amanhã. Vitória espanhola, por pouco.
Pipoca e controle na mão, oitavas-de-final
Segue a tabela para os jogos deste fim de semana. Os horários e as transmissões me foram passados pelas emissoras, mas podem sofrer alterações.
25/8 – Sexta-feira
22h00 – Argentina x Nova Zelândia
Sportv 2 e ESPN Brasil
26/8 – Sábado
1h00 – Itália x Lituânia
Sportv e ESPN Brasil
5h00 – Turquia x Eslovênia
Sportv e ESPN Brasil
8h00 – Espanha x Sérvia e Montenegro
Sportv2 e ESPN Brasil
22h00 – Alemanha x Nigéria
Sportv 2 e ESPN Brasil
27/8 – Domingo
1h00 – Estados Unidos x Austrália
Sportv e ESPN Brasil
5h00 – França x Angola
Sportv e ESPN Brasil
8h00 – Grécia x China
Sportv e ESPN Brasil
25/8 – Sexta-feira
22h00 – Argentina x Nova Zelândia
Sportv 2 e ESPN Brasil
26/8 – Sábado
1h00 – Itália x Lituânia
Sportv e ESPN Brasil
5h00 – Turquia x Eslovênia
Sportv e ESPN Brasil
8h00 – Espanha x Sérvia e Montenegro
Sportv2 e ESPN Brasil
22h00 – Alemanha x Nigéria
Sportv 2 e ESPN Brasil
27/8 – Domingo
1h00 – Estados Unidos x Austrália
Sportv e ESPN Brasil
5h00 – França x Angola
Sportv e ESPN Brasil
8h00 – Grécia x China
Sportv e ESPN Brasil
Decepções, favoritos e surpresas
As oitavas-de-final começam hoje, mas ainda há tempo para analisar o que se passou na primeira fase e traçar um panorama do que pode acontecer daqui para frente.
Eduardo Agra, comentarista da ESPN Brasil, falou ao MdB e listou algumas de suas impressões sobre o Mundial até agora. O ex-jogador citou o Brasil como uma das três maiores decepções, falou do quarteto de favoritos e avisou: até Angola tem chances de surpreender.
"Os destaques da primeira fase foram quatro: a Argentina, com a mesma consistência ofensiva e defensiva de sempre, mas com jogadores mais rodados nos grandes times da Europa e da NBA. Os Estados Unidos, que têm o grupo mais talentoso individualmente, mas encontraram muita dificuldade para atacar contra defesa zona e tomaram muitos pontos. “Coach K” deu outra cara para a arrogância americana. A Espanha, com um grupo talentoso, parece finalmente pronta para disputar uma medalha. E não se pode esquecer a Grécia que, apesar de jogar ‘feio’, é muito eficiente.
As decepções foram Brasil, Sérvia e Montenegro (apesar de classificada) e Porto Rico. Entre as possíveis surpresas, listaria Lituânia, Turquia, Itália (guardem o sobrenome Belinelli) e Alemanha. Tem também Angola, que conta com a torcida de todos que acreditam em Cinderela, com dez jogadores que jogam no país e dois que atuam nos Estados Unidos.
A grande farra do basquete começa agora..."
Eduardo Agra, comentarista da ESPN Brasil, falou ao MdB e listou algumas de suas impressões sobre o Mundial até agora. O ex-jogador citou o Brasil como uma das três maiores decepções, falou do quarteto de favoritos e avisou: até Angola tem chances de surpreender.
"Os destaques da primeira fase foram quatro: a Argentina, com a mesma consistência ofensiva e defensiva de sempre, mas com jogadores mais rodados nos grandes times da Europa e da NBA. Os Estados Unidos, que têm o grupo mais talentoso individualmente, mas encontraram muita dificuldade para atacar contra defesa zona e tomaram muitos pontos. “Coach K” deu outra cara para a arrogância americana. A Espanha, com um grupo talentoso, parece finalmente pronta para disputar uma medalha. E não se pode esquecer a Grécia que, apesar de jogar ‘feio’, é muito eficiente.
As decepções foram Brasil, Sérvia e Montenegro (apesar de classificada) e Porto Rico. Entre as possíveis surpresas, listaria Lituânia, Turquia, Itália (guardem o sobrenome Belinelli) e Alemanha. Tem também Angola, que conta com a torcida de todos que acreditam em Cinderela, com dez jogadores que jogam no país e dois que atuam nos Estados Unidos.
A grande farra do basquete começa agora..."
Os melhores da primeira fase - médias por seleções
AP Photo
Vamos agora às estatísticas coletivas, as quais nos permitem observar algumas coisas interessantes. Por exemplo, o pífio rendimento do Brasil no número de rebotes por jogo, no aproveitamento de lances livres e da linha dos três pontos e — talvez um dos poucos ponto elogiáveis — a terceira colocação nas roubadas de bola.
Vale atentar também para outros detalhes: três das quatro equipes consideradas favoritas no início da competição (e todas fora campeãs de seus grupos) têm as maiores médias de pontuação. Além disso, o quarteto lidera no aproveitamento de arremessos de dois pontos.
Pontos:
1) Estados Unidos, 108,6
2) Espanha, 95,2
3) Argentina, 92,8
4) Angola, 90,2
5) Eslovênia, 86,8
12) Brasil, 79,8
Rebotes:
1) Lituânia, 38,8
2) Argentina, 38,6
3) França, 37,8
4) Alemanha, 37,0
5) Venezuela 37,0
21) Brasil, 28,8
Roubadas de bola:
1) Estados Unidos, 13,0
2) Grécia, 12,8
3) Brasil, 10,2
4) Espanha, 10,0
5) Austrália, 9,4
Erros:
1) Catar, 24,6
2) Austrália, 20,0
3) Lituânia, 20,0
4) Líbano, 19,2
5) Panamá, 18,8
13) Brasil, 15
Aproveitamento de lances livres:
1) China, 81,5%
2) Alemanha, 77,1%
3) Argentina, 75%
4) Angola, 74,8%
5) Líbano, 73,9%
20) Brasil, 61,9%
Aproveitamento de dois pontos:
1) Espanha, 59,9%
2) Estados Unidos, 59,1%
3) Grécia, 57,9%
4) Argentina, 56,3%
5) Lituânia, 54,1%
8) Brasil, 51,1%
Aproveitamento de três pontos:
1) Porto Rico, 51%
2) Eslovênia, 46%
3) Espanha, 44,1%
4) Sérvia e Montenegro, 43,2%
5) Austrália, 41,4%
20) Brasil, 28,8%
Vamos agora às estatísticas coletivas, as quais nos permitem observar algumas coisas interessantes. Por exemplo, o pífio rendimento do Brasil no número de rebotes por jogo, no aproveitamento de lances livres e da linha dos três pontos e — talvez um dos poucos ponto elogiáveis — a terceira colocação nas roubadas de bola.
Vale atentar também para outros detalhes: três das quatro equipes consideradas favoritas no início da competição (e todas fora campeãs de seus grupos) têm as maiores médias de pontuação. Além disso, o quarteto lidera no aproveitamento de arremessos de dois pontos.
Pontos:
1) Estados Unidos, 108,6
2) Espanha, 95,2
3) Argentina, 92,8
4) Angola, 90,2
5) Eslovênia, 86,8
12) Brasil, 79,8
Rebotes:
1) Lituânia, 38,8
2) Argentina, 38,6
3) França, 37,8
4) Alemanha, 37,0
5) Venezuela 37,0
21) Brasil, 28,8
Roubadas de bola:
1) Estados Unidos, 13,0
2) Grécia, 12,8
3) Brasil, 10,2
4) Espanha, 10,0
5) Austrália, 9,4
Erros:
1) Catar, 24,6
2) Austrália, 20,0
3) Lituânia, 20,0
4) Líbano, 19,2
5) Panamá, 18,8
13) Brasil, 15
Aproveitamento de lances livres:
1) China, 81,5%
2) Alemanha, 77,1%
3) Argentina, 75%
4) Angola, 74,8%
5) Líbano, 73,9%
20) Brasil, 61,9%
Aproveitamento de dois pontos:
1) Espanha, 59,9%
2) Estados Unidos, 59,1%
3) Grécia, 57,9%
4) Argentina, 56,3%
5) Lituânia, 54,1%
8) Brasil, 51,1%
Aproveitamento de três pontos:
1) Porto Rico, 51%
2) Eslovênia, 46%
3) Espanha, 44,1%
4) Sérvia e Montenegro, 43,2%
5) Austrália, 41,4%
20) Brasil, 28,8%
24.8.06
Os melhores da primeira fase - médias individuais
Como o único jogo desta sexta-feira acontece às 22h, durante o dia vamos repassar algumas estatísticas que ajudam a entender o que aconteceu (e o que não aconteceu) na primeira fase do Mundial.
Comecemos pelos líderes individuais (médias por jogo) em cada fundamento. Depois, vamos às equipes, aproveitamentos e maiores pontuações. É interessante notar que há seleções que sequer passaram às oitavas-de-final — caso de Porto Rico e Venezuela — com atletas bem colocados. Em itálico, o melhor brasileiro em cada ranking:
Pontos:
1) Yao Ming (CHN), 28,4
2) Dirk Nowitzki (ALE), 24,8
3) Pau Gasol (ESP), 21,4
4) Carlos Arroyo (PRC), 21,2
4) Elias Ayuso (PRC), 21,2
11) Tiago Splitter (BRA), 16,4
Rebotes:
1) Richard Lugo (VEN), 11,4
2) Dirk Nowitzki (ALE), 10,6
3) Yao Ming (CHN), 9,2
4) Joaquim Gomes (ANG), 8,6
5) Darko Milicic (SER), 8,2
9) Anderson Varejão (BRA), 7,2
Assistências:
1) Chris Paul (EUA), 6,8
2) Pepe Sanchez (ARG), 6,8
3) Wei Liu (CHN), 5,4
4) Carlos Arroy (PRC), 5,2
5) José-Manuel Calderón (ESP), 4,4
18) Leandrinho (BRA), 2,8
Tocos:
1) Yao Ming (CHN), 2,8
2) Darko Milicic (SER), 2,4
3) Paul Gasol (ESP), 2,0
4) Richard Lugo (VEN), 2,0
5) Robertas Javtokas (LIT), 1,6
25) Anderson Varejão (BRA), 0,8
Roubadas:
1) Dimitrios Diamantidis (GRE), 4,2
2) CJ Bruton (AUS), 2,6
3) Sam Mackinnon (AUS), 2,4
4) Chris Paul (EUA), 2,2
5) Saad Abdulrahan Ali (CAT), 2,0
13) Leandrinho (BRA), 1,8
Comecemos pelos líderes individuais (médias por jogo) em cada fundamento. Depois, vamos às equipes, aproveitamentos e maiores pontuações. É interessante notar que há seleções que sequer passaram às oitavas-de-final — caso de Porto Rico e Venezuela — com atletas bem colocados. Em itálico, o melhor brasileiro em cada ranking:
Pontos:
1) Yao Ming (CHN), 28,4
2) Dirk Nowitzki (ALE), 24,8
3) Pau Gasol (ESP), 21,4
4) Carlos Arroyo (PRC), 21,2
4) Elias Ayuso (PRC), 21,2
11) Tiago Splitter (BRA), 16,4
Rebotes:
1) Richard Lugo (VEN), 11,4
2) Dirk Nowitzki (ALE), 10,6
3) Yao Ming (CHN), 9,2
4) Joaquim Gomes (ANG), 8,6
5) Darko Milicic (SER), 8,2
9) Anderson Varejão (BRA), 7,2
Assistências:
1) Chris Paul (EUA), 6,8
2) Pepe Sanchez (ARG), 6,8
3) Wei Liu (CHN), 5,4
4) Carlos Arroy (PRC), 5,2
5) José-Manuel Calderón (ESP), 4,4
18) Leandrinho (BRA), 2,8
Tocos:
1) Yao Ming (CHN), 2,8
2) Darko Milicic (SER), 2,4
3) Paul Gasol (ESP), 2,0
4) Richard Lugo (VEN), 2,0
5) Robertas Javtokas (LIT), 1,6
25) Anderson Varejão (BRA), 0,8
Roubadas:
1) Dimitrios Diamantidis (GRE), 4,2
2) CJ Bruton (AUS), 2,6
3) Sam Mackinnon (AUS), 2,4
4) Chris Paul (EUA), 2,2
5) Saad Abdulrahan Ali (CAT), 2,0
13) Leandrinho (BRA), 1,8
Resumo do dia, 24/8
AP Photo
O resumo de hoje vem um pouco mais enxuto, já que falei de quatro jogos durante o dia — leiam os posts abaixo. A quinta-feira que confirmou o Brasil fora do Mundial serviu também para fechar a fase classificatória e desenhar os cruzamentos das oitavas-de-final.
Quanto à palpitologia, não foi das melhores: apostei em Sérvia, Líbano e Eslovênia. Foram 9/12 acertos — 75% de aproveitamento. Ah, se o Brasil tivesse isso em lances livres...
Austrália 93 x 46 Catar
Como era de se esperar, vitória fácil dos australianos. O massacre por 47 pontos de diferença teve seu auge no terceiro quarto — 25 a 4. As mudanças no time da Oceania foram tantas que não houve grandes destaques. Dignos de nota, os 17 pontos de Mark Wothington e os sete rebotes e quatro assistências de Andrew Bogut.
Líbano 72 x 95 Nigéria
As duas seleções surgiram como zebras da competição: o Líbano venceu a França; a Nigéria superou Sérvia e Montenegro. Mas, mesmo embalados pelo triunfo histórico da véspera, os asiáticos não se encontraram em momento algum da partida. Destaque para o ala-armador Ebi Ere — nigeriano importado dos Estados Unidos — que marcou 19 pontos e converteu 3/5 de três pontos. Do lado derrotado, o melhor foi o armador Rony Fahed, cestinha com 25, que pegou quatro rebotes e distribuiu seis assistências.
Nova Zelândia 86 x 75 Panamá Precisando de uma vitória para se classificar, a Nova Zelândia — quarta colocada e 2002 — confirmou seu favoritismo contra o Panamá. O ala-pivô Craig Bradshaw, que joga no basquete universitário norte-americano, merece menção por seus 17 pontos, oito rebotes e três assistências.
Itália 73 x 72 Porto Rico
Nem a mais otimista das previsões — e a minha era muito otimista — poderia prever uma partida tão boa. Mais uma vez os porto-riquenhos se perderam nos instantes finais e não conseguiram vencer. A derrota custou uma vaga na segunda fase, no desempate com China e Eslovênia. Os italianos distribuíram bem suas ações ofensivas (os maiores pontuadores foram o norte-americano naturalizado Richard Rocca e Denis Marconato, com dez cada), ao contrário dos centro-americanos, que deram preferência, como de hábito, à dupla Arroyo-Ayuso. Mas CarlosArroyo estava mal e fez somente oito pontos; Elias Ayuso, mesmo com 25, não evitou o revés.
França 81 x 61 Venezuela
Após a derrota para o Líbano, a seleção francesa entrou em quadra disposta a conquistar uma vitória para apagar a má impressão. Conseguiu, e bem para os padrões de seu jogo: marcou seu maior número de pontos em partidas do torneio, garantiu a segunda vaga do grupo — fugindo de Alemanha ou Espanha —, e mostrou que há vida sem Tony Parker. O melhor em quadra foi Florent Pietrus, com 19 pontos, oito rebotes e dois tocos.
Japão 55 x 104 Espanha
Que dizer de um massacre destes? Não há muito a fazer além de citar os números de jogadores como Pau Gasol — 21 pontos, 16 rebotes quatro tocos —, Juan Carlos Navarro — 18 pontos e 100% de aproveitamento nos três pontos — e Jorge Garbajosa, 12 pontos, sete rebotes e quatro roubadas de bola. Precisa falar mais?
Grécia 76 x 69 Turquia
Partida equilibrada entre duas seleções que chegaram invictas ao duelo. A qualidade técnica das equipes somada à rivalidade histórica dos países culminou em um jogo decidido em pequenos detalhes — como o “apagão” turco no terceiro período, que terminou 17 a 5 para a rival. Pelo lado vencedor, destacaram-se Michail Kakiouzis e Lázaros Papadopouolos, com 17 pontos. O cestinha, contudo, saiu derrotado: Serkan Erdogan anotou 30 tentos.
Estados Unidos 103 x 58 Senegal
Foi o maior massacre dos americanos em seu grupo e possivelmente de todo o Mundial. Mesmo com várias rotações — o que poderia quebrar o ritmo da equipe —, os norte-americanos não perdiam o pique. Com os reservas mais presentes em quadra, Chris Bosh pôde brilhar: fez 20 pontos e pegou dez rebotes.
Termino a primeira fase com 51 acertos em 60 jogos. Vejamos se de agora em diante a média aumenta ou diminui. Eu aposto que diminui.
O resumo de hoje vem um pouco mais enxuto, já que falei de quatro jogos durante o dia — leiam os posts abaixo. A quinta-feira que confirmou o Brasil fora do Mundial serviu também para fechar a fase classificatória e desenhar os cruzamentos das oitavas-de-final.
Quanto à palpitologia, não foi das melhores: apostei em Sérvia, Líbano e Eslovênia. Foram 9/12 acertos — 75% de aproveitamento. Ah, se o Brasil tivesse isso em lances livres...
Austrália 93 x 46 Catar
Como era de se esperar, vitória fácil dos australianos. O massacre por 47 pontos de diferença teve seu auge no terceiro quarto — 25 a 4. As mudanças no time da Oceania foram tantas que não houve grandes destaques. Dignos de nota, os 17 pontos de Mark Wothington e os sete rebotes e quatro assistências de Andrew Bogut.
Líbano 72 x 95 Nigéria
As duas seleções surgiram como zebras da competição: o Líbano venceu a França; a Nigéria superou Sérvia e Montenegro. Mas, mesmo embalados pelo triunfo histórico da véspera, os asiáticos não se encontraram em momento algum da partida. Destaque para o ala-armador Ebi Ere — nigeriano importado dos Estados Unidos — que marcou 19 pontos e converteu 3/5 de três pontos. Do lado derrotado, o melhor foi o armador Rony Fahed, cestinha com 25, que pegou quatro rebotes e distribuiu seis assistências.
Nova Zelândia 86 x 75 Panamá Precisando de uma vitória para se classificar, a Nova Zelândia — quarta colocada e 2002 — confirmou seu favoritismo contra o Panamá. O ala-pivô Craig Bradshaw, que joga no basquete universitário norte-americano, merece menção por seus 17 pontos, oito rebotes e três assistências.
Itália 73 x 72 Porto Rico
Nem a mais otimista das previsões — e a minha era muito otimista — poderia prever uma partida tão boa. Mais uma vez os porto-riquenhos se perderam nos instantes finais e não conseguiram vencer. A derrota custou uma vaga na segunda fase, no desempate com China e Eslovênia. Os italianos distribuíram bem suas ações ofensivas (os maiores pontuadores foram o norte-americano naturalizado Richard Rocca e Denis Marconato, com dez cada), ao contrário dos centro-americanos, que deram preferência, como de hábito, à dupla Arroyo-Ayuso. Mas CarlosArroyo estava mal e fez somente oito pontos; Elias Ayuso, mesmo com 25, não evitou o revés.
França 81 x 61 Venezuela
Após a derrota para o Líbano, a seleção francesa entrou em quadra disposta a conquistar uma vitória para apagar a má impressão. Conseguiu, e bem para os padrões de seu jogo: marcou seu maior número de pontos em partidas do torneio, garantiu a segunda vaga do grupo — fugindo de Alemanha ou Espanha —, e mostrou que há vida sem Tony Parker. O melhor em quadra foi Florent Pietrus, com 19 pontos, oito rebotes e dois tocos.
Japão 55 x 104 Espanha
Que dizer de um massacre destes? Não há muito a fazer além de citar os números de jogadores como Pau Gasol — 21 pontos, 16 rebotes quatro tocos —, Juan Carlos Navarro — 18 pontos e 100% de aproveitamento nos três pontos — e Jorge Garbajosa, 12 pontos, sete rebotes e quatro roubadas de bola. Precisa falar mais?
Grécia 76 x 69 Turquia
Partida equilibrada entre duas seleções que chegaram invictas ao duelo. A qualidade técnica das equipes somada à rivalidade histórica dos países culminou em um jogo decidido em pequenos detalhes — como o “apagão” turco no terceiro período, que terminou 17 a 5 para a rival. Pelo lado vencedor, destacaram-se Michail Kakiouzis e Lázaros Papadopouolos, com 17 pontos. O cestinha, contudo, saiu derrotado: Serkan Erdogan anotou 30 tentos.
Estados Unidos 103 x 58 Senegal
Foi o maior massacre dos americanos em seu grupo e possivelmente de todo o Mundial. Mesmo com várias rotações — o que poderia quebrar o ritmo da equipe —, os norte-americanos não perdiam o pique. Com os reservas mais presentes em quadra, Chris Bosh pôde brilhar: fez 20 pontos e pegou dez rebotes.
Termino a primeira fase com 51 acertos em 60 jogos. Vejamos se de agora em diante a média aumenta ou diminui. Eu aposto que diminui.
Oitavas-de-final - Quem pega quem?
Vamos aos cruzamentos das oitavas-de-final. Mais tarde, uma análise dos países, classificados, tabela dos grupos e estatísticas individuais.
Por enquanto, somente essa tabelinha mequetrefe mesmo:
25/8 – Sexta-feira
22h00 – Argentina x Nova Zelândia
26/8 – Sábado
1h00 – Itália x Lituânia
5h00 – Turquia x Eslovênia
8h00 – Espanha x Sérvia e Montenegro
22h00 – Alemanha x Nigéria
27/8 – Domingo
1h00 – Estados Unidos x Austrália
5h00 – França x Angola
8h00 – Grécia x China
Por enquanto, somente essa tabelinha mequetrefe mesmo:
25/8 – Sexta-feira
22h00 – Argentina x Nova Zelândia
26/8 – Sábado
1h00 – Itália x Lituânia
5h00 – Turquia x Eslovênia
8h00 – Espanha x Sérvia e Montenegro
22h00 – Alemanha x Nigéria
27/8 – Domingo
1h00 – Estados Unidos x Austrália
5h00 – França x Angola
8h00 – Grécia x China
Lituânia 79 x 74 Brasil: fim ou reinício?
AP Photo
A imagem de Tiago Splitter desolado após mais uma derrota da seleção brasileira é emblemática. Mostra muito mais do que o cabisbaixo pivô de 21 anos, que venceu o confronto com atletas mais experientes nesta quinta-feira (24), mas não pôde evitar a eliminação do Brasil no Mundial de basquete.
Splitter é parte de uma geração talentosa e potencialmente vitoriosa. Talvez a melhor que o país conseguiu formar desde os bicampeões mundiais, pela diversidade de características que saltam aos olhos. Mas que falhou no Pré-Olímpico, em 2003, e torna a fracassar, três anos depois, no torneio mais importante do esporte da bola laranja.
O saldo é trágico. Preocupante, também. Cinco jogos e quatro derrotas. A seleção brasileira só venceu o Catar, uma equipe que ofereceu resistência a ninguém e perdeu todos os seus jogos.
Uma vitória que não será lembrada, ofuscada pela estréia tensa e insossa contra a Austrália. Pelos erros capitais contra a Turquia. Pela omissão diante da Grécia. E sepultada por mais um revés — quando novamente a vitória nos namorou no último quarto —, ante a Lituânia.
Não adianta procurar culpados. “Crucifiquemos Leandrinho”, gritarão alguns. “Anderson Varejão pipocou”, dirão outros tantos. “Mas aquela falta técnica do Huertas...”, lembrar-se-á o torcedor mais amargurado e menos desmemoriado.
Marcelinho e Guilherme, “dois alas que não defendem”, também serão execrados. Nenê e Baby (que nem jogaram o Mundial!) tachados de mercenários. Marquinhos, talvez de displicente e omisso. J.P. Batista, que muitos não viram e nem virão jogar, receberá outro rótulo qualquer. A caça às bruxas ganhará o espaço que lhe é devido depois das derrotas. E, se for assim, nada mudará.
O fracasso do Brasil no Mundial era algo plausível, sim. Mas esperado, não. “É oito ou oitenta. Ou nem passa da primeira fase, ou chega entre os seis primeiros”, eu disse em uma mesa redonda (teremos outras?) do Draft Brasil. O primeiro jogo, contra a Austrália, seria decisivo. De fato, foi. Ali, percebi que seria difícil a seleção ser “oitenta”. Viramos “oito”.
Se não é hora de procurar culpados entre os jogadores, de que seria o momento, então? De olhar para o próprio umbigo. Observar que a temporada começou com dois campeonatos nacionais masculinos e terminou sem um clube com o título de campeão. É hora de exigir e lutar por mudanças no comando da CBB, de resgatar os nomes que fizeram nosso basquete ser respeitado um dia.
O momento é de pensar e agir. Será que os métodos de treinamento estão corretos? Será normal os jogadores chegarem à seleção adulta com vícios contraídos nas categorias juvenis (mecânica de arremesso inadequada, marcação ineficiente, afobação para definir jogadas de ataque)?
Reverter o quadro demanda tempo. Talvez tenhamos uma geração inteira perdida, passando em branco por Mundiais e Olimpíadas. “Ganharemos o Pan”, dirá o ufanismo da TV oficial. Muito obrigado. Não quero vencer os universitários de segundo escalão dos Estados Unidos. Nem os pivôs centro-americanos, os quais têm peso e idade medidos em centenas.
Ao contrário do que tentarão nos impor a partir de agora, o Brasil não “perdeu nos detalhes”. A derrota da seleção, esta sim, foi apenas um detalhe. A cereja no bolo que faz a festa dos poucos donos do basquete nacional.
A imagem de Tiago Splitter desolado após mais uma derrota da seleção brasileira é emblemática. Mostra muito mais do que o cabisbaixo pivô de 21 anos, que venceu o confronto com atletas mais experientes nesta quinta-feira (24), mas não pôde evitar a eliminação do Brasil no Mundial de basquete.
Splitter é parte de uma geração talentosa e potencialmente vitoriosa. Talvez a melhor que o país conseguiu formar desde os bicampeões mundiais, pela diversidade de características que saltam aos olhos. Mas que falhou no Pré-Olímpico, em 2003, e torna a fracassar, três anos depois, no torneio mais importante do esporte da bola laranja.
O saldo é trágico. Preocupante, também. Cinco jogos e quatro derrotas. A seleção brasileira só venceu o Catar, uma equipe que ofereceu resistência a ninguém e perdeu todos os seus jogos.
Uma vitória que não será lembrada, ofuscada pela estréia tensa e insossa contra a Austrália. Pelos erros capitais contra a Turquia. Pela omissão diante da Grécia. E sepultada por mais um revés — quando novamente a vitória nos namorou no último quarto —, ante a Lituânia.
Não adianta procurar culpados. “Crucifiquemos Leandrinho”, gritarão alguns. “Anderson Varejão pipocou”, dirão outros tantos. “Mas aquela falta técnica do Huertas...”, lembrar-se-á o torcedor mais amargurado e menos desmemoriado.
Marcelinho e Guilherme, “dois alas que não defendem”, também serão execrados. Nenê e Baby (que nem jogaram o Mundial!) tachados de mercenários. Marquinhos, talvez de displicente e omisso. J.P. Batista, que muitos não viram e nem virão jogar, receberá outro rótulo qualquer. A caça às bruxas ganhará o espaço que lhe é devido depois das derrotas. E, se for assim, nada mudará.
O fracasso do Brasil no Mundial era algo plausível, sim. Mas esperado, não. “É oito ou oitenta. Ou nem passa da primeira fase, ou chega entre os seis primeiros”, eu disse em uma mesa redonda (teremos outras?) do Draft Brasil. O primeiro jogo, contra a Austrália, seria decisivo. De fato, foi. Ali, percebi que seria difícil a seleção ser “oitenta”. Viramos “oito”.
Se não é hora de procurar culpados entre os jogadores, de que seria o momento, então? De olhar para o próprio umbigo. Observar que a temporada começou com dois campeonatos nacionais masculinos e terminou sem um clube com o título de campeão. É hora de exigir e lutar por mudanças no comando da CBB, de resgatar os nomes que fizeram nosso basquete ser respeitado um dia.
O momento é de pensar e agir. Será que os métodos de treinamento estão corretos? Será normal os jogadores chegarem à seleção adulta com vícios contraídos nas categorias juvenis (mecânica de arremesso inadequada, marcação ineficiente, afobação para definir jogadas de ataque)?
Reverter o quadro demanda tempo. Talvez tenhamos uma geração inteira perdida, passando em branco por Mundiais e Olimpíadas. “Ganharemos o Pan”, dirá o ufanismo da TV oficial. Muito obrigado. Não quero vencer os universitários de segundo escalão dos Estados Unidos. Nem os pivôs centro-americanos, os quais têm peso e idade medidos em centenas.
Ao contrário do que tentarão nos impor a partir de agora, o Brasil não “perdeu nos detalhes”. A derrota da seleção, esta sim, foi apenas um detalhe. A cereja no bolo que faz a festa dos poucos donos do basquete nacional.
Angola 103 x 108 Alemanha: muito prazer, Dirk
AP Photo
Ele estava sumido no Mundial. Embora mantivesse as melhores médias da equipe, Dirk Nowitzki precisava de uma atuação de gala. Não precisa mais. No melhor jogo do torneio, o alemão carregou — sem exageros — sua seleção para a vitória.
Por três vezes a partida parecia decidida em favor dos angolanos. A primeira, no fim do quarto período, quando Dirk atraiu a marcação e Mithat Demirel acertou um arremesso de três, a 26s do fim, empatando o jogo em 69 a 69.
A segunda, na primeira prorrogação. Os angolanos venciam novamente, 83 a 80 quando, a 6s do fim, Robert Garrett tentou de três. A bola não entrou, mas o rebote foi alemão. Bola em Nowitzki, 1s de jogo, e mais um arremesso. Cesta e novo empate. Segunda prorrogação.
Mesmo com a inspiração de seu melhor jogador, a Alemanha tinha dificuldades diante da equipe africana, grata surpresa do torneio. No terceiro tempo extra, os angolanos venciam novamente. A 5s do fim, o placar apontava 95 a 93 de vantagem. A bola foi passada para Nowitzki, que sofreu falta. Dois lances livres, dois pontos mais e a terceira prorrogação.
Depois de empatar o jogo três vezes nos segundos finais, os alemães entraram para mais 5min de jogo com a motivação em alta. E, inspirados por seu líder, conseguiram abrir e administram uma vantagem pequena — mas confortável àquela altura —, de cinco pontos.
Placar do jogo: 108 a 103. Placar de Nowitzki: 47 pontos, 16 rebotes, quatro assistências, 17/17 lances livres. Atuação perfeita? Não. O aproveitamento nos arremessos de quadra foi baixo — 13/29. Mas alguém reparou?
Ele estava sumido no Mundial. Embora mantivesse as melhores médias da equipe, Dirk Nowitzki precisava de uma atuação de gala. Não precisa mais. No melhor jogo do torneio, o alemão carregou — sem exageros — sua seleção para a vitória.
Por três vezes a partida parecia decidida em favor dos angolanos. A primeira, no fim do quarto período, quando Dirk atraiu a marcação e Mithat Demirel acertou um arremesso de três, a 26s do fim, empatando o jogo em 69 a 69.
A segunda, na primeira prorrogação. Os angolanos venciam novamente, 83 a 80 quando, a 6s do fim, Robert Garrett tentou de três. A bola não entrou, mas o rebote foi alemão. Bola em Nowitzki, 1s de jogo, e mais um arremesso. Cesta e novo empate. Segunda prorrogação.
Mesmo com a inspiração de seu melhor jogador, a Alemanha tinha dificuldades diante da equipe africana, grata surpresa do torneio. No terceiro tempo extra, os angolanos venciam novamente. A 5s do fim, o placar apontava 95 a 93 de vantagem. A bola foi passada para Nowitzki, que sofreu falta. Dois lances livres, dois pontos mais e a terceira prorrogação.
Depois de empatar o jogo três vezes nos segundos finais, os alemães entraram para mais 5min de jogo com a motivação em alta. E, inspirados por seu líder, conseguiram abrir e administram uma vantagem pequena — mas confortável àquela altura —, de cinco pontos.
Placar do jogo: 108 a 103. Placar de Nowitzki: 47 pontos, 16 rebotes, quatro assistências, 17/17 lances livres. Atuação perfeita? Não. O aproveitamento nos arremessos de quadra foi baixo — 13/29. Mas alguém reparou?
Para ninguém ficar com sono
Fotos: AP Photo
O slogan clássico da NBA — “I love this game” — não é exagero. Não para quem acompanhou três das quatro primeiras partidas desta quinta-feira (24). Jogos históricos, daqueles que não se esquece tão cedo.
Não posso me alongar muito, porque em alguns minutos o Brasil entra em quadra para decidir se vai ou se fica. Mas a primeira série de jogos merece um post comemorativo. Festejemos, pois, esse esporte maravilhoso que nos une.
Primeiro ato: Sérvia e Montenegro x Argentina. Os sérvios, campeões mundiais, fizeram sua melhor partida até agora na competição. Chegaram ao último quarto com cinco pontos de vantagem. A 1min do fim, a Argentina vencia por 78 a 77.
Emanuel Ginóbili acertou dois lances livres — 80 a 77; Bojan Popovic errou um arremesso fácil. No rebote, Ruben Wolkowsky bobeou, Popovic recuperou a posse e sofreu falta. Reposição errada, bola na mãos de Ginóbili, a 23s do fim. O argentino erra, também.
Os sérvios armam mais um ataque e Darko Milicic tem a chance de reduzir a vantagem. A bola bate no aro e sai. Falta em Pepe Sánchez, que cobra dois lances livres e acerta um — o aproveitamento das duas seleções foi de 94%. Com quatro pontos atrás (77 a 81), os sérvios precisavam de uma bola de três e nova posse. Acertam uma bandeja, livre de marcação, com Rakocevic. Fazem falta e Wolkowsky, 5s para o fim. O argentino acerta as duas bolas — 83 a 79. Fim de jogo.
Segundo ato: Eslovênia x China. Os europeus dominaram as ações durante o primeiro tempo. No segundo, Yao Ming colocou os asiáticos de volta na partida — atenção para os números do gigante: 36 pontos, dez rebotes, 10/12 lances livres e duas (só duas!) faltas.
O último quarto teve início com vantagem eslovena (49 a 47) e a vitória parecia certa quando, a um minuto do fim, o placar marcava quatro pontos de vantagem (74 a 70). Mas um tiro de três, convertido por Fangyu Zhu, recolocou os chineses no jogo.
Os eslovenos marcaram mais um, em lance livre cobrado por Jaka Lakovic. Faltavam 31s quando Yao Ming recebeu no garrafão e empatou a partida em 75 pontos. Coube aos europeus segurar a bola até o fim de sua última posse, quando Uros Slokar fez mais dois pontos.
Faltavam 6s para o fim do jogo. Eslovênia 77 a 75.
Shipeng Wang, que ainda não havia acertado um arremesso na partida, tenta de três. No estouro do cronômetro, a bola se encontra com a redinh. O placar eterniza: 78 a 77 para os chineses.
O terceiro ato, Angola x Alemanha, merece um post à parte. Ainda preciso me recuperar do “choque”. Se possível, assistindo ao vídeo do fim da partida, que não foi transmitida por nenhuma emissora brasileira.
O slogan clássico da NBA — “I love this game” — não é exagero. Não para quem acompanhou três das quatro primeiras partidas desta quinta-feira (24). Jogos históricos, daqueles que não se esquece tão cedo.
Não posso me alongar muito, porque em alguns minutos o Brasil entra em quadra para decidir se vai ou se fica. Mas a primeira série de jogos merece um post comemorativo. Festejemos, pois, esse esporte maravilhoso que nos une.
Primeiro ato: Sérvia e Montenegro x Argentina. Os sérvios, campeões mundiais, fizeram sua melhor partida até agora na competição. Chegaram ao último quarto com cinco pontos de vantagem. A 1min do fim, a Argentina vencia por 78 a 77.
Emanuel Ginóbili acertou dois lances livres — 80 a 77; Bojan Popovic errou um arremesso fácil. No rebote, Ruben Wolkowsky bobeou, Popovic recuperou a posse e sofreu falta. Reposição errada, bola na mãos de Ginóbili, a 23s do fim. O argentino erra, também.
Os sérvios armam mais um ataque e Darko Milicic tem a chance de reduzir a vantagem. A bola bate no aro e sai. Falta em Pepe Sánchez, que cobra dois lances livres e acerta um — o aproveitamento das duas seleções foi de 94%. Com quatro pontos atrás (77 a 81), os sérvios precisavam de uma bola de três e nova posse. Acertam uma bandeja, livre de marcação, com Rakocevic. Fazem falta e Wolkowsky, 5s para o fim. O argentino acerta as duas bolas — 83 a 79. Fim de jogo.
Segundo ato: Eslovênia x China. Os europeus dominaram as ações durante o primeiro tempo. No segundo, Yao Ming colocou os asiáticos de volta na partida — atenção para os números do gigante: 36 pontos, dez rebotes, 10/12 lances livres e duas (só duas!) faltas.
O último quarto teve início com vantagem eslovena (49 a 47) e a vitória parecia certa quando, a um minuto do fim, o placar marcava quatro pontos de vantagem (74 a 70). Mas um tiro de três, convertido por Fangyu Zhu, recolocou os chineses no jogo.
Os eslovenos marcaram mais um, em lance livre cobrado por Jaka Lakovic. Faltavam 31s quando Yao Ming recebeu no garrafão e empatou a partida em 75 pontos. Coube aos europeus segurar a bola até o fim de sua última posse, quando Uros Slokar fez mais dois pontos.
Faltavam 6s para o fim do jogo. Eslovênia 77 a 75.
Shipeng Wang, que ainda não havia acertado um arremesso na partida, tenta de três. No estouro do cronômetro, a bola se encontra com a redinh. O placar eterniza: 78 a 77 para os chineses.
O terceiro ato, Angola x Alemanha, merece um post à parte. Ainda preciso me recuperar do “choque”. Se possível, assistindo ao vídeo do fim da partida, que não foi transmitida por nenhuma emissora brasileira.
23.8.06
Comando da madrugada, 24/8
AP Photo
Chegou a hora da primeira decisão do Mundial. Na madrugada/manhã de quinta-feira saem os classificados para as oitavas-de-final da competição. Oito países já têm vaga garantida — Argentina, Espanha, Alemanha, Angola, Grécia, Turquia, Estados Unidos e Itália.
Outros três — Panamá, Catar e Senegal — estão eliminados. Restam 13 equipes na luta por oito lugares na segunda fase da competição.
A disputa no Grupo A tem cinco equipes. Exceto a Argentina, já garantida em primeiro lugar, todas as demais brigam por uma vaga, com vantagem para França e Líbano. Ambas têm duas vitórias e pegam os adversários mais fracos da chave. A Sérvia, atual campeã, pode ficar fora.
Na chave B a disputa direta é pelo segundo lugar, entre Alemanha e Angola. Nova Zelândia e Japão brigam pela quarta vaga, com ampla vantagem para os “kiwis”.
O Grupo C, do Brasil, tem Grécia e Turquia garantidas. Para se classificar em quarto (e pegar os Estados Unidos nas oitavas), a seleção de Lula Ferreira precisa derrotar a Lituânia. Caso vença por uma diferença superior a 14 pontos, o time fica em terceiro. Derrota deixa os brasileiros fora da segunda fase, com o pior desempenho da história.
Dominado pelos Estados Unidos, o Grupo D assiste a uma disputa interessante pelas duas últimas vagas. Eslovênia, China e Porto Rico lutam pelos lugares que restam na zona d classificação. A Itália, hoje segunda, pode perder o posto.
Vamos aos horários e ao exercício diário de palpitologia (vale um palpite? Acho que vou errar muito hoje...)
1h00 – Sérvia e Montenegro x Argentina
Palpite: de um lado, a atual campeã mundial; do outro, a medalhista de ouro nas últimas Olimpíadas. Sérvia e Argentina se enfrentam em um dos mais aguardados duelos da primeira fase com ambições diferentes: os europeus precisam vencer para garantir a classificação. Para os sul-americanos, o primeiro lugar no grupo já está garantido. Por achar que a Argentina jogará com o time reserva — e somente por isso — aposto em vitória da Sérvia.
1h00 – Angola x Alemanha
Palpite: a sensação do torneio contra a apagada seleção alemã, que ainda não acordou na competição. É um jogo perigoso, que pode reservar surpresas (ninguém se espante com uma vitória de Angola!), mas serei tradicional: a Alemanha vence.
1h30 – Eslovênia x China
Palpite: outro jogo difícil para os palpiteiros de plantão (presente!). Pela necessidade da vitória, apostaria na China; pela qualidade técnica, na Eslovênia. Como aqui não existe muro e basquete não tem empate, aposto nos europeus.
1h30 – Austrália x Catar
Palpite: enfim um jogo “menos difícil” (depois de Líbano x França, estou cauteloso...). A Austrália confirma o favoritismo e vence com relativa tranqüilidade.
4h00 – Líbano x Nigéria
Palpite: outra pedreira para que se arrisca a dar palpites. Os nigerianos venceram a Sérvia; os libaneses, França e Venezuela. Pela moral conquistada na vitória da quarta rodada, vou de Líbano.
4h00 – Nova Zelândia x Panamá
Palpite: jogo duro... de assistir. Dois times horrorosos, convenhamos. Mas os neozelandeses são favoritos e devem vencer, até porque sonham com uma vaga nas oitavas-de-final.
4h30 – Lituânia x Brasil
Palpite: gostaria muito de escrever que aposto no Brasil. Mas está cada dia mais difícil. Hoje à tarde, em conversa com o jornalista Rodrigo Alves, do Sportv, falávamos que “dá para ganhar sim, mas precisa jogar”. Pois é. Eis o grande problema. Por isso — e espero estar errado — aposto em vitória da Lituânia. Dramática, como sempre.
4h30 – Itália x Porto Rico
Palpite: são as duas seleções que deram mais trabalho aos Estados Unidos no Grupo D do Mundial. Nos demais jogos, atuações oscilantes, que preocupam os treinadores e a torcida. Pela qualidade técnica do conjunto, vou de Itália. Mas aviso: os porto-riquenhos podem (e devem) engrossar.
7h00 – França x Venezuela
Palpite: depois que a França perdeu para o Líbano, não coloco mais a mão no fogo. Mas a Venezuela também perdeu para os libaneses. E então, o que fazer? Pensar nos elencos, nos quintetos titulares, nos treinadores... e apostar na França.
7h00 – Japão x Espanha
Palpite: mais um jogo fácil. A Espanha deve poupar seus jogadores, já venceu suas quatro primeiras partidas... mas não tem conversa. A menos que aconteça algo muito estranho — pensei por alguns segundos e não encontrei exemplos — a vitória é deles. Fácil.
7h30 – Grécia x Turquia
Palpite: é uma das maiores e mais antigas rivalidades do basquete europeu. Por mais que estejam classificadas, é possível que entrem com força máxima (a Grécia não terá Zisis, que está fora do Mundial por causa de uma cotovelada de Anderson Varejão). Pelo potencial do time, apostaria na Grécia; baseado no que em quadra, faria uma fezinha na Turquia. Como não tem coluna do meio, vou de Grécia.
7h30 – Estados Unidos x Senegal
Palpite: para completar, outra partida de resultado previsível. O mais interessante em jogos desse tipo é notar como os norte-americanos apagam e acordam em quadra, de acordo com o momento da partida. Parece que dá sono jogar com um adversário tão inferior. E, para quem acompanhar todos os jogos da madruga, deve dar mesmo. Se estiver cansado, não precisa assistir. Você já sabe quem vai vencer, mesmo.
Chegou a hora da primeira decisão do Mundial. Na madrugada/manhã de quinta-feira saem os classificados para as oitavas-de-final da competição. Oito países já têm vaga garantida — Argentina, Espanha, Alemanha, Angola, Grécia, Turquia, Estados Unidos e Itália.
Outros três — Panamá, Catar e Senegal — estão eliminados. Restam 13 equipes na luta por oito lugares na segunda fase da competição.
A disputa no Grupo A tem cinco equipes. Exceto a Argentina, já garantida em primeiro lugar, todas as demais brigam por uma vaga, com vantagem para França e Líbano. Ambas têm duas vitórias e pegam os adversários mais fracos da chave. A Sérvia, atual campeã, pode ficar fora.
Na chave B a disputa direta é pelo segundo lugar, entre Alemanha e Angola. Nova Zelândia e Japão brigam pela quarta vaga, com ampla vantagem para os “kiwis”.
O Grupo C, do Brasil, tem Grécia e Turquia garantidas. Para se classificar em quarto (e pegar os Estados Unidos nas oitavas), a seleção de Lula Ferreira precisa derrotar a Lituânia. Caso vença por uma diferença superior a 14 pontos, o time fica em terceiro. Derrota deixa os brasileiros fora da segunda fase, com o pior desempenho da história.
Dominado pelos Estados Unidos, o Grupo D assiste a uma disputa interessante pelas duas últimas vagas. Eslovênia, China e Porto Rico lutam pelos lugares que restam na zona d classificação. A Itália, hoje segunda, pode perder o posto.
Vamos aos horários e ao exercício diário de palpitologia (vale um palpite? Acho que vou errar muito hoje...)
1h00 – Sérvia e Montenegro x Argentina
Palpite: de um lado, a atual campeã mundial; do outro, a medalhista de ouro nas últimas Olimpíadas. Sérvia e Argentina se enfrentam em um dos mais aguardados duelos da primeira fase com ambições diferentes: os europeus precisam vencer para garantir a classificação. Para os sul-americanos, o primeiro lugar no grupo já está garantido. Por achar que a Argentina jogará com o time reserva — e somente por isso — aposto em vitória da Sérvia.
1h00 – Angola x Alemanha
Palpite: a sensação do torneio contra a apagada seleção alemã, que ainda não acordou na competição. É um jogo perigoso, que pode reservar surpresas (ninguém se espante com uma vitória de Angola!), mas serei tradicional: a Alemanha vence.
1h30 – Eslovênia x China
Palpite: outro jogo difícil para os palpiteiros de plantão (presente!). Pela necessidade da vitória, apostaria na China; pela qualidade técnica, na Eslovênia. Como aqui não existe muro e basquete não tem empate, aposto nos europeus.
1h30 – Austrália x Catar
Palpite: enfim um jogo “menos difícil” (depois de Líbano x França, estou cauteloso...). A Austrália confirma o favoritismo e vence com relativa tranqüilidade.
4h00 – Líbano x Nigéria
Palpite: outra pedreira para que se arrisca a dar palpites. Os nigerianos venceram a Sérvia; os libaneses, França e Venezuela. Pela moral conquistada na vitória da quarta rodada, vou de Líbano.
4h00 – Nova Zelândia x Panamá
Palpite: jogo duro... de assistir. Dois times horrorosos, convenhamos. Mas os neozelandeses são favoritos e devem vencer, até porque sonham com uma vaga nas oitavas-de-final.
4h30 – Lituânia x Brasil
Palpite: gostaria muito de escrever que aposto no Brasil. Mas está cada dia mais difícil. Hoje à tarde, em conversa com o jornalista Rodrigo Alves, do Sportv, falávamos que “dá para ganhar sim, mas precisa jogar”. Pois é. Eis o grande problema. Por isso — e espero estar errado — aposto em vitória da Lituânia. Dramática, como sempre.
4h30 – Itália x Porto Rico
Palpite: são as duas seleções que deram mais trabalho aos Estados Unidos no Grupo D do Mundial. Nos demais jogos, atuações oscilantes, que preocupam os treinadores e a torcida. Pela qualidade técnica do conjunto, vou de Itália. Mas aviso: os porto-riquenhos podem (e devem) engrossar.
7h00 – França x Venezuela
Palpite: depois que a França perdeu para o Líbano, não coloco mais a mão no fogo. Mas a Venezuela também perdeu para os libaneses. E então, o que fazer? Pensar nos elencos, nos quintetos titulares, nos treinadores... e apostar na França.
7h00 – Japão x Espanha
Palpite: mais um jogo fácil. A Espanha deve poupar seus jogadores, já venceu suas quatro primeiras partidas... mas não tem conversa. A menos que aconteça algo muito estranho — pensei por alguns segundos e não encontrei exemplos — a vitória é deles. Fácil.
7h30 – Grécia x Turquia
Palpite: é uma das maiores e mais antigas rivalidades do basquete europeu. Por mais que estejam classificadas, é possível que entrem com força máxima (a Grécia não terá Zisis, que está fora do Mundial por causa de uma cotovelada de Anderson Varejão). Pelo potencial do time, apostaria na Grécia; baseado no que em quadra, faria uma fezinha na Turquia. Como não tem coluna do meio, vou de Grécia.
7h30 – Estados Unidos x Senegal
Palpite: para completar, outra partida de resultado previsível. O mais interessante em jogos desse tipo é notar como os norte-americanos apagam e acordam em quadra, de acordo com o momento da partida. Parece que dá sono jogar com um adversário tão inferior. E, para quem acompanhar todos os jogos da madruga, deve dar mesmo. Se estiver cansado, não precisa assistir. Você já sabe quem vai vencer, mesmo.
Pipoca e controle na mão, 24/8
Segue a lista de jogos da madrugada, a última da primeira fase. E dá-lhe café, porque só tem jogão!
1h00 – Sérvia x Argentina
Na ESPN Brasil, com Cledi Oliveira e Eduardo Agra
No Sportv
4h30 – Lituânia x Brasil
Na ESPN Brasil, com Cledi Oliveira e Wlamir Marques
No Sportv
7h30 – Grécia x Turquia
Na ESPN Brasil, com João Palomino e Wlamir Marques
7h30 – Estados Unidos x Senegal
Na ESPN, com Everaldo Marques e Zé Boquinha
No Sportv
1h00 – Sérvia x Argentina
Na ESPN Brasil, com Cledi Oliveira e Eduardo Agra
No Sportv
4h30 – Lituânia x Brasil
Na ESPN Brasil, com Cledi Oliveira e Wlamir Marques
No Sportv
7h30 – Grécia x Turquia
Na ESPN Brasil, com João Palomino e Wlamir Marques
7h30 – Estados Unidos x Senegal
Na ESPN, com Everaldo Marques e Zé Boquinha
No Sportv
Resumo do dia, 23/8
AP Photo
O quinto dia do Mundial confirmou a invencibilidade das quatro favoritas — EUA, Espanha, Argentina e Grécia — que seguem sem derrotas na competição. Foi dia também dos turcos quase perderem para o Catar, do Japão levar uma virada em cima da hora contra a Nova Zelândia e de Yao Ming dar show contra o Senegal.
Falando em show, não tem outro nome para dar à atuação de Andrés Nocioni contra a Nigéria. O argentino do Chicago Bulls foi perfeito em seus arremessos e jogou um balde de água fria em quem ainda tenta secar a atual campeã olímpica.
Outro destaque — para mim a cena do Mundial até agora — foi a vitória do Líbano sobre a França. Os jogadores, que se declararam felizes por terem o direito de participar do torneio, fizeram mais do que isso: venceram pela segunda vez e já disputam uma vaga às oitavas-de-final. Vamos ao resuminho básico de cada dia:
Nigéria 64 x 98 Argentina
Ontem eu falei não esperava um massacre, mas algo em torno de 20 pontos em favor dos argentinos. Só não dava para prever a partida perfeita de Andrés Nocioni. O ala do Chicago Bulls arremessou nove bolas e simplesmente acertou todas! Detalhe: cinco delas de três. Com tamanha inspiração e 23 pontos em 18 minutos, não deu para os nigerianos evitarem a lavada.
Espanha 93 x 83 Angola
Os angolanos continuam surpreendendo. Diante dos ótimos espanhóis, não abaixaram a cabeça e enfrentaram o adversário de igual para igual. O esforço não rendeu a vitória aos africanos, mas deu-lhes uma derrota digna, por apenas dez pontos de diferença, e que impressiona — afinal, a Alemanha apanhou de 21. O melhor em quadra foi Pau Gasol, com 28 pontos, cinco rebotes e quatro assistências. Do lado angolano, double-double para Joaquim Gomes (24 pontos e 11 rebotes).
Austrália 57 x 78 Lituânia
Confesso que pensei em jogo equilibrado, talvez com prorrogação. Mas a Lituânia neutralizou a equipe da Austrália a partir do terceiro quarto e não teve dificuldades para vencer. O time europeu atacou justamente as bases da adversária: CJ Bruton e Andrew Bogut. O armador fechou a partida com apenas oito pontos e foi excluído com cinco faltas; o pivô levou um baile (no setor defensivo, sobretudo) de Robertas Javtokas — 16 pontos e 12 rebotes. Destaque também para Arvydas Macijauskas, 20 pontos e sete assistências.
Senegal 83 x 100 China
O jogo estava disputado até o início do último período, quando os chineses dispararam (venceram por 29 a 15) e garantiram a vitória. Em sua melhor exibição no torneio, os chineses destacaram pela boa pontuação dos coadjuvantes — Wang Zhizhi (19), Wang Shipeng (17), Liu Wei (16) e Du Feng (12). Mas o cestinha, como de hábito, foi o pivô Yao Ming, que somou 26 pontos e nove rebotes. Há que se ressaltar o aproveitamento do gigante de 2,26m: 8/12 arremessos de quadra e 10/12 lances livres.
Venezuela 65 x 95 Sérvia e Montenegro
Os atuais campeões do mundo passearam de novo. Depois de um início ruim, o time — renovado e ainda em formação — começa a tomar jeito. Quanto à Venezuela, só tenho de lamentar a queda de mais uma escola sul-americana. Na Sérvia, os melhores foram Igor Rakocevic (26 pontos, com 5/5 de três) e o criticado Darko Milicic, que virou piada na NBA quando jogava no Detroit, com 18 pontos e 11 rebotes.
Panamá 63 x 81 AlemanhaÉ impressionante como os alemães continuam mostrando inconstância durante as partidas. Hoje não foi diferente: no fim do primeiro tempo o placar apontava 38 a 37 para os panamenhos. Na segunda metade do jogo os europeus conseguiram se impor. Mas atuações como esta preocupam. Dirk Nowitzki foi novamente o cestinha, com 25 pontos e capturou 13 rebotes. Só o aproveitamento nas bolas de três ficou abaixo da crítica: 2/8, apenas 25%.
Catar 69 x 76 Turquia
A Turquia parece mesmo viciada em grandes emoções. Na partida de hoje, diante do Catar, o time caminhava rumo a uma vitória tranqüila. Até “apagar” no início do último e permitir a aproximação dos asiáticos. Com o time reserva, soube lidar com a chegada do adversário e controlou o jogo no fim. Em jogo fraco tecnicamente, os destaques individuais foram do Catar: Ali Saeed (com 20 pontos e sete rebotes) e Omer Salem (11 pontos e 13 rebotes).
Porto Rico 82 x 90 Eslovênia
Um jogo equilibrado, como previsto. O ponto de desequilíbrio foi o bom início dos eslovenos, que permitiu a eles administrarem a vantagem durante a partida. Quando os porto-riquenhos encostavam, logo os europeus respondiam, o que anulou qualquer chance de reação. Do lado centro-americano os melhores foram os de sempre: Carlos Arroyo (21 pontos, quatro assistências e quatro rebotes) e Elia Ayuso (20 pontos). O esloveno Jaka Lakovic fez 24 pontos e foi o cestinha da partida.
Nova Zelândia 60 x 57 Japão
Nível técnico pavoroso no pior confronto do dia. Depois de ficar atrás durante a maior parte do jogo — a vantagem japonesa chegou a ser de 18 pontos — a Nova Zelândia venceu por três, fruto de uma cesta de Kirk Penney. Para exemplificar o nível técnico da partida, basta dizer que o roliço Pero Cameron (ok, ele foi bem em 2002, mas até aí...) foi o cestinha, com 23 pontos, e pegou oito rebotes.
Líbano 74 x 73 França
Ao falar deste jogo ontem — prevendo vitória francesa, claro — disse que o placar não importaria, que o Líbano era vencedor só por disputar o Mundial. Errei. Eles são vencedores dentro da quadra, também. Diante do time francês, que cada vez joga pior e convence menos, aproveitaram a chance de chegar ao segundo triunfo no torneio. Os franceses tiveram a chance de levar a partida para a prorrogação com um lance livre desperdiçado por Boris Diaw a 3s do fim; depois, no estouro do cronômetro, Laurent Floirest errou um arremesso de média distância. Destaque para Fadi El Khatib, cestinha libanês, que marcou 29 pontos.
Estados Unidos 95 x 84 Itália
Os norte-americanos tiveram seu primeiro teste difícil na competição e precisaram de Carmelo Anthony inspirado para conseguir a vitória. O ala do Denver Nuggets marcou 35 pontos (13/18 em arremessos de quadra) e garantiu o quarto triunfo da equipe, que perdia o jogo por 45 a 36 no intervalo. Destaque também para Dwyane Wade, com 26 pontos em 23 minutos de quadra.
Acertei 9/12 resultados. A invencibilidade de dois dias caiu graças às derrotas de Porto Rico, Eslovênia e Japão. Para amanhã, prometo caprichar mais na pontaria.
O quinto dia do Mundial confirmou a invencibilidade das quatro favoritas — EUA, Espanha, Argentina e Grécia — que seguem sem derrotas na competição. Foi dia também dos turcos quase perderem para o Catar, do Japão levar uma virada em cima da hora contra a Nova Zelândia e de Yao Ming dar show contra o Senegal.
Falando em show, não tem outro nome para dar à atuação de Andrés Nocioni contra a Nigéria. O argentino do Chicago Bulls foi perfeito em seus arremessos e jogou um balde de água fria em quem ainda tenta secar a atual campeã olímpica.
Outro destaque — para mim a cena do Mundial até agora — foi a vitória do Líbano sobre a França. Os jogadores, que se declararam felizes por terem o direito de participar do torneio, fizeram mais do que isso: venceram pela segunda vez e já disputam uma vaga às oitavas-de-final. Vamos ao resuminho básico de cada dia:
Nigéria 64 x 98 Argentina
Ontem eu falei não esperava um massacre, mas algo em torno de 20 pontos em favor dos argentinos. Só não dava para prever a partida perfeita de Andrés Nocioni. O ala do Chicago Bulls arremessou nove bolas e simplesmente acertou todas! Detalhe: cinco delas de três. Com tamanha inspiração e 23 pontos em 18 minutos, não deu para os nigerianos evitarem a lavada.
Espanha 93 x 83 Angola
Os angolanos continuam surpreendendo. Diante dos ótimos espanhóis, não abaixaram a cabeça e enfrentaram o adversário de igual para igual. O esforço não rendeu a vitória aos africanos, mas deu-lhes uma derrota digna, por apenas dez pontos de diferença, e que impressiona — afinal, a Alemanha apanhou de 21. O melhor em quadra foi Pau Gasol, com 28 pontos, cinco rebotes e quatro assistências. Do lado angolano, double-double para Joaquim Gomes (24 pontos e 11 rebotes).
Austrália 57 x 78 Lituânia
Confesso que pensei em jogo equilibrado, talvez com prorrogação. Mas a Lituânia neutralizou a equipe da Austrália a partir do terceiro quarto e não teve dificuldades para vencer. O time europeu atacou justamente as bases da adversária: CJ Bruton e Andrew Bogut. O armador fechou a partida com apenas oito pontos e foi excluído com cinco faltas; o pivô levou um baile (no setor defensivo, sobretudo) de Robertas Javtokas — 16 pontos e 12 rebotes. Destaque também para Arvydas Macijauskas, 20 pontos e sete assistências.
Senegal 83 x 100 China
O jogo estava disputado até o início do último período, quando os chineses dispararam (venceram por 29 a 15) e garantiram a vitória. Em sua melhor exibição no torneio, os chineses destacaram pela boa pontuação dos coadjuvantes — Wang Zhizhi (19), Wang Shipeng (17), Liu Wei (16) e Du Feng (12). Mas o cestinha, como de hábito, foi o pivô Yao Ming, que somou 26 pontos e nove rebotes. Há que se ressaltar o aproveitamento do gigante de 2,26m: 8/12 arremessos de quadra e 10/12 lances livres.
Venezuela 65 x 95 Sérvia e Montenegro
Os atuais campeões do mundo passearam de novo. Depois de um início ruim, o time — renovado e ainda em formação — começa a tomar jeito. Quanto à Venezuela, só tenho de lamentar a queda de mais uma escola sul-americana. Na Sérvia, os melhores foram Igor Rakocevic (26 pontos, com 5/5 de três) e o criticado Darko Milicic, que virou piada na NBA quando jogava no Detroit, com 18 pontos e 11 rebotes.
Panamá 63 x 81 AlemanhaÉ impressionante como os alemães continuam mostrando inconstância durante as partidas. Hoje não foi diferente: no fim do primeiro tempo o placar apontava 38 a 37 para os panamenhos. Na segunda metade do jogo os europeus conseguiram se impor. Mas atuações como esta preocupam. Dirk Nowitzki foi novamente o cestinha, com 25 pontos e capturou 13 rebotes. Só o aproveitamento nas bolas de três ficou abaixo da crítica: 2/8, apenas 25%.
Catar 69 x 76 Turquia
A Turquia parece mesmo viciada em grandes emoções. Na partida de hoje, diante do Catar, o time caminhava rumo a uma vitória tranqüila. Até “apagar” no início do último e permitir a aproximação dos asiáticos. Com o time reserva, soube lidar com a chegada do adversário e controlou o jogo no fim. Em jogo fraco tecnicamente, os destaques individuais foram do Catar: Ali Saeed (com 20 pontos e sete rebotes) e Omer Salem (11 pontos e 13 rebotes).
Porto Rico 82 x 90 Eslovênia
Um jogo equilibrado, como previsto. O ponto de desequilíbrio foi o bom início dos eslovenos, que permitiu a eles administrarem a vantagem durante a partida. Quando os porto-riquenhos encostavam, logo os europeus respondiam, o que anulou qualquer chance de reação. Do lado centro-americano os melhores foram os de sempre: Carlos Arroyo (21 pontos, quatro assistências e quatro rebotes) e Elia Ayuso (20 pontos). O esloveno Jaka Lakovic fez 24 pontos e foi o cestinha da partida.
Nova Zelândia 60 x 57 Japão
Nível técnico pavoroso no pior confronto do dia. Depois de ficar atrás durante a maior parte do jogo — a vantagem japonesa chegou a ser de 18 pontos — a Nova Zelândia venceu por três, fruto de uma cesta de Kirk Penney. Para exemplificar o nível técnico da partida, basta dizer que o roliço Pero Cameron (ok, ele foi bem em 2002, mas até aí...) foi o cestinha, com 23 pontos, e pegou oito rebotes.
Líbano 74 x 73 França
Ao falar deste jogo ontem — prevendo vitória francesa, claro — disse que o placar não importaria, que o Líbano era vencedor só por disputar o Mundial. Errei. Eles são vencedores dentro da quadra, também. Diante do time francês, que cada vez joga pior e convence menos, aproveitaram a chance de chegar ao segundo triunfo no torneio. Os franceses tiveram a chance de levar a partida para a prorrogação com um lance livre desperdiçado por Boris Diaw a 3s do fim; depois, no estouro do cronômetro, Laurent Floirest errou um arremesso de média distância. Destaque para Fadi El Khatib, cestinha libanês, que marcou 29 pontos.
Estados Unidos 95 x 84 Itália
Os norte-americanos tiveram seu primeiro teste difícil na competição e precisaram de Carmelo Anthony inspirado para conseguir a vitória. O ala do Denver Nuggets marcou 35 pontos (13/18 em arremessos de quadra) e garantiu o quarto triunfo da equipe, que perdia o jogo por 45 a 36 no intervalo. Destaque também para Dwyane Wade, com 26 pontos em 23 minutos de quadra.
Acertei 9/12 resultados. A invencibilidade de dois dias caiu graças às derrotas de Porto Rico, Eslovênia e Japão. Para amanhã, prometo caprichar mais na pontaria.
Brasil 80 x 91 Grécia: melhorar não adianta. Mudar, sim
AFP
A quarta partida da seleção brasileira no Mundial de basquete serviu para provar muitas teorias e causar umas poucas surpresas. Ficou nítido que o time pode jogar bem contra seleções de maior porte (A Grécia é campeã européia!) caso se organize taticamente.
Como clara também ficou a necessidade de estabelecer um padrão de jogo defensivo — as trocas de marcação zona/individual, sempre infelizes, faziam o time oscilar em quadra.
Que dizer dos lances livres? Mais uma vez o Brasil teve rendimento risível, com 10/23 (43%). Os gregos, para efeito de comparação, acertaram 29 em 34 (85%, média aceitável para uma seleção profissional). Qual seria a razão para aproveitamento tão baixo? Incompetência? Não creio. Falta de treino? Possivelmente.
O que me intriga é que — mesmo com o rendimento de lances livres ruim — os jogadores brasileiros continuam tentando cavar faltas em infiltrações e jogadas individuais. Se a bola não cai nos lances livres, por que continuar com essa “estratégia”?
Não seria melhor esperar uma dobra de marcação no perímetro e tentar achar um bom arremessador livre para chutar de três? Ou cortar um adversário, atrair outro e acionar um pivô — teoricamente com a marcação prejudicada? Não sei. Não sou eu o técnico, afinal de contas, e nem pretendo ser.
Fato é que, mais uma vez, tivemos a chance de ganhar a partida — algo que acontecera também contra Turquia e Austrália. Tal qual nas duas vezes, não aproveitamos. É certo que, depois de construírem uma vantagem sólida de 20 pontos, os gregos relaxaram e se perderam. Mas, apesar do revés psicológico, souberam se recuperar. Um exemplo a ser seguido (quem viu o Brasil contra os turcos sabe do que estou falando).
Apesar da derrota, o jogo teve uma surpresa agradável: Marcelinho, selecionando bem os arremessos (ainda peca em alguns lances, mas melhorou muito) e fazendo 7/11 dos três — foi o cestinha, com 25 pontos. Defendo desde o início do Mundial que o ala deve ter seu melhor fundamento, o arremesso de três, utilizado a favor da equipe, não contra.
Queria ver Marcelinho como um especialista (citemos um exemplo quase herege, Steve Kerr no Chicago Bulls de Phil Jackson). Nos segundos finais de cada quarto ele entraria, daria três ou quatro chutes de três para botar fogo na partida. Terminada a participação naquela série de tentativas, banco. Talvez funcionasse melhor.
Há ainda muito a ser falado (e escrito) sobre o jogo e as chances do Brasil, que ainda existem. Será o assunto de próximas postagens. Por enquanto, aproveitem os comentários para debater.
Quanto ao título do post, resume bem o que penso. Sem sistema de jogo e treinamento adequado, podemos melhorar o aproveitamento, mas não chegaremos muito mais longe.
A quarta partida da seleção brasileira no Mundial de basquete serviu para provar muitas teorias e causar umas poucas surpresas. Ficou nítido que o time pode jogar bem contra seleções de maior porte (A Grécia é campeã européia!) caso se organize taticamente.
Como clara também ficou a necessidade de estabelecer um padrão de jogo defensivo — as trocas de marcação zona/individual, sempre infelizes, faziam o time oscilar em quadra.
Que dizer dos lances livres? Mais uma vez o Brasil teve rendimento risível, com 10/23 (43%). Os gregos, para efeito de comparação, acertaram 29 em 34 (85%, média aceitável para uma seleção profissional). Qual seria a razão para aproveitamento tão baixo? Incompetência? Não creio. Falta de treino? Possivelmente.
O que me intriga é que — mesmo com o rendimento de lances livres ruim — os jogadores brasileiros continuam tentando cavar faltas em infiltrações e jogadas individuais. Se a bola não cai nos lances livres, por que continuar com essa “estratégia”?
Não seria melhor esperar uma dobra de marcação no perímetro e tentar achar um bom arremessador livre para chutar de três? Ou cortar um adversário, atrair outro e acionar um pivô — teoricamente com a marcação prejudicada? Não sei. Não sou eu o técnico, afinal de contas, e nem pretendo ser.
Fato é que, mais uma vez, tivemos a chance de ganhar a partida — algo que acontecera também contra Turquia e Austrália. Tal qual nas duas vezes, não aproveitamos. É certo que, depois de construírem uma vantagem sólida de 20 pontos, os gregos relaxaram e se perderam. Mas, apesar do revés psicológico, souberam se recuperar. Um exemplo a ser seguido (quem viu o Brasil contra os turcos sabe do que estou falando).
Apesar da derrota, o jogo teve uma surpresa agradável: Marcelinho, selecionando bem os arremessos (ainda peca em alguns lances, mas melhorou muito) e fazendo 7/11 dos três — foi o cestinha, com 25 pontos. Defendo desde o início do Mundial que o ala deve ter seu melhor fundamento, o arremesso de três, utilizado a favor da equipe, não contra.
Queria ver Marcelinho como um especialista (citemos um exemplo quase herege, Steve Kerr no Chicago Bulls de Phil Jackson). Nos segundos finais de cada quarto ele entraria, daria três ou quatro chutes de três para botar fogo na partida. Terminada a participação naquela série de tentativas, banco. Talvez funcionasse melhor.
Há ainda muito a ser falado (e escrito) sobre o jogo e as chances do Brasil, que ainda existem. Será o assunto de próximas postagens. Por enquanto, aproveitem os comentários para debater.
Quanto ao título do post, resume bem o que penso. Sem sistema de jogo e treinamento adequado, podemos melhorar o aproveitamento, mas não chegaremos muito mais longe.
Apertem os cintos: o arremesso sumiu
AFP
Algo que nunca me agradou, embora seja uma marca histórica da seleção brasileira, é a insistência nos arremessos de longa distância. Um vício que foi consagrado com a conquista dos Jogos Panamericanos de 1987 e — erroneamente — passou de opção ofensiva complementar a salvação da lavoura.
Durante duas décadas, o Brasil teve Oscar, um dos melhores arremessadores da história do basquete mundial. Mas o ala foi o criador (involuntário, diga-se) de uma “cultura da bola de três pontos”. A mania está arraigada, enraizada e sedimentada (consegui ser enfático?) no esporte nacional. Difícil mudar isso de uma hora para outra — como Lula Ferreira disse que faria no Japão (leia aqui).
Pois o Brasil de fato mudou. Para pior. O time arremessou 56 bolas de três pontos até agora (apenas o 20º na estatística). O leitor dirá “ótimo, então agora estão selecionando melhor os chutes...” que pare por aí. Engana-se quem pensa que há mais critério e/ou precisão nos tiros “de fora”.
O 20º posto na lista de bolas tentadas é muito pouco. Afinal é uma característica que deve ser adaptada ao jogo, não simplesmente castrada do repertório da equipe. Até porque os jogadores foram formados com vícios deste a categoria infantil. Sempre com a bola de três em foco.
Pior do que arremessar pouco — o que poderia denotar critério na escolha — é encestar apenas 25% das bolas. É isso mesmo: o Brasil acerta uma em cada quatro tentativas da linha dos três pontos. Trata-se do segundo pior aproveitamento da competição, à frente apenas dos panamenhos e seus 20%.
Antes, éramos “o país que venceu os Estados Unidos abusando das bolas de três”. Hoje não vencemos mais os Estados Unidos. Nem somos o país das bolas de três.
Para ilustrar a situação, o “shot chart” (também conhecido como “quer que eu desenhe?”) dos jogos em que o Brasil perdeu. Os gráficos mostram de onde partiram as bolas nos jogos contra Austrália e Turquia, respectivamente:
Algo que nunca me agradou, embora seja uma marca histórica da seleção brasileira, é a insistência nos arremessos de longa distância. Um vício que foi consagrado com a conquista dos Jogos Panamericanos de 1987 e — erroneamente — passou de opção ofensiva complementar a salvação da lavoura.
Durante duas décadas, o Brasil teve Oscar, um dos melhores arremessadores da história do basquete mundial. Mas o ala foi o criador (involuntário, diga-se) de uma “cultura da bola de três pontos”. A mania está arraigada, enraizada e sedimentada (consegui ser enfático?) no esporte nacional. Difícil mudar isso de uma hora para outra — como Lula Ferreira disse que faria no Japão (leia aqui).
Pois o Brasil de fato mudou. Para pior. O time arremessou 56 bolas de três pontos até agora (apenas o 20º na estatística). O leitor dirá “ótimo, então agora estão selecionando melhor os chutes...” que pare por aí. Engana-se quem pensa que há mais critério e/ou precisão nos tiros “de fora”.
O 20º posto na lista de bolas tentadas é muito pouco. Afinal é uma característica que deve ser adaptada ao jogo, não simplesmente castrada do repertório da equipe. Até porque os jogadores foram formados com vícios deste a categoria infantil. Sempre com a bola de três em foco.
Pior do que arremessar pouco — o que poderia denotar critério na escolha — é encestar apenas 25% das bolas. É isso mesmo: o Brasil acerta uma em cada quatro tentativas da linha dos três pontos. Trata-se do segundo pior aproveitamento da competição, à frente apenas dos panamenhos e seus 20%.
Antes, éramos “o país que venceu os Estados Unidos abusando das bolas de três”. Hoje não vencemos mais os Estados Unidos. Nem somos o país das bolas de três.
Para ilustrar a situação, o “shot chart” (também conhecido como “quer que eu desenhe?”) dos jogos em que o Brasil perdeu. Os gráficos mostram de onde partiram as bolas nos jogos contra Austrália e Turquia, respectivamente:
22.8.06
Comando da madrugada, 23/8
A quarta rodada do Mundial aquece a madrugada desta quarta-feira e só pára com o jogo do Brasil diante da Grécia, às 7h30. Uma ótima oportunidade para ver um basquete bem jogado — espero que dos dois lados. A pergunta é: conseguirá o time brasileiro marcar 70 pontos?
Destaque para Austrália x Lituânia e Porto Rico x Eslovênia, dois embates interessantes, com equipes medianas que têm lampejos de qualidade.
Os Estados Unidos, cada vez mais fortes, têm pela frente a “retranqueira” Itália. Será que passam dos 100 pela quarta vez em quatro jogos? E a defesa, melhora ou não?
Muitas perguntas, que só a madrugada responderá. Por enquanto, hora de dar pitaco.
1h00 – Nigéria x Argentina
Palpite: a Nigéria foi a surpresa da primeira rodada ao surpreender Sérvia e Montenegro. Depois, perdeu para Venezuela e França. Difícil acreditar que dê algum trabalho para a Argentina. Talvez na seja um massacre dos campeões olímpicos, mas é jogo para 20 pontos de vantagem.
1h00 – Espanha x Angola
Palpite: Angola venceu os três primeiros jogos, surpreendeu ao bater a Nova Zelândia e agora... E agora o que? Pode derrotar a Espanha? Poder, até pode. Mas só em condições excepcionais. Como não deve ser o caso, os espanhóis devem ganhar com tranqüilidade.
1h30 – Austrália x Lituânia
Palpite: um dos vários jogos difíceis de prever nesta rodada. O ideal para o Brasil seria vitória australiana, porque... Ah, pára com isso! O ideal para o Brasil seria jogar direito e não pipocar! Voltando à vaca fria, vou de Lituânia. Com aperto, se bobear até prorrogação.
1h30 – Senegal x China
Palpite: outro jogo complicado de prever, com duas “forças emergentes” (já ouvi isso em algum lugar...). Mas como aqui não tem muro, vai dar China. Com show e festa particular de Yao Ming.
4h00 – Venezuela x Sérvia e Montenegro
Palpite: duas seleções que estão muito aquém das expectativas, embora o que se esperava delas não fosse propriamente a mesma coisa. Pela tradição e pelo ânimo adquirido nas últimas partidas, a Sérvia deve vencer com relativa facilidade.
4h00 – Panamá x Alemanha
Palpite: forte possibilidade de um massacre alemão. O Panamá é fraquíssimo e os europeus ainda devem uma atuação convincente. Com um sparring desses, é a chance de ouro. Podem colocar 40 pontos na conta.
4h30 – Catar x Turquia
Palpite: os turcos venceram todos os jogos até agora (Brasil, Austrália e Lituânia) com diferenças pequenas, nos segundos finais. Contra o Catar, as fortes emoções não terão vez. É jogo para saco sem fundo. Se Ilyasova — apagadíssimo contra o Brasil — resolver jogar, é candidato a chinelada, com mais de 30 pontos.
4h30 – Porto Rico x Eslovênia
Palpite: tipo de jogo para derrubar a média de acertos — que, convenhamos, anda estranhamente boa! Duas escolas diferentes, dois times competentes com jogadores de habilidade reconhecida. A razão mandaria apostar na Eslovênia, superior fisicamente. Mas acredito na dupla Arroyo-Ayuso. Vamos, Porto Rico!
7h00 – Nova Zelândia x Japão
Palpite: outra aposta complicada. Duas seleções fracas e sem grandes pretensões. Pelo mesmo motivo que acreditei nos japoneses contra o Panamá, reforço minha aposta nos nipônicos. Em jogo de time ruim, a torcida faz diferença.
7h00 – Líbano x França
Palpite: não me arrisco a dizer que será massacre porque os franceses são econômicos nos pontos. Mas dá para pensar em algum placar nos moldes “jogos universitários” a favor dos franceses: aquele 70 a 40, ou coisa do tipo. Sejamos sinceros: os libaneses merecem aplausos por estarem no Mundial, mesmo com seu país bombardeado e arrasado. O placar dos jogos pouco importa.
7h30 – Brasil x Grécia
Palpite: depois de assistir as três primeiras partidas, acho que não tem muito que inventar. A Grécia tem jogado abaixo da crítica, mas sabe definir um jogo nos minutos finais. Precisa falar do Brasil? Vitória grega, nos moldes de tragédia helênica aos quais nos acostumamos... o famoso “era para ter ganho, se não fosse...”
7h30 – Estados Unidos x Itália
Palpite: era para ser o compromisso mais difícil dos norte-americanos na primeira fase. Mas a escala ascendente do time de “Coach K” não me permite pensar em jogo duro. Para perder por menos de 20 pontos, a Itália terá de jogar muito. Coisa que não fez até agora.
Foto: AP Photo
Destaque para Austrália x Lituânia e Porto Rico x Eslovênia, dois embates interessantes, com equipes medianas que têm lampejos de qualidade.
Os Estados Unidos, cada vez mais fortes, têm pela frente a “retranqueira” Itália. Será que passam dos 100 pela quarta vez em quatro jogos? E a defesa, melhora ou não?
Muitas perguntas, que só a madrugada responderá. Por enquanto, hora de dar pitaco.
1h00 – Nigéria x Argentina
Palpite: a Nigéria foi a surpresa da primeira rodada ao surpreender Sérvia e Montenegro. Depois, perdeu para Venezuela e França. Difícil acreditar que dê algum trabalho para a Argentina. Talvez na seja um massacre dos campeões olímpicos, mas é jogo para 20 pontos de vantagem.
1h00 – Espanha x Angola
Palpite: Angola venceu os três primeiros jogos, surpreendeu ao bater a Nova Zelândia e agora... E agora o que? Pode derrotar a Espanha? Poder, até pode. Mas só em condições excepcionais. Como não deve ser o caso, os espanhóis devem ganhar com tranqüilidade.
1h30 – Austrália x Lituânia
Palpite: um dos vários jogos difíceis de prever nesta rodada. O ideal para o Brasil seria vitória australiana, porque... Ah, pára com isso! O ideal para o Brasil seria jogar direito e não pipocar! Voltando à vaca fria, vou de Lituânia. Com aperto, se bobear até prorrogação.
1h30 – Senegal x China
Palpite: outro jogo complicado de prever, com duas “forças emergentes” (já ouvi isso em algum lugar...). Mas como aqui não tem muro, vai dar China. Com show e festa particular de Yao Ming.
4h00 – Venezuela x Sérvia e Montenegro
Palpite: duas seleções que estão muito aquém das expectativas, embora o que se esperava delas não fosse propriamente a mesma coisa. Pela tradição e pelo ânimo adquirido nas últimas partidas, a Sérvia deve vencer com relativa facilidade.
4h00 – Panamá x Alemanha
Palpite: forte possibilidade de um massacre alemão. O Panamá é fraquíssimo e os europeus ainda devem uma atuação convincente. Com um sparring desses, é a chance de ouro. Podem colocar 40 pontos na conta.
4h30 – Catar x Turquia
Palpite: os turcos venceram todos os jogos até agora (Brasil, Austrália e Lituânia) com diferenças pequenas, nos segundos finais. Contra o Catar, as fortes emoções não terão vez. É jogo para saco sem fundo. Se Ilyasova — apagadíssimo contra o Brasil — resolver jogar, é candidato a chinelada, com mais de 30 pontos.
4h30 – Porto Rico x Eslovênia
Palpite: tipo de jogo para derrubar a média de acertos — que, convenhamos, anda estranhamente boa! Duas escolas diferentes, dois times competentes com jogadores de habilidade reconhecida. A razão mandaria apostar na Eslovênia, superior fisicamente. Mas acredito na dupla Arroyo-Ayuso. Vamos, Porto Rico!
7h00 – Nova Zelândia x Japão
Palpite: outra aposta complicada. Duas seleções fracas e sem grandes pretensões. Pelo mesmo motivo que acreditei nos japoneses contra o Panamá, reforço minha aposta nos nipônicos. Em jogo de time ruim, a torcida faz diferença.
7h00 – Líbano x França
Palpite: não me arrisco a dizer que será massacre porque os franceses são econômicos nos pontos. Mas dá para pensar em algum placar nos moldes “jogos universitários” a favor dos franceses: aquele 70 a 40, ou coisa do tipo. Sejamos sinceros: os libaneses merecem aplausos por estarem no Mundial, mesmo com seu país bombardeado e arrasado. O placar dos jogos pouco importa.
7h30 – Brasil x Grécia
Palpite: depois de assistir as três primeiras partidas, acho que não tem muito que inventar. A Grécia tem jogado abaixo da crítica, mas sabe definir um jogo nos minutos finais. Precisa falar do Brasil? Vitória grega, nos moldes de tragédia helênica aos quais nos acostumamos... o famoso “era para ter ganho, se não fosse...”
7h30 – Estados Unidos x Itália
Palpite: era para ser o compromisso mais difícil dos norte-americanos na primeira fase. Mas a escala ascendente do time de “Coach K” não me permite pensar em jogo duro. Para perder por menos de 20 pontos, a Itália terá de jogar muito. Coisa que não fez até agora.
Foto: AP Photo
Pipoca e controle na mão, 23/8
Dia movimentado para a tropa basqueteira. Destaque para Estados Unidos x Itália, às 7h30. Para quem quiser boicotar o Brasil sentir-se à vontade.
1h00 - Nigéria x Argentina
No Sportv
1h30 - Austrália x Lituânia
Na ESPN Brasil, com Cledi Oliveira e Eduardo Agra
4h00 - Venezuela x Sérvia e Montenegro
No Sportv
7h30 - Brasil x Grécia
Na ESPN Brasil, com Cledi Oliveira e Wlamir Marques
No Sportv
7h30 - Estados Unidos x Itália
Na ESPN, com João Palomino e Zé Boquinha
1h00 - Nigéria x Argentina
No Sportv
1h30 - Austrália x Lituânia
Na ESPN Brasil, com Cledi Oliveira e Eduardo Agra
4h00 - Venezuela x Sérvia e Montenegro
No Sportv
7h30 - Brasil x Grécia
Na ESPN Brasil, com Cledi Oliveira e Wlamir Marques
No Sportv
7h30 - Estados Unidos x Itália
Na ESPN, com João Palomino e Zé Boquinha
Resumo do dia, 22/8
AP Photo
Nem só da seleção brasileira viveu o quarto dia de disputas no Mundial. Seguem alguns pitacos e informações sobre os demais jogos do dia. (Sobre o Brasil ainda há muito a falar, também. Aguardem...)
China 87 x 90 Porto Rico
Jogo muito equilibrado, de duas escolas diferentes e que só foi decidido nos lances finais. O ponto favorável a Porto Rico foi que nos rebotes — ponto forte da China — houve equilíbrio (44 a 39 para os asiáticos). Nas cestas de três pontos — característica dos porto-riquenhos — não: 7/21 (33%) para os chineses contra 12/24 (50%). Destaque para a dupla Ayuso-Arroyo, que junta somou 52 pontos; no lado oriental, Yao Ming mais uma vez foi o melhor, com 29 pontos e nove rebotes.
Lituânia 106 x 65 Catar
Os lituanos não fizeram mais que a obrigação. Depois de perderem as duas primeiras partidas, venceram com extrema facilidade — no primeiro quarto, 31 a 11 — por 41 pontos de diferença. Destaque para Ksystof Lavrinovic, que fez 20 pontos, pegou cinco rebotes e deu três assistências (tudo em 16 minutos!).
Itália 64 x 56 Senegal
Escrevi ontem que a Itália precisaria de mais uma grande atuação individual, ou de um sólido jogo coletivo para conquistar a vitória com facilidade. Nenhum dos dois apareceu, mas os europeus venceram depois de iniciar o último período em desvantagem. Em partida sem grandes atuações, o melhor foi um senegalês: Malaye Ndoye fez 18 pontos e capturou sete rebotes.
Grécia 72 x 69 Austrália
Contra os meus prognósticos, a Grécia não teve facilidade para arrancar sua terceira vitória no Mundial. Na verdade, teve dificuldade demais. Um tiro certeiro de Nikos Zisis, a 2s para o fim, fechou o placar em 72 a 69. Dimitrius Diamantidis foi o cestinha, com 20 pontos e pegou seis rebotes.
Eslovênia 95 x 114 Estados Unidos
O jovem time esloveno não foi páreo para os norte-americanos. A partir do segundo período a força física e a qualidade técnica dos astros da NBA prevaleceram. O placar, com 19 pontos de vantagem, não deixa dúvidas sobre a superioridade dos favoritos ao título. Dwyane Wade foi o cestinha com 20 pontos, LeBron James marcou 19 e o competente armador Chris Paul anotou nove pontos e nove assistências.
Quem quiser ter o trabalho de olhar lá embaixo, pode conferir: acertei todas de novo... mas preferia ter errado a do Brasil. Só que, quem conhece essa seleção, sabe que se precisar decidir a coisa complica.
Nem só da seleção brasileira viveu o quarto dia de disputas no Mundial. Seguem alguns pitacos e informações sobre os demais jogos do dia. (Sobre o Brasil ainda há muito a falar, também. Aguardem...)
China 87 x 90 Porto Rico
Jogo muito equilibrado, de duas escolas diferentes e que só foi decidido nos lances finais. O ponto favorável a Porto Rico foi que nos rebotes — ponto forte da China — houve equilíbrio (44 a 39 para os asiáticos). Nas cestas de três pontos — característica dos porto-riquenhos — não: 7/21 (33%) para os chineses contra 12/24 (50%). Destaque para a dupla Ayuso-Arroyo, que junta somou 52 pontos; no lado oriental, Yao Ming mais uma vez foi o melhor, com 29 pontos e nove rebotes.
Lituânia 106 x 65 Catar
Os lituanos não fizeram mais que a obrigação. Depois de perderem as duas primeiras partidas, venceram com extrema facilidade — no primeiro quarto, 31 a 11 — por 41 pontos de diferença. Destaque para Ksystof Lavrinovic, que fez 20 pontos, pegou cinco rebotes e deu três assistências (tudo em 16 minutos!).
Itália 64 x 56 Senegal
Escrevi ontem que a Itália precisaria de mais uma grande atuação individual, ou de um sólido jogo coletivo para conquistar a vitória com facilidade. Nenhum dos dois apareceu, mas os europeus venceram depois de iniciar o último período em desvantagem. Em partida sem grandes atuações, o melhor foi um senegalês: Malaye Ndoye fez 18 pontos e capturou sete rebotes.
Grécia 72 x 69 Austrália
Contra os meus prognósticos, a Grécia não teve facilidade para arrancar sua terceira vitória no Mundial. Na verdade, teve dificuldade demais. Um tiro certeiro de Nikos Zisis, a 2s para o fim, fechou o placar em 72 a 69. Dimitrius Diamantidis foi o cestinha, com 20 pontos e pegou seis rebotes.
Eslovênia 95 x 114 Estados Unidos
O jovem time esloveno não foi páreo para os norte-americanos. A partir do segundo período a força física e a qualidade técnica dos astros da NBA prevaleceram. O placar, com 19 pontos de vantagem, não deixa dúvidas sobre a superioridade dos favoritos ao título. Dwyane Wade foi o cestinha com 20 pontos, LeBron James marcou 19 e o competente armador Chris Paul anotou nove pontos e nove assistências.
Quem quiser ter o trabalho de olhar lá embaixo, pode conferir: acertei todas de novo... mas preferia ter errado a do Brasil. Só que, quem conhece essa seleção, sabe que se precisar decidir a coisa complica.
Turquia 73 x 71 Brasil: um time que não merece vencer
Fotos: AP Photo
Não sei por onde começar. Posso falar mais uma vez da passividade dos três pontos, das trocas de marcação erradas, da instabilidade dos mais jovens, da apatia dos mais experientes. Dizer que os erros se repetiram, que o banco continuou inoperante, que o adversário sequer jogou o que sabe e, ainda assim conseguiu nos vencer.
Posso criticar a confederação, dizer que a seleção perdeu o glamour de outros tempos, que o técnico é um adepto de panelinhas ridículas e desagregador. Mencionar números, estatísticas que — embora nem sempre digam a verdade — escancaram a situação de um time que não sabe o que fazer com a bola. Dados que mostram uma equipe — seria mesmo uma equipe? — sem padrão de jogo, sem concepção de coletividade, sem comando dentro e fora da quadra.
Pois fiquem tranqüilos. Posso e vou falar de tudo isso. E conto com a participação de todos na caixa de comentários, para que possamos promover um debate sobre os rumos a serem tomados. Afinal, mais do que uma série de opiniões e palpites, muito além de uma lista de resultados, este espaço se propõe, sobretudo, a debater o basquete nacional. O combalido esporte da bola laranja respirava com a ajuda de aparelhos até a manhã de hoje. De agora em diante o que temos? Eutanásia?
Escolhi — quase aleatoriamente — dez fatores que considero primordiais no basquete. Que tal analisar o Brasil de hoje sob o prisma de cada um deles?
Defesa
Talvez o maior problema desta equipe tenha sido não encaixar uma marcação eficiente e consistente. O sistema de zona 3-2, usado em partes do amistoso contra os Estados Unidos e em alguns momentos na partida de hoje, mostrou-se válido, mas não pode ser usado durante toda a partida. Em uma equipe sem banco (falaremos disso mais tarde), fica difícil fazer pressão o tempo todo devido ao desgaste físico dos atletas.
Soma-se a isto o fato de alguns jogadores brasileiros não saberem marcar (me impressiona o quanto Nezinho usa os braços e faz faltas ao pressionar os adversários; Guilherme invariavelmente é superado no 1 x 1) e o quadro torna-se desastroso. Além disso, a passividade aos arremessos de três mais uma vez ficou evidente: os turcos arremessaram 24 vezes (acertaram dez, o aproveitamento caiu no segundo tempo); o Brasil tentou 17 e acertou duas (12%).
Lance livre
Se alguém acreditava que a frase clássica “lance livre ganha jogo” é apenas mais um chavão basqueteiro, a partida de hoje mostrou que não. É inadmissível que uma equipe composta por jogadores profissionais tenha aproveitamento de 62% (23/37). Leandrinho, que teve a chance de matar a partida a 6s do fim, acertou 8/16 — pífios 50%. Na NBA, o armador tem 77% (84% em playoffs, o que o credenciaria a ser um definidor).
Aqui entra uma observação: critico a comissão técnica, sim. Mas nenhum técnico no mundo pode entrar em quadra para cobrar os lances livres. Talvez seja o único momento da partida em que o jogador tem toda a responsabilidade por acertar ou errar.
Concentração
Em um jogo de Mundial, com duas equipes de nível técnico semelhante, cometer faltas técnicas chega a ser absurdo. Pois nesta terça-feira a duas equipes o fizeram. A Turquia, no segundo quarto: Marcelinho cobrou os dois lances livres e errou ambos; logo depois errou uma bandeja.
No quarto período foi a vez de Huertas gritar com um adversário depois de levar um toco — a meu ver legítimo, mas a arbitragem marcou falta. Resultado: o Brasil perdeu a posse de bola, a Turquia acertou os dois lances livres e emendou uma bola de três para virar o jogo. O ataque de cinco pontos desestabilizou o time brasileiro.
Individualidade
Faltou — ainda falta — aos jogadores a capacidade de discernir entre o momento de fazer uma jogada individual e a hora de passar a bola. O Brasil não tem um craque e talvez nem precise de um. Mas ter alguém que posso colocar a bola embaixo do braço nos momentos de decisão é fundamental. Alguém que não erre lances livres decisivos, também.
Jogo coletivo
Resquícios de coletividade foram vistos no jogo de hoje, sim. Algumas jogadas em que todos os jogadores tocavam na bola, passes bem pensados... Mas ainda foi pouco. Um número ínfimo perto do necessário para construir um time vencedor.
Antes que digam que sou contraditório ao listar jogo coletivo e individualidade, o que penso: a qualidade individual só se destaca quando um time funciona, com todos reconhecendo as limitações e qualidades de si mesmo e dos companheiros.
Seleção de arremesso
Duas observações que confirmei hoje e acho que mereçam ser destacadas: um arremesso de três de Nezinho, quando o Brasil tinha 18s de posse para queimar e uma observação que fiz sobre Marcelinho: o armador raras vezes passa a bola duas vezes no ataque. Ele faz um passe, se receber de novo, chuta de três, independente do tempo restante para se fazer a jogada.
São vícios que têm de ser corrigidos. Como vários outros de outros jogadores, principalmente quanto à “hora de arremessar”. O time brasileiro passa a impressão (seria só impressão) de que se perde quando tem a bola nas mãos.
Comando
Falta à seleção um líder dentro de quadra, sim. Leandrinho, o melhor jogador da equipe, é tímido. Varejão reclama mais do árbitro do que de eventuais erros de colegas. Splitter — a surpresa positiva do Mundial — não tem o perfil.
Mas o que falta, realmente, é um técnico que vibre e cobre com veemência que suas instruções sejam seguidas. Não se trata de berrar e dar piti à beira da quadra. Mas de, nos pedidos de tempo, mostrar o que está errado e apontar o dedo para quem fez a besteira. O comportamento do técnico da Turquia não era exagerado, nem passivo demais. Quem venceu o jogo?
Banco
O elenco do Mundial permite até 12 jogadores por equipe. O Brasil usou praticamente dez — André Bambu e Caio só jogaram contra o Catar. Além disso, Murilo e Estevam, embora sejam dos melhores que atuam no basquete nacional, não têm o nível do restante da equipe. Nezinho engrossa a lista e sobram apenas sete jogadores.
Seria a conta justa para um time jogar no limite de suas forças: sete atletas, o que limita as rotações e engessaria o jogo. Lula usa mais, para poupar um ou outro titular e mexer no ritmo da partida. Geralmente não dá acerto — as exceções ficam por contra das entradas de Alex (para dar velocidade) e Marcelinho (quando bem utilizado — leia-se nunca — com o intuito de acertar bolas de longa distância).
Em suma, falta-nos um banco. O que, em alto nível, é imperdoável.
Padrão de jogo
É utopia falar em padrão de jogo na seleção brasileira. Quando tem a bola, a equipe torna-se algo imprevisível, não pela qualidade dos jogadores (que de fato existe), mas pela loteria em que se transforma cada ataque.
Praticamente não há jogadas ensaiadas, bloqueios, corta-luzes. Até os arremessos de perímetro sumiram, engolidos pela volúpia das cestas de três e pelos pontos no garrafão.
Treinamento
Em vez de testar jogadas e variações de marcação, a equipe fez cinco amistosos contra a Nova Zelândia. Venceu os cinco e maquiou os defeitos que antes pareciam latentes.
Depois, não ganhou de mais ninguém — certo... ganhou de China e Catar — e todos os antigos problemas saltaram aos olhos.
Durante a transmissão do Sportv no jogo contra a Austrália, o repórter Bruno Lawrence informou que Lula havia treinado duas jogadas para o fim do jogo, no caso de decisão na última bola. Duas?
A título de comparação (uma comparação quase canibalesca...): Phil Jackson, no Chicago Bulls dos anos 90, tinha pelo menos quatro opções de jogada para cada jogador! Michael Jordan, o finalizador, Kerr e Paxson (os arremessadores de três) tinham ainda mais alternativas na cabeça.
Não sei por onde começar. Posso falar mais uma vez da passividade dos três pontos, das trocas de marcação erradas, da instabilidade dos mais jovens, da apatia dos mais experientes. Dizer que os erros se repetiram, que o banco continuou inoperante, que o adversário sequer jogou o que sabe e, ainda assim conseguiu nos vencer.
Posso criticar a confederação, dizer que a seleção perdeu o glamour de outros tempos, que o técnico é um adepto de panelinhas ridículas e desagregador. Mencionar números, estatísticas que — embora nem sempre digam a verdade — escancaram a situação de um time que não sabe o que fazer com a bola. Dados que mostram uma equipe — seria mesmo uma equipe? — sem padrão de jogo, sem concepção de coletividade, sem comando dentro e fora da quadra.
Pois fiquem tranqüilos. Posso e vou falar de tudo isso. E conto com a participação de todos na caixa de comentários, para que possamos promover um debate sobre os rumos a serem tomados. Afinal, mais do que uma série de opiniões e palpites, muito além de uma lista de resultados, este espaço se propõe, sobretudo, a debater o basquete nacional. O combalido esporte da bola laranja respirava com a ajuda de aparelhos até a manhã de hoje. De agora em diante o que temos? Eutanásia?
Escolhi — quase aleatoriamente — dez fatores que considero primordiais no basquete. Que tal analisar o Brasil de hoje sob o prisma de cada um deles?
Defesa
Talvez o maior problema desta equipe tenha sido não encaixar uma marcação eficiente e consistente. O sistema de zona 3-2, usado em partes do amistoso contra os Estados Unidos e em alguns momentos na partida de hoje, mostrou-se válido, mas não pode ser usado durante toda a partida. Em uma equipe sem banco (falaremos disso mais tarde), fica difícil fazer pressão o tempo todo devido ao desgaste físico dos atletas.
Soma-se a isto o fato de alguns jogadores brasileiros não saberem marcar (me impressiona o quanto Nezinho usa os braços e faz faltas ao pressionar os adversários; Guilherme invariavelmente é superado no 1 x 1) e o quadro torna-se desastroso. Além disso, a passividade aos arremessos de três mais uma vez ficou evidente: os turcos arremessaram 24 vezes (acertaram dez, o aproveitamento caiu no segundo tempo); o Brasil tentou 17 e acertou duas (12%).
Lance livre
Se alguém acreditava que a frase clássica “lance livre ganha jogo” é apenas mais um chavão basqueteiro, a partida de hoje mostrou que não. É inadmissível que uma equipe composta por jogadores profissionais tenha aproveitamento de 62% (23/37). Leandrinho, que teve a chance de matar a partida a 6s do fim, acertou 8/16 — pífios 50%. Na NBA, o armador tem 77% (84% em playoffs, o que o credenciaria a ser um definidor).
Aqui entra uma observação: critico a comissão técnica, sim. Mas nenhum técnico no mundo pode entrar em quadra para cobrar os lances livres. Talvez seja o único momento da partida em que o jogador tem toda a responsabilidade por acertar ou errar.
Concentração
Em um jogo de Mundial, com duas equipes de nível técnico semelhante, cometer faltas técnicas chega a ser absurdo. Pois nesta terça-feira a duas equipes o fizeram. A Turquia, no segundo quarto: Marcelinho cobrou os dois lances livres e errou ambos; logo depois errou uma bandeja.
No quarto período foi a vez de Huertas gritar com um adversário depois de levar um toco — a meu ver legítimo, mas a arbitragem marcou falta. Resultado: o Brasil perdeu a posse de bola, a Turquia acertou os dois lances livres e emendou uma bola de três para virar o jogo. O ataque de cinco pontos desestabilizou o time brasileiro.
Individualidade
Faltou — ainda falta — aos jogadores a capacidade de discernir entre o momento de fazer uma jogada individual e a hora de passar a bola. O Brasil não tem um craque e talvez nem precise de um. Mas ter alguém que posso colocar a bola embaixo do braço nos momentos de decisão é fundamental. Alguém que não erre lances livres decisivos, também.
Jogo coletivo
Resquícios de coletividade foram vistos no jogo de hoje, sim. Algumas jogadas em que todos os jogadores tocavam na bola, passes bem pensados... Mas ainda foi pouco. Um número ínfimo perto do necessário para construir um time vencedor.
Antes que digam que sou contraditório ao listar jogo coletivo e individualidade, o que penso: a qualidade individual só se destaca quando um time funciona, com todos reconhecendo as limitações e qualidades de si mesmo e dos companheiros.
Seleção de arremesso
Duas observações que confirmei hoje e acho que mereçam ser destacadas: um arremesso de três de Nezinho, quando o Brasil tinha 18s de posse para queimar e uma observação que fiz sobre Marcelinho: o armador raras vezes passa a bola duas vezes no ataque. Ele faz um passe, se receber de novo, chuta de três, independente do tempo restante para se fazer a jogada.
São vícios que têm de ser corrigidos. Como vários outros de outros jogadores, principalmente quanto à “hora de arremessar”. O time brasileiro passa a impressão (seria só impressão) de que se perde quando tem a bola nas mãos.
Comando
Falta à seleção um líder dentro de quadra, sim. Leandrinho, o melhor jogador da equipe, é tímido. Varejão reclama mais do árbitro do que de eventuais erros de colegas. Splitter — a surpresa positiva do Mundial — não tem o perfil.
Mas o que falta, realmente, é um técnico que vibre e cobre com veemência que suas instruções sejam seguidas. Não se trata de berrar e dar piti à beira da quadra. Mas de, nos pedidos de tempo, mostrar o que está errado e apontar o dedo para quem fez a besteira. O comportamento do técnico da Turquia não era exagerado, nem passivo demais. Quem venceu o jogo?
Banco
O elenco do Mundial permite até 12 jogadores por equipe. O Brasil usou praticamente dez — André Bambu e Caio só jogaram contra o Catar. Além disso, Murilo e Estevam, embora sejam dos melhores que atuam no basquete nacional, não têm o nível do restante da equipe. Nezinho engrossa a lista e sobram apenas sete jogadores.
Seria a conta justa para um time jogar no limite de suas forças: sete atletas, o que limita as rotações e engessaria o jogo. Lula usa mais, para poupar um ou outro titular e mexer no ritmo da partida. Geralmente não dá acerto — as exceções ficam por contra das entradas de Alex (para dar velocidade) e Marcelinho (quando bem utilizado — leia-se nunca — com o intuito de acertar bolas de longa distância).
Em suma, falta-nos um banco. O que, em alto nível, é imperdoável.
Padrão de jogo
É utopia falar em padrão de jogo na seleção brasileira. Quando tem a bola, a equipe torna-se algo imprevisível, não pela qualidade dos jogadores (que de fato existe), mas pela loteria em que se transforma cada ataque.
Praticamente não há jogadas ensaiadas, bloqueios, corta-luzes. Até os arremessos de perímetro sumiram, engolidos pela volúpia das cestas de três e pelos pontos no garrafão.
Treinamento
Em vez de testar jogadas e variações de marcação, a equipe fez cinco amistosos contra a Nova Zelândia. Venceu os cinco e maquiou os defeitos que antes pareciam latentes.
Depois, não ganhou de mais ninguém — certo... ganhou de China e Catar — e todos os antigos problemas saltaram aos olhos.
Durante a transmissão do Sportv no jogo contra a Austrália, o repórter Bruno Lawrence informou que Lula havia treinado duas jogadas para o fim do jogo, no caso de decisão na última bola. Duas?
A título de comparação (uma comparação quase canibalesca...): Phil Jackson, no Chicago Bulls dos anos 90, tinha pelo menos quatro opções de jogada para cada jogador! Michael Jordan, o finalizador, Kerr e Paxson (os arremessadores de três) tinham ainda mais alternativas na cabeça.