23.8.06
Apertem os cintos: o arremesso sumiu
AFP
Algo que nunca me agradou, embora seja uma marca histórica da seleção brasileira, é a insistência nos arremessos de longa distância. Um vício que foi consagrado com a conquista dos Jogos Panamericanos de 1987 e — erroneamente — passou de opção ofensiva complementar a salvação da lavoura.
Durante duas décadas, o Brasil teve Oscar, um dos melhores arremessadores da história do basquete mundial. Mas o ala foi o criador (involuntário, diga-se) de uma “cultura da bola de três pontos”. A mania está arraigada, enraizada e sedimentada (consegui ser enfático?) no esporte nacional. Difícil mudar isso de uma hora para outra — como Lula Ferreira disse que faria no Japão (leia aqui).
Pois o Brasil de fato mudou. Para pior. O time arremessou 56 bolas de três pontos até agora (apenas o 20º na estatística). O leitor dirá “ótimo, então agora estão selecionando melhor os chutes...” que pare por aí. Engana-se quem pensa que há mais critério e/ou precisão nos tiros “de fora”.
O 20º posto na lista de bolas tentadas é muito pouco. Afinal é uma característica que deve ser adaptada ao jogo, não simplesmente castrada do repertório da equipe. Até porque os jogadores foram formados com vícios deste a categoria infantil. Sempre com a bola de três em foco.
Pior do que arremessar pouco — o que poderia denotar critério na escolha — é encestar apenas 25% das bolas. É isso mesmo: o Brasil acerta uma em cada quatro tentativas da linha dos três pontos. Trata-se do segundo pior aproveitamento da competição, à frente apenas dos panamenhos e seus 20%.
Antes, éramos “o país que venceu os Estados Unidos abusando das bolas de três”. Hoje não vencemos mais os Estados Unidos. Nem somos o país das bolas de três.
Para ilustrar a situação, o “shot chart” (também conhecido como “quer que eu desenhe?”) dos jogos em que o Brasil perdeu. Os gráficos mostram de onde partiram as bolas nos jogos contra Austrália e Turquia, respectivamente:
Algo que nunca me agradou, embora seja uma marca histórica da seleção brasileira, é a insistência nos arremessos de longa distância. Um vício que foi consagrado com a conquista dos Jogos Panamericanos de 1987 e — erroneamente — passou de opção ofensiva complementar a salvação da lavoura.
Durante duas décadas, o Brasil teve Oscar, um dos melhores arremessadores da história do basquete mundial. Mas o ala foi o criador (involuntário, diga-se) de uma “cultura da bola de três pontos”. A mania está arraigada, enraizada e sedimentada (consegui ser enfático?) no esporte nacional. Difícil mudar isso de uma hora para outra — como Lula Ferreira disse que faria no Japão (leia aqui).
Pois o Brasil de fato mudou. Para pior. O time arremessou 56 bolas de três pontos até agora (apenas o 20º na estatística). O leitor dirá “ótimo, então agora estão selecionando melhor os chutes...” que pare por aí. Engana-se quem pensa que há mais critério e/ou precisão nos tiros “de fora”.
O 20º posto na lista de bolas tentadas é muito pouco. Afinal é uma característica que deve ser adaptada ao jogo, não simplesmente castrada do repertório da equipe. Até porque os jogadores foram formados com vícios deste a categoria infantil. Sempre com a bola de três em foco.
Pior do que arremessar pouco — o que poderia denotar critério na escolha — é encestar apenas 25% das bolas. É isso mesmo: o Brasil acerta uma em cada quatro tentativas da linha dos três pontos. Trata-se do segundo pior aproveitamento da competição, à frente apenas dos panamenhos e seus 20%.
Antes, éramos “o país que venceu os Estados Unidos abusando das bolas de três”. Hoje não vencemos mais os Estados Unidos. Nem somos o país das bolas de três.
Para ilustrar a situação, o “shot chart” (também conhecido como “quer que eu desenhe?”) dos jogos em que o Brasil perdeu. Os gráficos mostram de onde partiram as bolas nos jogos contra Austrália e Turquia, respectivamente:
Comentarios:
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Seria conseqüência do desespero, uma vez que não são preparados fisicamente?
Ah, obrigado por respoder minhas perguntas no outro post!
Ah, obrigado por respoder minhas perguntas no outro post!
BA,
acho que é uma questão de afobação, mesmo. Hoje contra a Grécia o tie selecionou melhor os arremessos de três e acertou mais.
O problema é que não se pode contar só com isso. Lance livre é teoricamente bem fácil acertar e o aproveitamento brasileiro é risível.
Abraço, até!
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acho que é uma questão de afobação, mesmo. Hoje contra a Grécia o tie selecionou melhor os arremessos de três e acertou mais.
O problema é que não se pode contar só com isso. Lance livre é teoricamente bem fácil acertar e o aproveitamento brasileiro é risível.
Abraço, até!
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