12.9.06
Mundial feminino
A dica para quem quiser acompanhar tudo o que acontece no Mundial das garotas, em detalhes, é acessar o Painel do basquete feminino.
Cobertura brilhante, muito boa mesmo. E eu, pelo visto, demorarei mais que o previsto para voltar ao batente na bola laranja.
Fica o conselho. E que a seleção brasileira jogue melhor do que hoje. Até!
Cobertura brilhante, muito boa mesmo. E eu, pelo visto, demorarei mais que o previsto para voltar ao batente na bola laranja.
Fica o conselho. E que a seleção brasileira jogue melhor do que hoje. Até!
5.9.06
Algumas Machadadas a mais
Para quem ainda não engoliu o fracasso brasileiro no Mundial, aconselho a entrevista de Marcelinho Machado ao amigo Fábio Balassiano, publicada no Draft Brasil.
Apesar de esquivar-se de algumas perguntas, o ala admitiu que às vezes é precipitado nos arremessos e revelou que jamais foi abordado pela comissão técnica a esse respeito.
Vale a pena dar uma lida. Não justifica — até porque não há como — mas explica algumas das atitudes da equipe, 19ª colocada no torneio. Para ler, clique aqui.
Nos próximos dias, por motivos pessoais e profissionais, a atualização do blog será um tanto "capenga". Mas, no Mundial feminino, a cobertura continua. Sem a mesma intensidade quase insana do masculino, mas continua...
Apesar de esquivar-se de algumas perguntas, o ala admitiu que às vezes é precipitado nos arremessos e revelou que jamais foi abordado pela comissão técnica a esse respeito.
Vale a pena dar uma lida. Não justifica — até porque não há como — mas explica algumas das atitudes da equipe, 19ª colocada no torneio. Para ler, clique aqui.
Nos próximos dias, por motivos pessoais e profissionais, a atualização do blog será um tanto "capenga". Mas, no Mundial feminino, a cobertura continua. Sem a mesma intensidade quase insana do masculino, mas continua...
4.9.06
A luta continua!
O MdB começou despretensioso, no dia 14/8, cinco dias antes do início do Mundial. Até agora, foram três semanas, novos amigos e muitas discussões interessantes. Conversas que ultrapassaram as fronteiras do torneio e ganharam novos horizontes.
Muitos já me cobraram explicações sobre como ficará o blog agora. Sinceramente, ainda não sei. O fim do campeonato não pode significar — na minha opinião — a última página no debate de algo muito mais importante do que os nomes e placares de vencedores e vencidos: o basquete.
No Brasil, o esporte agoniza e teve sua pior participação na história. A partir deste 19º lugar podemos tirar lições. Debater possíveis alternativas. Dialogar sobre o esporte que nos uniu por 15 dias nas madrugadas japonesas, tão festivas para espanhóis e gregos (até o domingo pelo menos...) e tão tristes para a seleção de Lula & seus moluscos.
Ainda não sei como, nem se nesse endereço. Mas o blog continua e seguirá a seleção brasileira e seus principais jogadores enquanto tiver fôlego e público para incentivar com informações, opiniões e polêmicas.
Diria um jornalista famoso, em seu momento de inspiração:
É hora de reformular, de mudar. Ou... mudar de vez. Mundial 2010. A Turquia também não é assiiiiim tão longe... é logo ali. Ou do contrário seremos comida... de narigões.
Muitos já me cobraram explicações sobre como ficará o blog agora. Sinceramente, ainda não sei. O fim do campeonato não pode significar — na minha opinião — a última página no debate de algo muito mais importante do que os nomes e placares de vencedores e vencidos: o basquete.
No Brasil, o esporte agoniza e teve sua pior participação na história. A partir deste 19º lugar podemos tirar lições. Debater possíveis alternativas. Dialogar sobre o esporte que nos uniu por 15 dias nas madrugadas japonesas, tão festivas para espanhóis e gregos (até o domingo pelo menos...) e tão tristes para a seleção de Lula & seus moluscos.
Ainda não sei como, nem se nesse endereço. Mas o blog continua e seguirá a seleção brasileira e seus principais jogadores enquanto tiver fôlego e público para incentivar com informações, opiniões e polêmicas.
Diria um jornalista famoso, em seu momento de inspiração:
É hora de reformular, de mudar. Ou... mudar de vez. Mundial 2010. A Turquia também não é assiiiiim tão longe... é logo ali. Ou do contrário seremos comida... de narigões.
3.9.06
Números de uma final
70 pontos marcados pela Espanha, pior placar da equipe no torneio. Até então, o jogo em que os espanhóis menos haviam pontuado foi a semifinal contra a Argentina, vencido por 75 a 74.
47 pontos marcados pela Grécia, pior marca de uma seleção em todo o Mundial deste ano. O recorde negativo anterior pertencia à Nigéria, que marcou 53 na derrota para a França, na primeira fase.
0 rebote pegou a dupla de pivôs da equipe grega, composta por Lázaros Papadopoulos e Sófoklis Schortsianitis.
6 bolas de três pontos acertou Jorge Garbajosa. Número impressionante para qualquer pivô do mundo que não seja ele mesmo.
47 pontos marcados pela Grécia, pior marca de uma seleção em todo o Mundial deste ano. O recorde negativo anterior pertencia à Nigéria, que marcou 53 na derrota para a França, na primeira fase.
0 rebote pegou a dupla de pivôs da equipe grega, composta por Lázaros Papadopoulos e Sófoklis Schortsianitis.
6 bolas de três pontos acertou Jorge Garbajosa. Número impressionante para qualquer pivô do mundo que não seja ele mesmo.
Grécia 47 x 70 Espanha: faltou Gasol, sobrou raça
Fotos: AP Photo
A Espanha é campeã mundial de basquete. Mesmo sem sua maior estrela, Pau Gasol, a equipe ibérica não deu chance à Grécia.
Uma vitória incontestável, marcada pela raça dos espanhóis e por sua precisão na defesa. Do lado grego, pouca eficiência, muita sonolência e nenhuma inspiração.
Abaixo, um resumo da partida, período a período. Para um jogo atípico, achei que seria a melhor maneira de tentar entender o que aconteceu em Saitama.
Primeiro quarto: 12-18
O jogo começou nervoso, com as duas defesas funcionando bem. Felipe Reyes, substituto de Pau Gasol, fez os primeiros pontos com uma enterrada e ganhou a confiança de que precisava na partida.
Com um ótimo posicionamento defensivo, os espanhóis fizeram a Grécia queimar quatro posses de bola em seqüência, sempre com arremessos emergenciais e mal selecionados.
Lazaros Papadopoulos, uma das esperanças da equipe helênica para explorar o garrafão adversário, recebia marcação dupla sempre que pegava a bola na área pintada. O pivô não conseguia jogar embaixo da cesta, tendo sempre de buscar o passe para alas e armadores no perímetro.
Para tentar melhorar o sistema ofensivo de sua equipe, o técnico Panagiotis Iannakis optou por colocar Sófoklis Schortsianitis em quadra. A alteração teve pouco impacto — “Baby Shaq” também esbarrou na boa defesa armada por Pepu Hernández.
Segundo quarto: 11-25
A Espanha começou melhor e pegou os gregos de surpresa. Com bolas de três de Jorge Garbajosa e Juan Carlos Navarro, os ibéricos abriram 14 pontos apenas nos quatro minutos iniciais.
O treinador grego continuou testando rotações na posição 5, com Dikoudis em lugar de Shortsianitis. Mas o jogo de garrafão continuava muito aquém do necessário para reduzir a diferença no placar.
As rotações espanholas, por sua vez, continuavam a funcionar. Com Cabezas em lugar de Calderón e Marc Gasol na posição de Felipe Reyes, os ibéricos seguiram em um ritmo que não comprometeu seu bom desempenho.
Irreconhecível, a Grécia não conseguiu em momento algum equilibrar a partida neste período. Nem mesmo as entradas de Vasileios Spanoulis e Thedoros Papaloukas foram suficientes para dar ritmo à equipe.
O primeiro tempo, com amplo domínio, fechou o primeiro tempo com 43 a 23. Vinte pontos de vantagem.
Terceiro quarto: 11-11
O segundo tempo começou com os gregos mostrando uma disposição que ainda não havia sido vista na partida. A reação, contudo, não durou muito. Mesmo com Papadopoulos de volta à quadra, a equipe continuou perdendo os rebotes defensivos.
No período com pior nível técnico do confronto, os helênicos não se aproveitaram dos erros espanhóis e praticamente selaram sua derrota.
Sem um jogador para chamar a responsabilidade de liderar a equipe, coube ao ala-pivô Michail Kakiouzis assumir a frente das ações ofensivas. O jogador marcou 17 pontos e pegou nove rebotes, em sua melhor exibição no torneio.
A boa atuação não foi suficiente para recolocar a seleção campeã européia na disputa. Com desempenho pífio no garrafão, perderam sua maior chance de equilibrar o marcador.
Quarto quarto: 13-16
O último período começou com os gregos à espera de um milagre. Mas duas bolas de três — de Garbajosa e Navarro — logo no início mataram qualquer chance. O que se viu nos minutos finais foi a Espanha aguardando o fim da partida e os gregos, ainda atônicos, se entreolhando como que pergunta “o que aconteceu?”.
A imagem que ficou foi a de Pau Gasol — no banco, usando a barba tradicional e de calça jeans — emocionado. O grandalhão derreteu-se em lágrimas, abraçado ao irmão Marc, limitado, porém brilhante na partida de hoje.
Os agradecimentos do pivô pareciam se estender a todos os que o cercavam. Eram o “muito obrigado” à dedicação de Jimenez, à versatilidade de Garbajosa, ao dinamismo de Calderón, à liderança de Navarro, à precisão de Mumbrú, à obediência tática de Reyes, à genialidade de Rudy Fernández, à inteligência de Sérgio Rodríguez.
As lágrimas de Gasol eram o símbolo de uma Espanha que, enfim, chegou onde deveria estar há algum tempo. O fim de uma era de derrotas que sempre maculavam e ofuscavam o ótimo basquete praticado no país. E o início de um novo tempo. O esporte da bola laranja ganhou uma nova potência. Gracias.
A Espanha é campeã mundial de basquete. Mesmo sem sua maior estrela, Pau Gasol, a equipe ibérica não deu chance à Grécia.
Uma vitória incontestável, marcada pela raça dos espanhóis e por sua precisão na defesa. Do lado grego, pouca eficiência, muita sonolência e nenhuma inspiração.
Abaixo, um resumo da partida, período a período. Para um jogo atípico, achei que seria a melhor maneira de tentar entender o que aconteceu em Saitama.
Primeiro quarto: 12-18
O jogo começou nervoso, com as duas defesas funcionando bem. Felipe Reyes, substituto de Pau Gasol, fez os primeiros pontos com uma enterrada e ganhou a confiança de que precisava na partida.
Com um ótimo posicionamento defensivo, os espanhóis fizeram a Grécia queimar quatro posses de bola em seqüência, sempre com arremessos emergenciais e mal selecionados.
Lazaros Papadopoulos, uma das esperanças da equipe helênica para explorar o garrafão adversário, recebia marcação dupla sempre que pegava a bola na área pintada. O pivô não conseguia jogar embaixo da cesta, tendo sempre de buscar o passe para alas e armadores no perímetro.
Para tentar melhorar o sistema ofensivo de sua equipe, o técnico Panagiotis Iannakis optou por colocar Sófoklis Schortsianitis em quadra. A alteração teve pouco impacto — “Baby Shaq” também esbarrou na boa defesa armada por Pepu Hernández.
Segundo quarto: 11-25
A Espanha começou melhor e pegou os gregos de surpresa. Com bolas de três de Jorge Garbajosa e Juan Carlos Navarro, os ibéricos abriram 14 pontos apenas nos quatro minutos iniciais.
O treinador grego continuou testando rotações na posição 5, com Dikoudis em lugar de Shortsianitis. Mas o jogo de garrafão continuava muito aquém do necessário para reduzir a diferença no placar.
As rotações espanholas, por sua vez, continuavam a funcionar. Com Cabezas em lugar de Calderón e Marc Gasol na posição de Felipe Reyes, os ibéricos seguiram em um ritmo que não comprometeu seu bom desempenho.
Irreconhecível, a Grécia não conseguiu em momento algum equilibrar a partida neste período. Nem mesmo as entradas de Vasileios Spanoulis e Thedoros Papaloukas foram suficientes para dar ritmo à equipe.
O primeiro tempo, com amplo domínio, fechou o primeiro tempo com 43 a 23. Vinte pontos de vantagem.
Terceiro quarto: 11-11
O segundo tempo começou com os gregos mostrando uma disposição que ainda não havia sido vista na partida. A reação, contudo, não durou muito. Mesmo com Papadopoulos de volta à quadra, a equipe continuou perdendo os rebotes defensivos.
No período com pior nível técnico do confronto, os helênicos não se aproveitaram dos erros espanhóis e praticamente selaram sua derrota.
Sem um jogador para chamar a responsabilidade de liderar a equipe, coube ao ala-pivô Michail Kakiouzis assumir a frente das ações ofensivas. O jogador marcou 17 pontos e pegou nove rebotes, em sua melhor exibição no torneio.
A boa atuação não foi suficiente para recolocar a seleção campeã européia na disputa. Com desempenho pífio no garrafão, perderam sua maior chance de equilibrar o marcador.
Quarto quarto: 13-16
O último período começou com os gregos à espera de um milagre. Mas duas bolas de três — de Garbajosa e Navarro — logo no início mataram qualquer chance. O que se viu nos minutos finais foi a Espanha aguardando o fim da partida e os gregos, ainda atônicos, se entreolhando como que pergunta “o que aconteceu?”.
A imagem que ficou foi a de Pau Gasol — no banco, usando a barba tradicional e de calça jeans — emocionado. O grandalhão derreteu-se em lágrimas, abraçado ao irmão Marc, limitado, porém brilhante na partida de hoje.
Os agradecimentos do pivô pareciam se estender a todos os que o cercavam. Eram o “muito obrigado” à dedicação de Jimenez, à versatilidade de Garbajosa, ao dinamismo de Calderón, à liderança de Navarro, à precisão de Mumbrú, à obediência tática de Reyes, à genialidade de Rudy Fernández, à inteligência de Sérgio Rodríguez.
As lágrimas de Gasol eram o símbolo de uma Espanha que, enfim, chegou onde deveria estar há algum tempo. O fim de uma era de derrotas que sempre maculavam e ofuscavam o ótimo basquete praticado no país. E o início de um novo tempo. O esporte da bola laranja ganhou uma nova potência. Gracias.
2.9.06
Grécia x Espanha: hora de decidir
O jogo
As duas seleções chegam à final com méritos. Venceram adversários considerados superiores e souberam atacar e defender com uma competência que não foi vista em nenhuma das adversárias. Do lado grego, o jogo coletivo visto no Campeonato Europeu de 2005 prevaleceu: sem grandes estrelas, a equipe do treinador Panagiotis Iannakis venceu um a um os sete adversários que cruzaram seu caminho.
Nas semifinais, naquela que talvez tenha sido a maior atuação da história do basquete grego, a equipe derrotou os Estados Unidos por 101 a 95. Em partida praticamente perfeita, os helênicos souberam partir para o ataque — deixando de lado por alguns momentos sua característica defensiva — e surpreenderam os norte-americanos.
Os espanhóis fizeram campanha igualmente perfeita: passaram ilesos pela primeira fase, depois venceram os atuais campeões do mundo e a Lituânia, e chegaram às semifinais. Com a Argentina — atual campeã olímpica — pela frente, muitos disseram que o sonho ibérico terminaria na decisão do terceiro lugar. Mas com uma defesa bem armada e um show de Pau Gasol, a equipe do técnico Pepu Hernández conquistou sua merecida vaga na decisão.
Chegamos, então, ao assunto que pode definir o jogo: Paul Gasol. Com uma lesão no pé, o pivô espanhol não jogará a decisão. Felipe Reyes, substituto natural, não está 100%. E, na partida final, a Espanha pode ter de improvisar para suprir a falta de seu maior talento.
Por essa e outras alternativas que emergem a poucas horas do confronto, trata-se de uma final imperdível. Que coroará um inédito e merecido campeão mundial.
Tem favorito?
Sim. Com a contusão de Gasol, a Grécia tem maiores chances de vencer. Mas eu não ousaria descartar os espanhóis, embora aposte nos gregos.
A receita para a Espanha
Três coisas são fundamentais: marcação reforçada no perímetro para evitar os arremessos de Vasileios Spanoulis e Theodoros Papaloukas, evitar o jogo de força no garrafão e explorar ao máximo os contra-ataques, com Juan Carlos Navarro e José Manuel Calderón.
A receita para a Grécia
Explorar o jogo de garrafão. Sem a presença de Pau Gasol, os espanhóis ficarão enfraquecidos nos setor. É a chance de Lazaros Papadopoulos e Sofoklis Schortsianitis fazerem a festa.
As duas seleções chegam à final com méritos. Venceram adversários considerados superiores e souberam atacar e defender com uma competência que não foi vista em nenhuma das adversárias. Do lado grego, o jogo coletivo visto no Campeonato Europeu de 2005 prevaleceu: sem grandes estrelas, a equipe do treinador Panagiotis Iannakis venceu um a um os sete adversários que cruzaram seu caminho.
Nas semifinais, naquela que talvez tenha sido a maior atuação da história do basquete grego, a equipe derrotou os Estados Unidos por 101 a 95. Em partida praticamente perfeita, os helênicos souberam partir para o ataque — deixando de lado por alguns momentos sua característica defensiva — e surpreenderam os norte-americanos.
Os espanhóis fizeram campanha igualmente perfeita: passaram ilesos pela primeira fase, depois venceram os atuais campeões do mundo e a Lituânia, e chegaram às semifinais. Com a Argentina — atual campeã olímpica — pela frente, muitos disseram que o sonho ibérico terminaria na decisão do terceiro lugar. Mas com uma defesa bem armada e um show de Pau Gasol, a equipe do técnico Pepu Hernández conquistou sua merecida vaga na decisão.
Chegamos, então, ao assunto que pode definir o jogo: Paul Gasol. Com uma lesão no pé, o pivô espanhol não jogará a decisão. Felipe Reyes, substituto natural, não está 100%. E, na partida final, a Espanha pode ter de improvisar para suprir a falta de seu maior talento.
Por essa e outras alternativas que emergem a poucas horas do confronto, trata-se de uma final imperdível. Que coroará um inédito e merecido campeão mundial.
Tem favorito?
Sim. Com a contusão de Gasol, a Grécia tem maiores chances de vencer. Mas eu não ousaria descartar os espanhóis, embora aposte nos gregos.
A receita para a Espanha
Três coisas são fundamentais: marcação reforçada no perímetro para evitar os arremessos de Vasileios Spanoulis e Theodoros Papaloukas, evitar o jogo de força no garrafão e explorar ao máximo os contra-ataques, com Juan Carlos Navarro e José Manuel Calderón.
A receita para a Grécia
Explorar o jogo de garrafão. Sem a presença de Pau Gasol, os espanhóis ficarão enfraquecidos nos setor. É a chance de Lazaros Papadopoulos e Sofoklis Schortsianitis fazerem a festa.
Agora sim, uma injustiça
Vale o registro e uma opinião curtinha por aqui. A França venceu a Turquia por 64 a 56 e terminou o Mundial na quinta posição. Apesar de ser um resultado sem a maior das importâncias, fico preocupado com a proliferação e o crescimento do estilo de jogo dos franceses.
Uma seleção “retranqueira”, para usar o jargão futebolístico, que joga feio e não sabe se lançar ao ataque quando precisa.
Antes que comparem com a Grécia, que também joga coletiva e defensivamente, faço a ressalva. Os gregos sabem adaptar-se às nuances da partida. Conseguem, por exemplo, marcar 101 pontos nos Estados Unidos e vencê-los em um jogo predominantemente de ataque.
Em suma, dá pena ver a Turquia em sexto e a França em quinto.
Uma seleção “retranqueira”, para usar o jargão futebolístico, que joga feio e não sabe se lançar ao ataque quando precisa.
Antes que comparem com a Grécia, que também joga coletiva e defensivamente, faço a ressalva. Os gregos sabem adaptar-se às nuances da partida. Conseguem, por exemplo, marcar 101 pontos nos Estados Unidos e vencê-los em um jogo predominantemente de ataque.
Em suma, dá pena ver a Turquia em sexto e a França em quinto.
Pau Gasol está fora da final
AP Photo
Pau Gasol não disputará o a decisão do Mundial. O jogador, maior responsável pela boa campanha dos espanhóis no torneio, tem uma fratura parcial no pé direito e não poderá entrar em quadra contra a Grécia, amanhã, às 7h30.
“Tentarei estar com meus companheiros para tudo de que precisarem, mas o que dói é não poder estar fisicamente na quadra para ajudar, como fiz em todo o campeonato”, disse o pivô.
A notícia é triste para quem gosta de basquete e pior ainda para o time ibérico, que perde seu melhor atleta — e na minha modesta opinião, o melhor do Mundial.
“Uma medalha de ouro no meu pescoço tiraria toda a dor que estou sentindo”, disse Gasol, o pior desfalque que os espanhóis poderiam ter.
Pau Gasol não disputará o a decisão do Mundial. O jogador, maior responsável pela boa campanha dos espanhóis no torneio, tem uma fratura parcial no pé direito e não poderá entrar em quadra contra a Grécia, amanhã, às 7h30.
“Tentarei estar com meus companheiros para tudo de que precisarem, mas o que dói é não poder estar fisicamente na quadra para ajudar, como fiz em todo o campeonato”, disse o pivô.
A notícia é triste para quem gosta de basquete e pior ainda para o time ibérico, que perde seu melhor atleta — e na minha modesta opinião, o melhor do Mundial.
“Uma medalha de ouro no meu pescoço tiraria toda a dor que estou sentindo”, disse Gasol, o pior desfalque que os espanhóis poderiam ter.
Estados Unidos 96 x 81 Argentina: um time de futuro
AP Photo
Estados Unidos e Argentina fizeram um jogo menos tenso na decisão do terceiro lugar. Favoritas às vagas na final, as duas equipes pareciam mais relaxadas em quadra após as derrotas de ontem. Foi a condição de que os norte-americanos precisaram para vencer.
Em atuação de gala do triunvirato Wade-James-Anthony, os ianques garantiram a medalha de bronze. Um prêmio justo pelo que fizeram durante todo o torneio. Há quem diga que mereciam o ouro, mas primeiro lugar não se impõe nem pede, se conquista. E os americanos não conquistaram — com toda justiça à excelente atuação grega —uma vaga na final.
Dwyane Wade foi o grande destaque do jogo, com 32 pontos. Lebron James marcou 22, somados a nove rebotes e sete assistências. Carmelo Anthony, cestinha da seleção no torneio, contribui com mais 15 pontos e cinco rebotes.
O trio, que simboliza para muitos o futuro da NBA (eu acho que simboliza o presente), será a principal arma da equipe nas Olimpíadas, daqui a dois anos. Pela reação da equipe ao receber a medalha de bronze
— muito diferente do desdém de Atenas, embora não fosse de plena felicidade — é bom anotar: esse time chegará com tudo nos Jogos Olímpicos.
Estados Unidos e Argentina fizeram um jogo menos tenso na decisão do terceiro lugar. Favoritas às vagas na final, as duas equipes pareciam mais relaxadas em quadra após as derrotas de ontem. Foi a condição de que os norte-americanos precisaram para vencer.
Em atuação de gala do triunvirato Wade-James-Anthony, os ianques garantiram a medalha de bronze. Um prêmio justo pelo que fizeram durante todo o torneio. Há quem diga que mereciam o ouro, mas primeiro lugar não se impõe nem pede, se conquista. E os americanos não conquistaram — com toda justiça à excelente atuação grega —uma vaga na final.
Dwyane Wade foi o grande destaque do jogo, com 32 pontos. Lebron James marcou 22, somados a nove rebotes e sete assistências. Carmelo Anthony, cestinha da seleção no torneio, contribui com mais 15 pontos e cinco rebotes.
O trio, que simboliza para muitos o futuro da NBA (eu acho que simboliza o presente), será a principal arma da equipe nas Olimpíadas, daqui a dois anos. Pela reação da equipe ao receber a medalha de bronze
— muito diferente do desdém de Atenas, embora não fosse de plena felicidade — é bom anotar: esse time chegará com tudo nos Jogos Olímpicos.
1.9.06
Comando da madrugada, 2/8
Seco, porque o tempo realmente não permitiu, vamos ao palpite da decisão de terceiro lugar:
Duas equipes que poderiam fazer a final — e eram favoritas para isso —, devem entrar em quadra desanimadas, de cabeça baixa.
Como o choque dos argentinos foi menor, aposto que a medalha de bonze fica aqui na América do Sul.
Duas equipes que poderiam fazer a final — e eram favoritas para isso —, devem entrar em quadra desanimadas, de cabeça baixa.
Como o choque dos argentinos foi menor, aposto que a medalha de bonze fica aqui na América do Sul.
Espanha 75 x 74 Argentina: a batalha de Saitama
AP Photo
Chamar qualquer evento esportivo de guerra pode parecer forte demais, exagerado na maior parte das vezes. Não para a partida desta sexta-feira (1º) entre Espanha e Argentina. Um jogo emocionante em todas as suas nuances, decidido na última bola, no derradeiro arremesso, no rebote final. Uma batalha que ficará para sempre na história e na memória de quem ama o basquete.
A partida não foi das melhores tecnicamente, fruto do nervosismo das duas equipes. Mas não se pode acusar argentinos e espanhóis de não terem lutado até o fim. Quando o cronômetro zerou e apontou aos espanhóis o caminho de sua primeira final do torneio, os argentinos baixaram a cabeça. Não deveriam. Pepe Sanchez, Manu Ginóbili, Andrés Nocioni, Luis Scola e Fabrício Oberto (para citar o quinteto tiluar, apenas) foram fantásticos. Guerreiros. Deu inveja, como já havia confessado há alguns dias.
Mas hoje os espanhóis foram melhores. Pau Gasol — que saiu machucado e ainda não se sabe se jogará a final em plenas condições físicas — é um monstro. Não citarei seus números aqui (não agora), porque qualquer racionalização do que este catalão fez na partida é um desrespeito com os que assistiram ao jogo.
A dupla Sergio Rodriguez e Rudy Fernandez, que simboliza o futuro do bem sucedido basquete espanhol, também brilhou. Dá gosto de ver os dois jogarem juntos. Evitarei comparações com outros duetos. Desmerecia a qualidade de ambos.
Sobre o jogo, menos filosoficamente e mais tecnicamente, nenhuma das seleções jogou o melhor que poderia. A Espanha destacou-se pela defesa — mais que nas outras partidas — e pelos contra-ataques, menos que nos demais jogos.
Do lado argentino, nenhuma característica saltou aos olhos. Destacaria, por pura falta de algum aspecto técnico que tenha aparecido melhor, a vontade com que os sul-americanos foram “buscar” o jogo no minuto final.
Ainda tiveram a chance com Nocioni, da zona morta, no segundo final. A bola do ala, que caíra tantas vezes, quicou sobre o aro e saiu. Não se pode vencer sempre.
Chamar qualquer evento esportivo de guerra pode parecer forte demais, exagerado na maior parte das vezes. Não para a partida desta sexta-feira (1º) entre Espanha e Argentina. Um jogo emocionante em todas as suas nuances, decidido na última bola, no derradeiro arremesso, no rebote final. Uma batalha que ficará para sempre na história e na memória de quem ama o basquete.
A partida não foi das melhores tecnicamente, fruto do nervosismo das duas equipes. Mas não se pode acusar argentinos e espanhóis de não terem lutado até o fim. Quando o cronômetro zerou e apontou aos espanhóis o caminho de sua primeira final do torneio, os argentinos baixaram a cabeça. Não deveriam. Pepe Sanchez, Manu Ginóbili, Andrés Nocioni, Luis Scola e Fabrício Oberto (para citar o quinteto tiluar, apenas) foram fantásticos. Guerreiros. Deu inveja, como já havia confessado há alguns dias.
Mas hoje os espanhóis foram melhores. Pau Gasol — que saiu machucado e ainda não se sabe se jogará a final em plenas condições físicas — é um monstro. Não citarei seus números aqui (não agora), porque qualquer racionalização do que este catalão fez na partida é um desrespeito com os que assistiram ao jogo.
A dupla Sergio Rodriguez e Rudy Fernandez, que simboliza o futuro do bem sucedido basquete espanhol, também brilhou. Dá gosto de ver os dois jogarem juntos. Evitarei comparações com outros duetos. Desmerecia a qualidade de ambos.
Sobre o jogo, menos filosoficamente e mais tecnicamente, nenhuma das seleções jogou o melhor que poderia. A Espanha destacou-se pela defesa — mais que nas outras partidas — e pelos contra-ataques, menos que nos demais jogos.
Do lado argentino, nenhuma característica saltou aos olhos. Destacaria, por pura falta de algum aspecto técnico que tenha aparecido melhor, a vontade com que os sul-americanos foram “buscar” o jogo no minuto final.
Ainda tiveram a chance com Nocioni, da zona morta, no segundo final. A bola do ala, que caíra tantas vezes, quicou sobre o aro e saiu. Não se pode vencer sempre.
Grécia 101 x 95 Estados Unidos: o dia da caça
AP Photo
A maior surpresa do Mundial não pode ser considerada zebra. Chamar assim a equipe grega depois do jogo desta sexta-feira (1º) é uma ofensa ao que foi demonstrado em quadra pelos comandados de Panagiotis Iannakis. É uma afronta à rapidez de Spanoulis, à eficiência de Schortsianitis, à liderança de Papaloukas. Um desrespeito com toda a seleção helênica, como desrespeito também seria citar apenas três ou quatro nomes sem fazer a ressalva: todos jogaram muito.
A Grécia mereceu vencer. Mereceu cada ponto conquistado — e foram 101, sua maior marca no torneio —, cada rebote capturado (36 no total, seis a mais que os norte-americanos), cada arremesso convertido — 27/38 de dois (71%) e 8/18 de três (44%). Superior em todos os aspectos, o time grego provou que sabe se adequar ao padrão adversário quando preciso.
Jamais em todo o Mundial os gregos haviam travado partida tão franca quanto hoje. Sempre faziam confrontos amarrados, por volta de 75 pontos, tímidos em criatividade, mas eficientes no resultado final. Hoje, não. Diante de um adversário que impôs o tom do jogo — aberto, com muitos pontos e ataque prevalecendo sobre a defesa —, souberam adaptar-se à perfeição.
A vitória não veio em um jogo trancado, em que os dois times mal passam dos 70 pontos. Os gregos venceram jogando à americana, mas sem perder suas características, por mais paradoxal que isso possa parecer. Arremessos precisos, contra-ataques bem pensados e valorização da posse de bola. Fundamentos básicos do basquete moderno, em que os helênicos souberam se inspirar para alcançar o mais importante triunfo de sua história.
Aos norte-americanos, resta lamentar o terceiro fracasso consecutivo em uma competição internacional. Na melhor de suas seleções desde a que foi campeã em Sidney, os ianques foram envolvidos pelo adversário. A Grécia jogou melhor e venceu. Aos Estados Unidos resta o consolo de que o trabalho é trienal, visando às Olimpíadas de Pequim.
É bom que se preparem ainda melhor. E que anotem, em um lugar onde não se esquecerão de olhar sempre: “a Grécia pode nos vencer”.
A maior surpresa do Mundial não pode ser considerada zebra. Chamar assim a equipe grega depois do jogo desta sexta-feira (1º) é uma ofensa ao que foi demonstrado em quadra pelos comandados de Panagiotis Iannakis. É uma afronta à rapidez de Spanoulis, à eficiência de Schortsianitis, à liderança de Papaloukas. Um desrespeito com toda a seleção helênica, como desrespeito também seria citar apenas três ou quatro nomes sem fazer a ressalva: todos jogaram muito.
A Grécia mereceu vencer. Mereceu cada ponto conquistado — e foram 101, sua maior marca no torneio —, cada rebote capturado (36 no total, seis a mais que os norte-americanos), cada arremesso convertido — 27/38 de dois (71%) e 8/18 de três (44%). Superior em todos os aspectos, o time grego provou que sabe se adequar ao padrão adversário quando preciso.
Jamais em todo o Mundial os gregos haviam travado partida tão franca quanto hoje. Sempre faziam confrontos amarrados, por volta de 75 pontos, tímidos em criatividade, mas eficientes no resultado final. Hoje, não. Diante de um adversário que impôs o tom do jogo — aberto, com muitos pontos e ataque prevalecendo sobre a defesa —, souberam adaptar-se à perfeição.
A vitória não veio em um jogo trancado, em que os dois times mal passam dos 70 pontos. Os gregos venceram jogando à americana, mas sem perder suas características, por mais paradoxal que isso possa parecer. Arremessos precisos, contra-ataques bem pensados e valorização da posse de bola. Fundamentos básicos do basquete moderno, em que os helênicos souberam se inspirar para alcançar o mais importante triunfo de sua história.
Aos norte-americanos, resta lamentar o terceiro fracasso consecutivo em uma competição internacional. Na melhor de suas seleções desde a que foi campeã em Sidney, os ianques foram envolvidos pelo adversário. A Grécia jogou melhor e venceu. Aos Estados Unidos resta o consolo de que o trabalho é trienal, visando às Olimpíadas de Pequim.
É bom que se preparem ainda melhor. E que anotem, em um lugar onde não se esquecerão de olhar sempre: “a Grécia pode nos vencer”.